Aliança Perigosa
"A Noiva do Meu Irmão"
Em seus devaneios mais românticos, jamais imaginara que o destino reservaria uma trama tão intrincada. Um amor inocente, tão puro quanto a aurora, agora se desdobra em uma teia de perigos imprevistos. Um noiva...
"Recuso-me a conceder, no entanto, uma voz interior clama em desatino por um simples toque dos teus lábios."
Capítulo 10
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Chloe:
Entrei para o meu quarto em lágrimas. Eu queria esquecer toda a dor que senti no passado. Não conseguia parar de chorar, queria compreender os motivos pela qual Thomas tentava a todo custo, estragar a minha vida. Como um homem poderia ser tão cruel a ponto de estragar a única coisa que eu tinha? Como ele poderia me conhecer? Será que ele havia contratado alguém para me investigar? Que tipo de homem era Thomas Walker?
Eu amava o Erick. Queria me casar,ser feliz com ele e esquecer, apenas esquecer o que havia acontecido.
Acordei com o barulho da chuva e fazia frio, muito frio. Me agasalhei e sai do meu quarto, passei pelo corredor e notei que todos ainda estavam dormindo. Me sentei no sofá da sala, e fiquei ali, observando aquela decoração luxuosa. Será que meu pai me odiaria por estar me casando com um homem rico como o Erick? Nunca escutei nenhum tipo de discurso que me fizesse acreditar que ele odiaria alguém simplesmente por ter dinheiro e pensar nisso me fazia sentir nojo.
Ouço então, que alguém desce as escadas... Thomas está envolto em um casaco branco sobre roupas pretas e bota. Ele me olha com um olhar indefinido e... Simplesmente me dá as costas. Meu coração disparou e eu, eu... Sinto uma vontade de ir até ele. Mesmo estando com muita raiva, queria explicar que não sou quem ele está pensando. Queria justificar a ele que existe um grande mal entendido em toda aquela história que ele sabe sobre meu passado, mas ele passa por mim sem dizer nada.
-Conseguiu dormir, minha querida? - Erick estava lindo, vestido com trajes de frio, mas eu não havia notado que ele estava ali me olhando da porta do corredor. E que olhar.
-Sim, só acordei cedo. - Eu sorri, tentando disfarçar que havia passado a noite chorando. Ele caminhou e sentou-se educadamente ao meu lado, me fazendo pousar sobre seu braço, por um minuto tendo a sensação de que aquele era o melhor lugar do mundo.
-Está tudo bem? – Ele perguntou beijando-me o rosto.
-Sim... Posso te fazer uma pergunta?
-Quantas quiser princesa.
-Você tem algum segredo? - Perguntei encarando-o. As palavras do Thomas ainda ecoavam em minha mente.
-O que quiser saber sobre mim, eu lhe digo amor, só perguntar.
-Você me ama?
-Claro que eu te amo. - Ele retribuiu com um sorriso, me beijando em seguida.
Sentamos na mesa para tomar café e eu me senti confortável em estar perto do Erick, mas ao mesmo tempo desconfortável em sentar-me junto ao Thomas que me ignorou por completo. Sem dizer uma palavra ele tomou seu café de cabeça baixa. Aquilo me incomodou profundamente. Enquanto pensava...
Eu estava tão dispersa que mal prestei atenção na Izabel e na Kate conversando sobre uma marca de sapato. Eu estava apenas existindo.
-Amor, eu irei com meu pai, ver alguns documentos na empresa. Tudo bem? - O Erick perguntou sorrindo.
-Está bem. - Ele me deu um beijo rápido e saiu.
Thomas saiu logo atrás de Erick. A Kate trancou-se no quarto para assistir suas novelas favoritas. Izabel recebeu visitas. Era o momento perfeito para entrar no escritório e vasculhar as coisas do Thomas para saciar a minha curiosidade sobre ele.
Comecei a vasculhar os papéis dentro da cômoda. Encontrei um documento dentro de uma das gavetas:
Empresa G. I. A.
Proprietário: Thomas Nicolas Walker.
Supervisor: Jordan White
Jordan White. Eu li esse nome novamente para ter certeza do que estava vendo. Que droga! Ele realmente conhecia meu pai. Mas, porquê? Eu nunca nem sequer ouvi falar do nome daquela família antes de conhecer o Erick... O que meu pai poderia ter a ver com aquele homem?
Anotei as informações principais em um papel e guardei no bolso da calça jeans. Em seguida a porta do escritório se abriu:
- O que faz mexendo nas coisas de meu filho? - Ela foi dura. Seus olhos cheios e fúria me encaravam. Eu respirei fundo tentando encontrar alguma explicação para ter entrado ali.
-Eu... Eu... – Eu tentei me explicar. Certa de que de qualquer maneira ela entenderia errado.
-Eu pedi para que ela pegasse um documento para mim. - o Thomas apareceu do nada ali. Ele não tinha ido para empresa?!
-Me desculpe querida, eu pensei que... Será que gostaria de tomar um chá? - Fiz que não com a cabeça e ela me deu um sorriso sem graça antes de sair do escritório.
O Thomas encostou a porta e caminhou em minha direção. E seus olhos fortes e intimidadores, foram substituídos por um misterioso sorriso.
O que faz aqui? - Perguntei dando alguns passos para trás me encostando a estante de livros sentindo o meu coração disparar dentro do peito.
-Eu que deveria fazer essa pergunta. Não?! O que faz aqui?
-Sabe tanto sobre mim, é justo que eu conheça um pouco mais sobre você. Não acha?
-E por que quer conhecer mais sobre mim, Chloe?
-Você me assusta! - Fui sincera.
Ele se aproximou, sem perder o contato visual, encostando suas mãos ao meu rosto: -Você tem medo de mim? - Senti uma corrente elétrica percorrer o meu corpo.
-Eu não te conheço. - Falei baixinho, quase sussurrando.
-Chloe, se entrou aqui, esperando uma família, como a que tinha com seus pais, está muito enganada. Não pode substituir o que está sentindo, não agora. E eu entendo que as coisas não estejam sendo favoráveis a você, mas minha intenção não é fazer com que me odeie.
-Por que está falando assim comigo? Por que me trata assim? Eu nunca te fiz nada... - Meus olhos se encheram de lágrimas que se escorrem por minha face amargurada.
-Eu conheço a sua dor. - Ele disse... E isso pareceu tão sincero. - Eu conheci seu pai. Eu sei que você perdeu sua família e agora quer encontrar o que perdeu. Mas, você não vai encontrar isso aqui.
-Não, você não conhece! - Eu respondi, firme - Pare de agir como se quisesse me alertar. Se quer ser meu amigo, está fazendo isso muito errado.
Ele segurou os meus pulsos, sobrepondo o polegar sobre minhas cicatrizes, e me olhando ainda mais firme: - Chloe, eu entendo que está confusa, com tudo. Mais acho que está desconfiada da pessoa errada. Eu não sou o vilão aqui.
-Então me diga: Quem você é?
-Acho que começamos da forma errada... - Ele me puxou em um abraço, senti o seu perfume envolver-me, então chorei sem saber o que estava acontecendo comigo. Naquele momento me senti segura, estranhamente segura nos braços de um homem que eu não conhecia.
- Não espere muito de mim. - Ele concluiu. - Mas, eu não vou te fazer mal e se você me der uma oportunidade vou provar que está com um conceito equivocado ao meu respeito.
-Eu quero a verdade.
-Você pode confiar em mim?
O quê?
-Confie em mim e terá toda a verdade. -Disse ele olhando fixamente nos meus olhos.
Naquele momento me dei conta de estar atravessando os limites, foi quando me soltei, pedi licença e saí totalmente desnorteada.