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Enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto, a realidade do que está acontecendo se instala com força

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Enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto, a realidade do que está acontecendo se instala com força. Octávio, com seus olhos cheios de medo e angústia, me observa, e eu sinto uma onda de responsabilidade crescer dentro de mim. Ele era apenas uma criança, e não deveria estar preso em um lugar como este, sendo moldado por um monstro como Viktor.

— Octávio, vai ficar tudo bem— digo, tentando oferecer um pouco de conforto. — Vamos sair daqui, eu prometo.

Ele levanta a cabeça, e por um momento, vejo uma fagulha de esperança em seus olhos.

— Como? — pergunta ele, sua voz trêmula.

— Primeiro, precisamos descobrir onde estamos e como podemos escapar. Viktor pode ter me capturado, mas eu não vou deixar que ele controle a sua vida também.

Levanto-me lentamente, tentando ignorar a dor que percorre meu corpo, e olho ao redor da cela. As paredes são frias e úmidas, e a única iluminação vem de uma pequena janela estreita no alto, quase invisível. O chão está coberto por sujeira e o ar é pesado com o cheiro de mofo.

— Você sabe se há outras pessoas aqui? — pergunto a Octávio.

— Às vezes ouço gritos e barulhos, mas não conheço ninguém. — Ele responde, sua voz quase um sussurro. — Só fico aqui, esperando.

Sinto um aperto no coração. Essa criança não deveria estar esperando por nada além de amor e proteção.

— Vamos fazer um plano. Precisamos encontrar uma maneira de sair daqui e avisar as pessoas que podem nos ajudar. Você tem alguma ideia?

Ele hesita, olhando para o chão.

— Eu ouvi os seguranças falarem sobre um túnel que leva para fora. Mas é muito perigoso, Lilly.

— Perigoso ou não, é a nossa única chance. Vamos descobrir onde fica esse túnel.

Enquanto conversamos, ouço passos se aproximando. O medo aperta meu peito, e eu me agacho ao lado de Octávio, tentando me esconder. As vozes se tornam mais claras, e logo vejo a sombra de um dos seguranças passando pela grade.

— O que você está fazendo aqui? — Um dos seguranças pergunta, a desconfiança evidente em sua voz.

— N-nada — respondo, tentando manter a calma. — Só estava conversando com o menino.

— Você não deveria estar aqui. — Ele avança em nossa direção, e meu coração acelera.

— Espere! — grito, levantando as mãos. — Não machuque ele!

Octávio se encolhe ainda mais, e sinto a necessidade de protegê-lo.

— O que você vai fazer? — O segurança pergunta, seu sorriso se transformando em uma expressão ameaçadora.

— Apenas nos deixe em paz! — grito com mais força do que pensei ser capaz.

O segurança hesita por um segundo, e nesse momento, percebo que é a minha chance. Com um movimento rápido, empurro o corpo do segurança, fazendo-o tropeçar para trás. Octávio, surpreso, se levanta e corre na direção oposta, enquanto eu sigo atrás dele, aproveitando a confusão.

— Não deixem eles escapar! — O segurança grita, mas já estamos correndo pelo corredor escuro.

A adrenalina flui novamente em minhas veias, e com cada passo, sinto que a liberdade está mais próxima.

— Octávio, você sabe onde fica o túnel? — pergunto, enquanto corremos.

— Sim! É por ali! — Ele aponta para uma porta à esquerda, e sem hesitar, seguimos em direção a ela.

Abrimos a porta e entramos em um espaço estreito e mal iluminado. O cheiro de mofo é ainda mais forte aqui, e o chão é irregular. Mas não temos tempo a perder.

— Vamos, precisamos ser rápidos! — digo, puxando Octávio pela mão.

Enquanto avançamos, ouço os passos vindo da escuridão do calabouço envolve o ambiente, mas a presença de Octávio me dá um motivo para lutar. Enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto, sinto uma onda de determinação crescer dentro de mim. Não posso deixar que Viktor e Dafhine ganhem.

— Octávio, você precisa me ajudar — digo, olhando nos olhos do menino. Ele parece confuso, mas há um brilho de esperança em seu olhar. — Você sabe como sair daqui?

Ele balança a cabeça negativamente, e o desespero aperta meu peito. Mas não posso desistir.

— Está tudo bem. Vamos pensar juntos. Se Viktor me trouxe aqui, ele deve ter uma maneira de sair, certo?

Octávio hesita, mas depois de um momento, começa a falar.

— Às vezes, eles vêm aqui e falam sobre uma passagem secreta. Fui avisado para não me aproximar dela, mas… — sua voz vacila. — Eu ouvi eles falando que fica atrás de uma parede na sala ao lado.

A esperança brilha em mim. Se conseguirmos encontrar essa passagem, poderemos fugir.

— Onde fica essa sala? — pergunto, tentando manter a calma.

— Bem, é através da porta que você entrou — ele aponta, e meu coração acelera. A porta ainda está trancada, mas talvez haja alguma maneira de abri-la.

— Vamos tentar — digo, levantando-me e puxando Octávio para ficar de pé ao meu lado. Ele hesita, mas logo se junta a mim, determinado.

Caminho até a grade e ouço os ecos dos passos de Viktor se afastando. É agora ou nunca. Olhando ao redor, vejo uma pequena pedra solta no chão. Agacho-me e a pego, começando a bater com força nas barras da cela.

— O que você está fazendo? — pergunta Octávio, seus olhos arregalados.

— Criando uma distração. Se alguém ouvir o barulho, talvez possamos pegar um dos seguranças de surpresa e fugir — explico, continuando a bater.

Os golpes ecoam pelo corredor, e, para minha surpresa, ouço passos se aproximando. A porta da cela se abre com um rangido, e um dos seguranças aparece, com uma expressão de irritação.

— O que está acontecendo aqui?! — ele grita, mas antes que ele possa se aproximar, eu me lanço para frente, empurrando-o.

Ele tropeça e cai, e eu puxo Octávio para fora da cela.

— Vamos! — digo, e juntos corremos pela passagem que leva à sala que Octávio mencionou. O coração bate acelerado em meu peito, e o medo permeia o ar, mas a adrenalina me impulsiona.

Entramos na sala escura, e logo avisto a parede que Octávio mencionou. Com a força do desespero, começo a empurrar e bater na parede, procurando o ponto que possa se mover.

— Ajude-me, Octávio! — grito, e ele se junta a mim, suas pequenas mãos se esforçando para ajudar.

Depois de alguns minutos de esforço, sinto a parede ceder levemente. Um pequeno espaço se forma, e um sentimento de triunfo explode dentro de mim.

— Consegui! — exclamo, forçando a abertura um pouco mais. Com um último empurrão, a passagem se abre o suficiente para que possamos entrar.

— Vamos! — digo, puxando Octávio pela mão.

A escuridão nos envolve, mas ao mesmo tempo, sinto que estamos mais perto da liberdade. Avançamos cautelosamente pela passagem, e a esperança começa a florescer em meu coração. Se Viktor pensou que poderia me prender para sempre, estava muito enganado.

Ainda há uma chance, e eu vou lutar por ela. Para mim, para Octávio e para todos que amo. A saída está lá fora, e não importa o que aconteça, não vou desistir até encontrá-la.

Dança das sombras (Harém reverso)Onde histórias criam vida. Descubra agora