1 Destino batendo á porta, basta entrar

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PLAYLIST: ALÉM DA VIDA por PRISCILLA S...

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CAROLINE

O inverno se anunciava com ventos mais intensos, especialmente naquela noite. A medida que caminhava em seu jardim, descontraída, sorvia cada brisa mais fria que lhe beijava. Esguia e harmoniosa, usava apenas uma blusa fina de seda e calças sociais, uma vestimenta tão simples quanto o propósito de sua caminhada. Tinha os pés descalços, trazendo nas mãos seus sapatos, pois adorava sentir a grama impecavelmente aparada sob seus pés... uma maneira de sentir-se livre. Para muitos, aquela temperatura poderia ser desconfortável, mas não para ela. Adorava a sensação da brisa gélida arrepiando seus pelos e aguçando seus sentidos.

Em determinado momento, parou com a cabeça levemente erguida, cerrando os olhos e relaxando os braços, apenas experimentando o que a noite lhe oferecia. ''Eu mereço esse momento, não mereço?'' Indagou em pensamento. Em sua mente uma lembrança surgia, parecia tão antiga quanto às pedras que resguardavam seu jardim, mas Caroline a matinha ali, intacta. Ela sabia que havia procrastinado suas obrigações para aquele dia, mas se tinha algo que havia aprendido ao longo dos anos, era apreciar os pequenos prazeres, principalmente os que lhe traziam paz.

Um vento mais ousado bagunçou seus cabelos, dissipando seus devaneios. Contemplou a lua cheia que a encarava, destacando ainda mais a tez branca. Ela apreciava o luar como poucos, deixando que a luz lhe tocasse. Conferiu as horas e decidiu com pesar que precisava retornar aos seus afazeres. ''Melhor acabar logo com isso''. Suspirou resignada e dirigiu-se até o imenso portão de ferro que abria caminho por uma trilha de tijolos, terminando na deslumbrante escadaria de sua casa. No topo, virou-se contemplando seu jardim e toda tranquilidade que ele inspirava. Observou a neblina que beijava a copa das árvores mais distantes, uma visão inquietante e misteriosa. ''Vamos lá.'' Despediu-se de seu passeio noturno e se obrigou a entrar em casa.

Na imponência de seu interior, ativou o sofisticado sistema de segurança que lhe garantia proteção, uma vez que sua propriedade ostentava todo o prestígio e poder aquisitivo que possuía. Tratava-se de uma magnífica mansão que fora construída sobre as ruínas de um antigo castelo remanescente dos tempos medievais franceses, trazendo em sua arquitetura toda a grandiosidade de sua história. Contudo, ela não abria mão dos confortos modernos e aquela construção representava a perfeita harmonia entre o antigo e o inovador, refletindo assim um pouco do que compunha sua personalidade.

Assim que atravessou sua antessala, foi abordada por uma mulher trajando um terno preto e bastante alinhando. Era um pouco mais baixa do que ela e tinha um porte físico que inspirava segurança. Seus cabelos loiros estavam perfeitamente arrumados numa trança e acompanhavam a firmeza do seu olhar. Suas feições eram perfeitas e faziam dela uma mulher atraente. Mas não para ela.

- Como você espera que eu vá proteger você, saindo sozinha no meio da noite? - indagou impaciente.

Em resposta, um pequeno sorriso se formou em seus lábios, mas não alcançou seus olhos. Apenas lhe tocou o braço, silenciosamente agradecendo a preocupação sincera daquela mulher. Embora ela fosse sua empregada, os vários anos em que trabalharam juntas havia estabelecido uma relação íntima entre elas, uma relação de confiança e amizade. Ela conhecia Caroline como ninguém.

Priscila Daroit era uma ex militar israelense e que trabalhou por anos para o Mossad¹. Tinha treinamento de Elite e era expert em segurança pessoal. Era uma das poucas pessoas que conseguiam se aproximar e conhecer intimamente a dona daquela propriedade imponente.

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