75 A Iniciação

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Uma pressão insuportável foi sua companheira ao despertar, mesmo antes de abrir os olhos. Caroline não conseguia se lembrar de já ter sentido algo assim e estava odiando aquele mal-estar que causava um reboliço em suas entranhas e um latejar desconcertante em sua cabeça.

Suas pálpebras pareciam que pesavam toneladas e a vontade que tinha de sair de onde estava era praticamente nula. Tentou se mover e percebeu que essa também seria uma tarefa difícil. Mas com relutância, abriu seus olhos. A surra que levou da claridade que incidia sobre seu resto a fez gem*r em protesto e levar a mão até seus olhos. Fitou o teto impecavelmente branco e o estranhou de imediato. O teto do seu quarto na Fundação era da pedra original do castelo.

- Onde estou? – Perguntou para si e quando olhou de lado encontrou uma garrafa de água mineral e alguns comprimidos deixados em um pequeno pires e porcelana. Apoiado na garrafa havia uma folha de um bloco de notas com uma única palavra escrita a mão logo após o nome impresso de onde estava. – Bellsbridge Hotel! Estou num hotel? – Pegou o bilhete e leu o que estava escrito ali.

“Beba-me!”

- Mas que merd* aconteceu? – Mas antes que conseguisse organizar seus pensamentos, um gemido logo atrás dela a alertou, obrigando-a a arregalar os olhos virar-se cautelosamente.

- Que inferno! Quem deixou a janela aberta?

- Priscila? O que você está fazendo aqui? – Assustou-se. Mesma reação tida pela morena que automaticamente afastou-se de sua amiga fazendo uma careta de dor potencializada pelo movimento brusco.

- O que está acontecendo aqui? – Priscila olhou apavorada para Caroline e em seguida olhou ao redor. – Não estamos na Fundação.

- Não mesmo! – Sua amiga reforçou o estranhamento que findou por alertar a ambas. – Estamos em um hotel. – Anunciou e entregou a Priscila o bilhete que fora deixado para ela.

- Stella! – Priscila reconheceu a letra dela.

- Finalmente as duas beldades decidiram acordar! – Stella escancarou a porta dupla que separava o quarto do restante da luxuosa suíte que estavam.

- Você nos trouxe pra cá... – Priscila estalou os dedos e fechou os olhos, como se começasse a lembrar de algo. – Estávamos no pub... – Virou-se para Caroline. – Bebemos um pouco além da conta.

- Um pouco? – Stella ironizou já sentando-se na poltrona ao lado da cama e retirando o tênis que usara para fazer sua corrida.

- Sim... O pub... O porre... A briga! – Caroline lembrou-se de tudo em um estalo.

- Briga!? Como assim? – Stella alertou-se.

- Calma Gibson... Não foi nada demais. – Caroline esforçou-se herculeamente para levantar-se e jogar as pernas para fora da cama enquanto consumia todo o conteúdo da garrafa deixada para ela. – Obrigada. – Agradeceu o que lhe fora deixado.

- Sugiro que tome um analgésico. Embora eu não saiba qual o efeito vai lhe causar...

- Nem eu, mais sei como meu corpo reagirá a mais nada. – Espreguiçou-se. – Faz muito tempo que não sinto efeito algum do álcool ou de qualquer outra droga. E olhe que provei todas! – Disse já enfiando dois comprimidos na boca. – Seus sapatos... – Suspirou ao ver os tênis de Stella jogados no chão.

- Está me devendo um par novo. – Bufou cruzando os braços e arrancando uma estrondosa gargalhada de Priscila, que logo transformou-se numa careta de dor.

- Carol... Você arrumou um problemão, pois essa daí tem um ciúme absurdo dos sapatos dela. – Priscila levantou-se e andou cambaleante, apoiando-se nas paredes e vestindo apenas a camisa de botão que usava na noite anterior e sua calcinha.

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