A vida que eu pedi...
É mais difícil de conseguir do que eu imaginei.
Capítulo 76
Dylan:
Eu observo o rosto sereno da garota deitada sobre a maca. Tão linda! Eu poderia observá-la por horas. Desde que ela chegou, abriu os olhos apenas duas vezes, e seus ferimentos me fizeram adormecê-la com medicamentos. O que será que houve? Foi trazida por desconhecido que a encontrou ferida em uma calçada... Tão jovem. Tão guerreira.
Eu escolhi cursar medicina quando o meu pai faleceu de uma doença terrível. Eu sempre senti na pele o quão devastador uma enfermidade pode ser para uma família e o meu propósito de vida sempre foi trabalhar para tentar levar um pouco de paz para as famílias.
Nos últimos anos fiquei preso ao hospital. Se você me perguntar quais são os principais restaurantes, bares e ambientes de entretenimento da cidade, não vou saber te responder... Desde que eu me formei não existe uma vida longe disso aqui.
A garota não está sozinha. Está grávida. Carregando uma vida tão pequena e tão guerreira.
Na sala de descanso do hospital eu observo a televisão ligada, algo que é raro de acontecer... Geralmente os médicos estão cansados demais e só querem dormir. Mas, hoje essa janela para o mundo de fora me trouxe uma informação que eu precisava: a paciente desconhecida é uma moça desaparecida.
Chloe:
O Thomas está andando de um lado para outro. Parece aflito. Nervoso.
Seu irmão acabou de falecer e a sua irmã está desaparecida. Posso ver em seus olhos que o seu mundo está desabando.
-Eu devia tê-la trazido conosco. - Sua voz expressa uma mistura de culpa e raiva.
-Conseguiu falar com a Izabel? Existe qualquer chance delas estarem juntas?
-A Izabel não me atende, já tentei de tudo. O John disse que ela pegou as coisas dela de madrugada e foi embora sem despedir. A Kate ficou na casa. Eu não sei mais o que fazer... - Ele passou as mãos pelo rosto e pegou o telefone mais uma vez: - Eu não sei mais para quem ligar.
O telefone tocou. Ele atendeu. Sua face aliviou e eu fiquei ansiosa para saber do que se tratava...
-Ela está no Hospital. O doutor viu o noticiário. Precisamos ir.
Eu tinha estado ali algumas horas atrás para a minha consulta com a minha terapeuta, passei muito perto do quarto onde ela estava internada.
O doutor de cabelos volumosos e olhar vibrante se aproximou assim que o Thomas se identificou na ala da internação:
-Eu agradeço a Deus por essa coincidência. Já estava ficando aflito. Eu iria esperar ela acordar para relatar algo, já que não tinha um documento de identificação e pelos hematomas imaginei que fosse caso de polícia.
-O que houve com ela?
-Não sabemos ao certo, tudo indica que ela sofreu um acidente de carro.
-Ela não sabe dirigir...
-Podia estar no banco da frente. Tenha ferimentos nos joelhos e sinais de uma forte pancada na cabeça... O motorista provavelmente se machucou um pouco também.
-E quanto aos ferimentos? O que aconteceu?
-Alguém a encontrou na rua e ligou para emergência. A pancada que ela sofreu foi forte, ficou muito tempo exposta ao frio e quando acordou teve uma crise de choro. Não conseguiu nos contar o que houve. Essa moça passou por muita coisa.
-Acabamos de perder o nosso irmão.
-Meus pêsames. Eu sinto muito... Eu gostaria de dizer que estou muito surpreso que ela não tenha perdido o bebê.
-O que? Ela está grávida? - Até o momento eu havia ficado em silêncio observando a conversa dos dois. Quem poderia ter feito tanto mal para a Kate? Talvez o ex namorado? Ela estava grávida? Esperando um bebê?
-Ela não contou a vocês? Eu não sei como essa criança sobreviveu. Ela terá uma gravidez de risco. Vamos precisar ter muito cuidado.
-O senhor está enganado doutor. A minha irmã não está grávida. Deve ter confundido o exame com o de outra pessoa.
-Thomas é possível sim. Lembra, ela namorou aquele rapaz...
-Está falando do Pablo? Não é possível. Eu fiz de tudo para protegê-la. Eu fiz de tudo.
-Tom... É um bebê. Ela vai pra casa com a gente e vamos cuidar dela e do bebê.
-Vamos tirar a medicação aos poucos... Vou tentar acordá-la em algumas horas e fazer novos exames para saber como ela está.
-Obrigada Doutor.
O Thomas estava sentado debaixo da árvore colorida do jardim do hospital. Seu olhar parecia perdido entre as cores das flores ao redor... Ele estava tentando processar os acontecimentos dos últimos dias.
Eu me sentei ao seu lado... - Tom... - Segurei nas suas mãos e me deitei com a cabeça em seu ombro.
-Acha que ela vai ficar bem?
-Sim. Acho que ela vai ficar bem e a criança também. Ela deve ter tentado sair de casa quando soube da morte do Érick...
- O Pablo se envolveu com ela para se vingar de tudo o que a Stela passou com o Erick. Eu nunca concordei com esse relacionamento.
-Você não tem culpa!
Ele me envolveu em um confortável abraço... - Amor, tudo o que eu queria era poder recomeçar e ter uma vida normal... Ver a Kate bem e...
-Vamos ficar bem...
Ele cheirou o meu cabelo e me deu um beijo no rosto: - Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu não tenho a menor ideia do que estaria fazendo agora se não fosse você.
Ele se afastou e limpou uma lágrima que escorreu de seus olhos com as mãos.
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Aliança Perigosa
RomanceAliança Perigosa "A Noiva do Meu Irmão" Em seus devaneios mais românticos, jamais imaginara que o destino reservaria uma trama tão intrincada. Um amor inocente, tão puro quanto a aurora, agora se desdobra em uma teia de perigos imprevistos. Um noiva...