Capítulo 54: Nós dois sabemos que não está tudo bem...

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No coração de cada amanhecer amargo, onde as sombras dançam em torno das esperanças desfeitas, a verdade persiste, inabalável em sua brutalidade. É a cruel essência da realidade, esculpida nas linhas profundas do tempo, que nos confronta implacavelmente, desafiando-nos a aceitar a sua dura realidade.

capitulo 54

Erick:

O Thomas sempre foi o melhor em tudo. Ele passava horas se dedicando aos estudos, enquanto eu perdia meu tempo jogando videogame. No colégio, ele sempre o garoto que chamou a atenção das garotas e eu o filho rebelde e problemático que passava de ano às custas dos subornos do meu pai. O Thomas foi o primeiro a querer constituir uma família, ficou noivo logo depois de concluir a faculdade: Jussara. Nessa época eu perdia o meu tempo em boates e casas noturnas. Dois irmãos, opostos de todas as formas possíveis. Mas, tudo mudou. Sem a Jussara do seu lado, ele transformou-se em sua pior versão: um assassino de aluguel que fazia o trabalho sujo sem dó e sem piedade. Foi nessa mesma época que eu acabei conhecendo a Stela e idealizando a vida perfeita que teria... Pela primeira vez na vida, eu queria ser uma pessoa normal, casar e ter filhos em uma cidadezinha do interior... Eu me sentia vivo.

Sair de um relacionamento com a mulher pela qual eu estava apaixonado para uma desafiadora missão de conquistar outra mulher pela qual eu não tinha o menor interesse, não foi fácil.

A Chloe estava carente, sem os pais e sem ninguém por perto, eu fiz com que ela se apaixonasse por mim. Eu segui com a minha parte no plano, sem me importar com a vida dela. Mas, agora... Pela primeira vez eu havia experimentado a sensação de perdê-la e havia sido a pior sensação da minha vida.

Eu não sei ao certo o que sinto pela Stela, nossa relação se transformou em caos sem volta. Mas, eu sabia o que sentia pela Chloe e não queria perdê-la.

ver o meu irmão preocupado com ela, ao ponto de colocar a sua vida em risco para salvá-la, havia me tirado do eixo. Nem em seus momentos mais românticos com a Jussara, havia brilhado os seus olhos, como agora... E eu sentia um ódio incontrolável por dentro.

Eu coloquei o buque de flores sobre a mesa  do quarto e  segurei nas mãos da Chloe me sentindo um pouco envergonhada por aquela situação: -Meu amor...

Uma rigidez se instalou em sua face e isso me congelou por dentro

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Uma rigidez se instalou em sua face e isso me congelou por dentro. Eu nem sequer sabia como agir em meio a todo aquele caos.

-Eu... - Ela me olhou nos olhos: - Foi tão difícil...

-Chloe, meu amor... Você passou por coisas terríveis, mas está viva.

-Eu não consigo pensar direito. Não consigo pensar em nada agora. Me entende? Tudo está sendo muito duro pra mim, Erick... E eu não consigo levar esse casamento adiante. - Confessou.

- Sua confusão chama-se Thomas? - Eu não consegui evitar de fazer aquela pergunta.

- Erick, eu só...

-Eu estou com você até o final. Eu prometo. - Segurei a sua mão novamente, ela precisava entender. Precisava sentir que eu não a deixaria.

- Não deveria me fazer promessas.

-Mas, eu prometo. Porque eu amo você...

-Eu sei que você me esconde algo, todo mundo esconde. - Confessou amargamente.

-Está me culpando pelo que aconteceu?

-Não culpo ninguém.

- Por que está me tratando com tanta frieza? Porque sorriu para todos, mas está agindo como se eu fosse um problema? Eu não tenho culpa de nada disso, Chloe. - 

- Me desculpe. Estou tentando me manter viva. Não está sendo fácil.

- Eu não suporto que me trata assim. Cheguei à conclusão que não significo nada para você. Você devia estar feliz em estar viva para se casar comigo. Deveria sorrir porque vamos nos casar...

-Pare. – Ela pediu.

-Parar? Se fosse o Thomas nesse quarto, não agiria dessa maneira.

-Está enlouquecendo? - Perguntou.

- Eu prefiro te ver morta, Chloe, do que te perder para o Thomas. – Falei impulsivamente.

-O que disse? – Ela aumentou a voz.

- Eu não quis dizer... Eu só...

-Mais disse Erick.

-Eu sempre sou o errado. Estou cansado de fazer tudo errado, mesmo quando eu tento fazer o certo.

-Eu não quero brigar com você agora... –Sua voz foi quase um clamor. –Ela virou-se de costas para mim. - Seus cabelos curtos me lembravam de maneira cruel a pessoa que tanto a machucou.

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