Aliança Perigosa

Capítulo 90: A Noiva do Meu Irmão

Eu fiquei ali mais alguns dias, às vezes sentia falta da Kate e da Stela e me pegava imaginando como estariam.

Hoje em especial, todo meu nervosismo era pelo meu reencontro com o Thomas. Marcamos de nos encontrar em um hotel, era meio termo para ambos... Aquela conversa precisava acontecer. Nosso reencontro deveria ser especial.

Eu pedi uma taça de vinho e bebi lentamente escutando uma música melancólica no bar do hotel. Eu sabia que o Thomas iria demorar para chegar e sentia que precisava me preparar para aquela conversa. Mais uma taça. Só mais uma taça.

Entre risos e bebidas com desconhecidos me lembrei que talvez ficar bêbada para me encontrar com o meu namorado e falar sobre nosso relacionamento não era uma boa ideia.

Eu fui até o quarto sentindo o cheiro agradável de ambiente confortável, pedi um prato de comida que e decidi tomar um banho. A sensação foi tão gostosa. Vesti uma camisola decidida a me jogar na cama e dormir, esperá-lo talvez levaria algumas horas...

Eu abri a porta do quarto sonolenta e ali estava ele...

-Erick... - Sussurrei. - Como? Você deveria...

-Eu vim aqui para te ver. Eu prometo que é a última vez que você vai me ver na vida, mas eu precisava te ver...

-Como? - Eu sentia que as lágrimas estavam prestes a escorrer de meus olhos.

-Eu sei que eu te machuquei. Eu escondi coisas que eu não deveria... Eu me envolvi com você para realizar um plano da minha mãe, mas... Eu me apaixonei. Estar com você era como flutuar e... Ter paz. Eu não fui a melhor pessoa do mundo, mas eu te amei... Eu ainda te amo, porque você foi a melhor coisa que me aconteceu. E eu vou embora, mas quero que saiba que eu quero que você seja a mulher mais feliz desse mundo, porque eu sei que nunca vou amar alguém ou sentir por alguém tudo o que eu senti por você. - Ele levantou-se e me beijou no canto dos lábios.

Eu o abracei... Senti o cheiro de seu perfume, senti as lágrimas escorrendo dos meus olhos...

-Você não pode ser real... - Sussurrei.

-Seja feliz, Chloe.

As batidas na porta me despertaram daquele transe.

Eu fui até lá:

-Tudo bem senhorita? Eu trouxe o seu pedido.

- Pode entrar.

Voltei para perto da cama... Ele não estava ali. Maldito efeito da bebida... Me joguei sobre a cama e adormeci...

Eu simplesmente adormeci...

Acordei assustada às 3:00 da manhã, me sentia cansada... Eu olhei no aparelho de celular e vi algumas mensagens do Thomas, ele havia chegado.

-Ainda está aí? Ou já dormiu?

-Eu estou aqui... Um pouco sem sono e esperando para por você.

-Podemos nos encontrar agora? - Perguntei.

-Eu vim de tão longe, só para isso.

-Vou me trocar, te vejo na praia.

- Precisa mesmo?! Estou te esperando...

O cheiro do mar...

O barulho das ondas...

Me lembrei da noite em que passamos acordados.

Ele estava ali, vestido com uma camisa branca, tão lindo...

Eu o abracei... Senti que iria desmontar.

-Aconteceu alguma coisa?

-Eu sonhei com o Erick. Sonhei que ele vinha me ver... E acordei assim...

Ele me segurou pela mão e caminhamos pela orla da praia... Em silêncio. Em silêncio.

-Chloe... Eu tenho algo para te contar...

-Me diga, o que você tem para me contar...

Ele me olhou nos olhos parecia hesitante...

-Eu... Quero me desculpar por ter mentido para você.

-Thomas, você foi a melhor coisa que me aconteceu.

-Mas...

-Eu olho para você e sei que mentiu para mim. Então, me lembro que, tudo o que mais me machucou na sua família foi o fato de tentarem me controlar. Eu te amo, eu te amo muito... Mas, eu queria tanto ter uma vida comum e fugir de tudo o que me lembra de uma vida cheia de mentiras e escândalos.

Ele beijou-me o cabelo... - Hoje eu senti saudade da nossa primeira dança, quando só existia, eu e você e a sensação de que era tudo o que eu queria para o resto da minha vida. - Ele passou a mão pela minha cintura: - Talvez, nunca tenha se dado conta, mas... Eu sou o homem que matou centenas de pessoas, Chloe... Sem dó e sem piedade, simplesmente porque as achava que precisavam morrer. Eu fui o homem que fez de tudo para que fosse embora e cobiçou ardentemente a noiva do meu irmão... Eu fui o homem, que nem sequer chorou a morte do pai e do irmão, mas atracou-se em seus lábios esperando por redenção. A única queixa é de eu ter lhe poupado detalhes? É por ter mentido?

-Você sempre foi o meu melhor amigo... Eu...- Senti as lágrimas acumularem no canto dos meus olhos.

-Eu nunca fui seu amigo, desde a primeira vez que eu vi você entrando naquela casa, eu a quis para mim. Eu pensei em todas as possibilidades para fazer você largar dele e ficar comigo. Tudo o que eu sempre fiz, foi porque eu queria você para mim...

-Mas porque mentiu? Eu não entendo...

-Porque esse sou eu. Todos esses dias tenho me esforçado para ser quem eu não sou para me tornar o homem que você merece... E ainda sim, eu preciso te pedir perdão. Eu te amo ardentemente, mas você sempre vai ser a noiva do meu irmão. - Ele me deu um beijo lento sobre os meus lábios... - Eu espero que um dia entenda o que realmente você significou para mim, mas em prol de tudo... Eu preciso te deixar ir.