Capitulo 12: Algumas prisões não tem cadeados

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"Neste recinto, que deveria ser um lar, sinto-me aprisionado. Lentamente, vão restringindo tua liberdade, até que te apercebas de que todas as decisões devem ser submetidas à sua vontade. Envoltos em um jogo político constante, ocultam-se por trás de máscaras, encobrindo os segredos familiares sob o manto da moralidade. Cortarão tuas asas e te persuadirão de que não és capaz de voar."

Capítulo 12

Galeria de arte da família Walker

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Galeria de arte da família Walker

Chloe:

Chovia muito. Olhei para o relógio na parede do quarto, eram 15:30. Imaginei que talvez alguém na cozinha pudesse precisar de minha ajuda para realizar as atividades domésticas. Desde que cheguei aqui, eram as pessoas com quem eu tinha maior familiaridade, me sentia entre os meus. A equipe de empregados era muito grande, e eu não conhecia todas aquelas pessoas. Certa vez, a senhora Izabel me disse:

— Querida, você precisa tratar os empregados com autoridade, não os faça pensar que são como você. Esse tipo de aproximação é prejudicial.

Eu não conseguia compreender como poderia ser prejudicial a minha aproximação com outras pessoas, eu me sentia acolhida ali.

Desci as escadas e escutei risadas na cozinha, me surpreendi com o que vi. Thomas estava com uma criança nos braços, caminhando pela cozinha.

— Você precisa fazer mais desses bolinhos de caramelo, Marta. — Escutei sua risada.

— Mas eu fiz trinta bolinhos desses.

Ele segurou a bandeja:

— Não é o suficiente. É tão bom que eu vou comer todos eles sozinho. Eu e esse garotão aqui... — Ele olhou para o menino, que retribuiu com um sorriso no rosto.

— Pensei que estivesse fazendo dieta. Vocês vivem fazendo dieta...

— E quem consegue fazer dieta com você na cozinha?

Ela aproximou-se dele e o abraçou:

— Você não pode ficar muito tempo sem vir me ver. Sabe muito bem que eu vivo fazendo sua comida favorita...

— E por que eu preciso vir te ver se você sabe onde fica o meu quarto? Poderia levar um desses bolinhos para mim na cama, eu iria adorar... — Falou galante.

— E sua mãe irá adorar a ideia. Ela não gosta nem que eu saia da cozinha, quem dirá ir ver você. Não quero perder meu emprego.

— Por Deus, Marta. Você trabalha nesta casa há quase trinta e cinco anos, minha mãe não irá demitir você. Mas, vou agora mesmo falar com ela. — Ele entregou-lhe a criança e saiu da cozinha segurando alguns bolinhos nas mãos. Seus olhos encontraram-se com os meus na escadaria. Ele acenou e continuou a subir as escadas.

— Precisa de ajuda? — Ofereci.

— Não. É claro que não. Eu concluí os serviços mais cedo hoje. Queria fazer esses bolinhos para o Thomas, sei que ele adora. — Ela suspirou e abriu um sorriso.

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