Aliança Perigosa
"A Noiva do Meu Irmão"
Em seus devaneios mais românticos, jamais imaginara que o destino reservaria uma trama tão intrincada. Um amor inocente, tão puro quanto a aurora, agora se desdobra em uma teia de perigos imprevistos. Um noiva...
Em meio às tempestades que assolam o nosso caminho, eu permaneceria firme ao seu lado, como uma rocha inabalável diante das ondas tumultuosas do destino. Mesmo que o mundo inteiro se erguesse contra nós, brandindo suas lanças de desaprovação, eu estaria lá, erguendo um escudo de amor e devoção para proteger o nosso vínculo sagrado.
Capítulo 44
Thomas
Eu estaciono no acostamento um pouco trêmulo, abri o porta luva e peguei alguns compridos, eu estava a muitas horas sem dormir.
Disquei o número que consegui na noite anterior e escutei a voz do outro lado da linha:
-Celular da Ste, em que posso ajudar? - Era a tentativa de ser sexy? Caramba que voz enjoada.
-Você trabalha como... - Eu estava procurando o termo mais adequado.
-Garota de programa. - Ela riu. - Não tem problema em falar não, benzinho, se está ligando é porque precisa.
-Quando você cobra? - Perguntei me sentindo péssimo com aquela situação: - Preciso de você o dia todo.
-Mil doláres. Eu sei que é um pouco caro , mas eu faço de tudo.
-Não, não é caro. Onde posso te encontrar?
-Eu não passo meu endereço por questões de segurança, amor, mas você pode me encontrar próximo a estação de trem, se não for muito longe...
-Vou pedir para um de meus homens te encontrar. - Desliguei o telefone sentindo náusea no estômago ao imaginar a possibilidade de me envolver com alguém como ela.
Eu começava a sentir a adrenalina pelo meu corpo, seria uma tarde divertida.
Disquei o número do celular descartável que havia deixado com o Jordan e escutei sua voz preocupada do outro lado da linha: - Thomas...
-Jordan, eu reservei o quarto cento e três e o quarto cento e quatro. Preciso que você busque a Stela na estação de trem como se fosse meu motorista e a acompanhe até o quarto centro e quadro. O Nick estará com as crianças no quarto centro e três e você deve ficar com ele.
-Eu preciso ir buscar a mulher que raptou a minha filha? Crianças? Thomas, você tem certeza que seu plano vai dar certo? Você não acha que irão reparar o movimento estranho no hotel? Eu sei que minha filha corre perigo, mas eu não quero fazer nada errado... Porque se cometermos algum erro grave, vão matar ela e você vai acabar preso.
-A Stela é uma prostituta, vou atraí-la e usar as crianças para conseguir o que quero. Sei que será difícil se controlar para não estrangulá-la no carro, mas faça isso pela Chloe.
-Tudo bem, é a moça da foto?
-Isso mesmo.
Kate:
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O desespero era um vendaval furioso que sacudia as fibras mais íntimas da alma, uma tempestade de angústia que obscurecia qualquer pensamento racional. A mente, em um turbilhão de emoções, clamava por uma solução, por uma salvação que parecia cada vez mais distante.
A atmosfera na residência era uma sinfonia dissonante de caos e desespero, onde cada nota de angústia ecoava pelos corredores como um lamento sombrio. Erick, figura agitada e descontrolada, parecia ser o epicentro dessa tempestade emocional, seus passos frenéticos ressoando como trovões em uma noite tempestuosa.
Enquanto isso, na sala, meus pais despejavam sua aflição em gritos carregados de desespero, como se suas vozes pudessem conter a torrente de emoções que os assolava. A notícia do vazamento da foto, resultado da primeira chantagem do sequestrador impiedoso, era o golpe final em uma sequência de eventos devastadores.
A presença indesejada da mídia, espalhando a imagem de vulnerabilidade de nossa família para o mundo ver, era como uma ferida aberta exposta à voracidade dos olhares curiosos e julgadores. Era como se nossas vidas tivessem sido despidas de qualquer privacidade, expostas à mercê de um público ávido por sensacionalismo.
-A culpa disso é tua, John. Como pode ser tão infeliz a esse ponto? Você leu o que está falando aquela porcaria John? Como pode fazer isso com sua família? - A menção ao nome dele,", era carregada de um tom de reprovação, como se cada sílaba proferida fosse uma acusação velada contra a sua incompetência em trazer alegria e satisfação para a vida de ambos
-Eu já fiz muita coisa errada, eu já traí você muitas vezes, mas aquela manchete é mentira. Eu nunca fui para cama com outro homem.
-Acabou! Quero ver como vai ficar sua carreira política agora? Você sempre moralista, pai de família... Eu to cansada disso. Quer pagar os sequestradores ou está curioso para ver qual a notícia que estará nas manchetes amanhã? Eu falei John...
-Aquele homem é um dos meus advogados, não é porque eu tenho um amigo gay que sou um também. Que povo preconceituoso.
-Ninguém tá te criticando por ter um amigo gay, estão te criticando porque alguém viu você sair de um motel com ele. Um motel. Caralho! Nossa vida está arruinada, você destruiu tudo.
-Isso é armação, você sabe muito bem que eu nunca faria uma coisa dessas... - Foi a vez de meu pai gritar.
-Porque? Porque é um maldito de um homofóbico? Porque alimentou o machismo a vida toda? Eu larguei a minha carreira de artista para seguir os seus sonhos. Eu me submeti a você a vida toda... E o que ganho com isso? A manchete de um jornal dizendo que meu marido tem um caso com o advogado dele?! - Outro grito.
-Você largou tudo porque quis... Porque queria viver do meu dinheiro, eu nunca te obriguei a nada.
-Vocês dois podem parar? - Pedi em lágrimas: - O casamento de vocês sempre foi um lixo, ambos sempre fingiram defender coisas das quais não acreditam e viveram a vida de vocês baseadas em mentiras... Quantas manchetes como essas já não saíram? E você continua aqui, gritando, brigando, mas continua aqui... Eu não entendo como podem agir como se a única coisa que estivesse em questão fosse a vida de vocês... A Chloe está com eles, pode estar sendo torturada, estuprada, judiada... Ela pode morrer. Eu estou cansada disso. - Disse deixando as lágrimas escorrerem de meus olhos.
-Um garotinho deixou essa caixa na portaria... Para quem eu entrego? - Eu peguei a caixa das mãos da empregada e abri. Tinha uma orelha e um pen drive. Eu estava em choque. Todos nós estávamos. O Erick pegou o pendrive e colocou na televisão, assustado.
-Olá família! - A voz distorcida pelo computador ecoou pela sala, era uma situação arrepiante:
- Tudo o que está acontecendo é para que vocês paguem tudo o que fizeram. Vocês gostam tanto de brincar, não é? Brincam com vidas, brincam com sonhos, brincam com sentimentos, brincam com o amor, brincam com pessoas, vocês brincam o tempo todo, divertem-se com as pessoas. Hoje é o meu dia de brincar. Dedico essa brincadeira a cada um de vocês. Esperam que se deliciem. – A câmera foi direcionada para Chloe. Ela estava com os braços amarrados para cima, seus cabelos estavam curtos e o seu rosto machucado... Ela estava desesperada. A mulher loira surgiu na tela com o rosto e parte do corpo distorcidos. Ela disparou alguns tapas contra o rosto da Chloe: - Rostinho de boneca. - Sorriu. - Sabe o que eu vou fazer agora? Aplicar nela aquele produtinho maravilhoso que vocês criaram... Vamos ver como o corpinho da boneca vai reagir quando estiver tendo uma overdose... - Riu.
O meu pai e a minha mãe pareciam paralisados. O Erick quebrava a cristaleira no soco e eu estava enviando o vídeo para Thomas dizendo o quão aterrorizada eu estava.