𝘍𝘦𝘦𝘭𝘪𝘯𝘨𝘴 𝘠𝘢𝘯𝘦𝘴𝘴𝘢 - [𝐵𝓇𝓊𝓃𝑒𝓈𝓈𝒶]

CAPÍTULO BÔNUS*

Cap dedicado a comuna_safica

Spin-off: Zilu e Luiza

Zilu Camargo

Depois de 3 semanas sem ver o meu namorado graças aos compromissos inadiáveis que ele teve no supermercado de que é dono nos EUA, nos encontramos em São Paulo para um jantar romântico. Tudo ocorreu bem, a comida estava agradável, o vinho harmonizou perfeitamente e a companhia dele me fez bem.

Ao voltarmos para casa, ficamos nos atualizando sobre a vida um do outro e conversando amenidades no quarto, e quando me dei conta, estávamos aos beijos na cama.

Ao desenrolar da situação, nada parecia certo, os toques não me arrepiavam como antes, a barba dele que começava a crescer e estava em constante contato com a minha pele me causava uma irritação fora do normal, e ficar lubrificada de maneira natural parecia ser uma missão impossível com os estímulos que eu estava recebendo. Não porque eu não o amasse ou não sentisse desejo por ele, mas sim porque a minha cabeça estava com os pensamentos ligados a outra pessoa.

Briguei mentalmente comigo por estar com o homem que amo e pensando no que não devia pensar. Na verdade, em quem eu não deveria pensar.

Não era justo com o nosso relacionamento que eu deixasse que um deslize de uma noite afetasse os nossos momentos juntos ou até mesmo a harmonia da nossa relação. Exercendo um grande esforço, tentei focar no que acontecia e fazer com que fosse bom pelo menos para ele. Se eu tivesse sorte, ele me faria esquecer dela.

Fechei meus olhos, e ao receber os beijos dele no meu colo, comecei a pensar em qualquer coisa que pudesse me deixar com o mínimo de excitação, mas nada vinha, a não ser a imagem da Brunet em cima de mim, passando a sua mão macia pelo meu corpo, me olhando com luxúria, me beijando com tanto vigor como se tivesse fome de mim. Ela aqui seria a minha salvação, não tenho dúvidas.

De tanto pensar nela e no que ela fez tão bem comigo, um certo prazer tomou conta de mim e estar naquela situação não parecia ser tão desafiador quanto antes, e sem perceber, eu já estava soltando alguns leves gemidos. Por desatenção ou até mesmo uma dose de irresponsabilidade, falei, ou melhor, gemi algo que não devia.

— Luiza...

— Zilu? — Antonio me chamou. — Por que disse isso? — ele perguntou confuso, era evidente no seu rosto.

— Eu tenho uma entrevista com ela amanhã, é a segunda pessoa que vai no meu podcast, estou um pouco nervosa e o trabalho não sai da minha mente. — Inventei a primeira desculpa que veio à minha cabeça e, por sorte, ele se deu por convencido e não me questionou mais.

No dia seguinte...

Após ter falado em voz alta o nome da mulher que atormentava meus pensamentos, a coisa que eu mais queria era esquecê-la, mas as coisas não seriam tão fáceis para mim. Há um mês, Wanessa sugeriu na frente de todos que eu convidasse a Luiza para o meu novo programa e eu não tive como me esquivar. O que eu poderia dizer? Ela é uma pessoa com uma história de superação admirável, palestrante, mãe, uma mulher fantástica e possui o perfil bastante similar ao das minhas outras convidadas. A única objeção plausível que eu poderia citar para não a ter em minha frente seria que tivemos um breve envolvimento na noite antes do casamento, mas esse é um assunto delicado demais e eu não ouso dividir com nenhum dos meus filhos. Tive que a convidar.

A contragosto, me arrumei e fui até o estúdio de gravações, acompanhada do meu nervosismo. Essa seria a segunda vez que nos veríamos depois do que aconteceu na despedida. Na primeira vez, nos vimos no open house que minha filha e a Yasmin organizaram para apresentar a nova casa para a família e os amigos mais próximos. Nosso contato foi breve, ela apenas se aproximou de mim enquanto eu conversava com Camilla e Yasmin, segurou com leveza minha cintura e deixou um beijo em minha bochecha. Ao se afastar, teve a audácia de perguntar se eu estava bem. Como resposta, eu disse apenas um "sim", mas por dentro eu tinha várias respostas possíveis para aquela pergunta, como: "Não, eu não estou bem! Ao todo, faz 2 meses que só sei pensar em você." Ou "Eu estaria melhor se a sua boca escorregasse um pouco para o lado e fosse ao encontro dos meus lábios como naquela noite". Sem sombra de dúvidas, o meu simples "sim" foi a resposta que mais cabia naquela situação.