Capítulo 27: Vasos de flores na prateleira

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Oferecer flores a uma mulher após magoá-la é como um gesto de redenção, uma tentativa de dissolver as mágoas no doce perfume das pétalas. O aroma delicado das flores tem o poder de acalmar corações feridos, envolvendo a alma feminina em uma aura de perdão e renovação. É como se cada flor fosse um elo de paz, uma promessa de um recomeço onde as cicatrizes do passado se desvanecem diante da beleza efêmera da natureza.

Capítulo 27

Erick

Eu continuei a bater na porta. Sem respostas. Sem palavras.

-Abra essa maldita porta! - Gritei pela milésima vez.

-O que aconteceu? - Escutei a voz da Kate atrás de mim, ela parecia estar com sono.

-Como sempre o Thomas estragou tudo.

- Ele foi até lá? Estragou o jantar romântico de você e da Chloe?

- Sim, Kate... Ele estragou o jantar. - Respondi quase aos gritos.

- Então converse com a Chloe... Ela precisa entender que você não tem culpa do nosso irmão ser um idiota.

- Você não está entendendo... - Falei aos gritos encarando-a: - A Chloe e o Thomas viraram amiguinhos, Kate. Você não percebe? Essa manhã os dois estavam na biblioteca contando histórias...

- E você está com ciúmes? - Ela disse com um sorriso no rosto. - Aquela mulher ama você, irmão... E provavelmente está se esforçando para se dar bem com o Thomas por sua causa.

-Eu convidei o Thomas para ir no jantar para apresentá-lo a amiga da Chloe... - Respondi tentando explicar a ela a situação.

-Então o amigo que você levaria ao jantar era o Thomas?

-Sim.

- Você mentiu para ela. - Acusou-me nervosa: - Hoje ela estava tão feliz por sair com você. Poderia ter dito a verdade a ela.

-Ela não aceitaria, Kate. Ela não aceitaria...

-Tem tanto medo assim que o Thomas fique com a Chloe? - Ela parecia assustada com aquela possibilidade.

-Não, Kate... Eu temo que o Thomas a convença a ir embora. Mas, essa é uma história que você não vai entender.

-A Chloe precisa de um tempo, não a pressione. Ficar gritando na porta do quarto não vai impedir ela de fazer o que ela quer fazer.

-Ela quer ir embora... Você não está entendendo. - Falei desesperado.

-Ela não vai embora. Mas, caso decida ir... Não pode impedi-la a força. - Sim, eu posso sim. Mas, você não vai entender.

-Kate...

-Eu vou voltar a dormir. Pare com isso, por favor. - Ela pediu virando as costas e seguindo pelo corredor.

Eu entrei no quarto, estava nervoso. Como podia ter deixado a situação chegar naquele ponto? Joguei o celular sobre a cama e comecei a andar de um lado para outro conduzido pela ansiedade.

- Preciso falar com você. Abra essa porta. - Escutei a voz de minha mãe do outro lado.

Eu abri a porta e a encarei. Seu desgosto estava óbvio.

-Quando você vai parar de ser tão infantil? - Eu dei espaço para que ela entrasse.

-Quando o Thomas parar de me provocar.

-O Thomas? - Ela riu. - Seu irmão se encontra em uma situação delicada, não consegue perceber? - Ela deu uma pausa olhando atentamente ao redor do quarto: - Se ele contar a verdade a ela, sabe que seu pai a matará. Se ele não contar a verdade, terá que sentar e assistir ela caminhando lentamente para os seus braços. Seu irmão não é bobo, sabe muito bem o que acontecerá depois.

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