Capítulo 16: Inseguranças

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"Por que o desejo por ela queimava tão intensamente dentro de mim? Por que simplesmente olhar para seu corpo parecia tão proibido? Seus olhos, tão hipnotizantes, desencadeavam em mim um frenesi que me consumia por completo. Ansiava por sentir seus lábios contra os meus, mergulhando nesse êxtase inebriante. Como poderia ela exercer sobre mim tal fascínio avassalador?"

Capítulo 16

Thomas:

Eu aproximei para beijá-la :

- Para. - Sua voz soou pesada: - Não podemos fazer isso, e você sabe melhor que ninguém que é melhor parar por aqui. - Ela estava irritada.

- Você também queria. Você também quer que eu a beije. – Ousei dizer.

-Como pode pensar isso Thomas? Não é você, que acha que eu não sou o bastante para estar em sua família? Eu sou a noiva do Erick, e por mais que você me ache inferior a todos aqui, eu não vivo na mentira, não aceito a infidelidade, e muito menos sou como todas as garotas a sua volta. Não sou mais uma na vida de ninguém, muito menos quero ser mais uma na sua vida. - Sua voz soou como sussurro. Eu me afastei.

-Você não é mais uma Chloe, na vida de ninguém. Não quis chateá-la.

-Porque? Por que amanhã irá tentar me seduzir de novo? Quantas vezes eu preciso lhe dizer que amo meu noivo, seu irmão, a quem você deveria respeitar? Você fala da sua família, mas cheguei à conclusão que você é pior que todos eles -Ela virou-se e bateu a porta atrás de nós...

Eu precisava me desculpar? Será que a magoei? Porque estou me importando tanto com uma garota qualquer?

Eu não consegui dormir. Aquela cena repetiu-se inúmeras vezes em minha mente. Eu por muitas noites pensei que ela fosse como todas as outras. Porque precisa ser tão diferente? Eu deveria sentir-me culpado por desejar a futura esposa de meu irmão?

Chloe

Por que ele tinha esse poder de me ferir? As lágrimas escorriam dos meus olhos e a culpa apertava meu coração enquanto pensava no que aconteceu

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Por que ele tinha esse poder de me ferir? As lágrimas escorriam dos meus olhos e a culpa apertava meu coração enquanto pensava no que aconteceu. Fecho os olhos e durmo abraçada ao cobertor.

Passei a me sentir completamente sozinha. Erick, cada vez mais distante, acorda cedo e vai para o trabalho, voltando sempre quando já está dormindo. Não saímos para lugar nenhum. Sinto que estou vivendo a triste rotina de um casamento em declínio, sem sequer ter me casado. Mas, não posso culpá-lo.

As tardes são bem monótonas e tem chovido muito. Sempre que tenho um tempo, passeio pelo jardim e observo o quanto aquele lugar é bonito. Tenho me dedicado bastante às aulas de etiqueta e percebo cada vez mais o quanto é complicado conviver no meio de pessoas ricas.

Passei a evitar completamente a presença de Thomas. Às vezes, sinto que ele deseja se aproximar. Mas, eu não quero... Às vezes, fico imaginando: e se... aquele beijo tivesse acontecido?

E quase três horas da manhã, escuto os passos no corredor. É o Erick chegando do trabalho, mais uma vez... Tão tarde. Não temos conversado muito e eu sinto a falta dele. Eu me levanto da cama e vou em direção ao quarto do Erick. Ele estava tirando o paletó e colocando sobre a cama de casal no seu quarto. Ele virou-se para mim e sorriu:

-Oi, meu amor... Está tudo bem?

Eu aproximo-me dele e dou-lhe um abraço. - Você parece estar cansado.

-Estou cansado, tenho tido muitos problemas na empresa.

-Porque vocês precisam de tantos talheres para comer? E de tantas taças?

Ele abriu um sorriso: - Venha cá. - Puxou-me pelo braço, fazendo-me deitar com a cabeça em seu peito.

-Fique aqui comigo... - Sussurra em meu ouvido e eu sinto meu corpo estremecer.

-Deixa eu pensar... Acho que posso fazer esse sacrifício por você.

Deitamos na cama no escuro e ficamos olhando para o teto do quarto. Era o silêncio mais gostoso do mundo...

-Eu sempre quis ter uma casa na árvore. - Comentei quebrando o silêncio.

-Você gostaria de morar em uma casa na árvore ou gostaria apenas de ter uma casa na árvore?

- Eu queria morar em uma casa na árvore. - Respondi dando risada.

- Vamos casar. Ter dois lindos filhos... Eles vão crescer e ir para uma boa faculdade. E então, eu e você vamos abandonar a civilização. Vou comprar o maior pedaço de terra possível e construir uma casa na árvore para nós dois.

-Vamos ser velhos.

-Então podemos nos casar e eu mando construir uma casa na árvore para passarmos o final de semana. - Eu me aproximei dele. Seu cheiro era reconfortante... Segurei-lhe o pescoço e beijei-lhe os lábios. Ele deitou sobre mim, passou a mão pelo rosto e sussurrou: - Te amo mais do que palavras podem expressar... - Ele virou o meu rosto com carinho e seus olhos se encontraram com os meus naquele quarto escuro: - Nem sempre eu sou o melhor homem, mas eu queria muito que você soubesse que que...

Eu passei a ponta dos meus dedos pela sua barba rala e levei minha mão para seus cabelos volumosos... - Amor...

-Chloe... Eu já cometi centenas de erros nessa vida, as vezes quando deito para dormir, sou assombrado pelas coisas que eu já fiz. Desde que eu era criança... Eu nunca tive paz. Eu cresci ouvindo o meu pai dizer que para conseguir o que quer é preciso fazer o que for preciso, mesmo que isso signifique passar por cima de tudo e durante muito tempo, eu fui como ele...

-Eu não conheço a sua família há muito tempo, mas você não me parece como o seu pai.

-Talvez você tenha razão, eu não sou exatamente como o meu pai, porque ele e minha mãe são mais corajosos do que eu jamais fui na minha vida... Eu queria ter tido coragem para ter feito um milhão de coisas que eu não fiz... Mas, te prometo uma coisa... Quando nos casarmos, eu quero recomeçar minha vida com você, vamos sair para lua de mel e quando voltarmos, eu quero me mudar para longe, talvez para outro país e eu vou te dar a melhor vida que eu puder.

-Porque quer ir embora? Você parece feliz aqui...

-Eu passo a maior parte do tempo enterrado em papelada, resolvendo os problemas criados pelo meu pai, nessa loucura de ganhar a eleição. Eu não sou feliz, eu não faço o que eu amo e nem tenho uma vida que me orgulho. Eu não quero que diga nada a eles... A ninguém, mas quero que comece a pensar em algum lugar no mundo que gostaria de morar, eu vou comprar uma casa e te levar embora.

Eu segurei a sua mão sobre a cama... E contive a minha vontade de dizer a ele o quanto me sentia aprisionada naquela casa com todas aquelas decisões impulsivas. Pensar em ir embora para um lugar que fosse só nosso me causava um sentimento de alívio...

- Obrigada por cuidar de mim.

-Você é a coisa mais importante que eu tenho. - Ele levou minha mão para seus lábios e as beijou carinhosamente...

Em seguida curvou-se sobre mim... Senti suas mãos descerem pelo meu corpo, seu perfume inebriante era gostoso demais, eu passei minhas mãos e continuei a afundar os meus dedos em seus cabelos volumosos. O beijo começou delicado, como uma brisa suave em uma manhã de primavera, mas logo se transformou em uma tempestade de paixão. Senti o calor do seu corpo, o sabor doce e tentador dos seus lábios, e o toque firme e ao mesmo tempo gentil das suas mãos segurando meu rosto. Cada movimento era uma sinfonia de sensações, cada segundo uma eternidade de felicidade. Eu estava totalmente rendida em seus braços... Cedida aos seus desejos... 

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