Aliança Perigosa
"A Noiva do Meu Irmão"
Em seus devaneios mais românticos, jamais imaginara que o destino reservaria uma trama tão intrincada. Um amor inocente, tão puro quanto a aurora, agora se desdobra em uma teia de perigos imprevistos. Um noiva...
"O egoísmo é o veneno mais cruel que permeia nossas vidas. Barato e acessível, encontra-se em cada esquina, dentro de frascos que vagam pelas ruas, prontos para contaminar os corações desprevenidos."
Capítulo 20
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Pablo:
Ela é linda, doce e inteligente. Sinto o aroma que exala de sua pele e abro um sorriso. Se essa garota soubesse o que causa em mim ficaria impressionada.
É interessante como alguém que tem tanto, é tão carente. Eu seguro suas mãos e evito o contato visual. Ela sempre me faz esquecer de um dos detalhes mais importantes dessa história... Ela é irmã do homem que eu mais odeio nesse mundo.
Seus olhos brilham e ela abre um sorriso ao observar as águas do mar. A praia é o lugar mais romântico que posso trazê-la. O combustível é mais barato que uma reserva em uma restaurante interessante, mas ela parece não se importar. Ela tira as sapatilhas e as meias finas e dança sozinha de braços abertos enquanto sorri de alegria. Não, Kate... Não faça isso!
Ela puxa-me pelo braço fazendo o meu corpo encostar no seu. Pare! Meus instintos naturais são cruéis demais para você... Mas... Pobre dela que não pode ouvir meus pensamentos. Quando seu corpo se equilibra novamente, ela me olha nos olhos e eu odeio isso. Odeio aquele olhar. Odeio aquele sorriso... Odeio aquele sentimento no peito que não consigo controlar.
-Obrigada, meu amor! Você é... - Um sorriso bobo surge em seus lábios enquanto ela tenta procurar as palavras certas: - Tudo o que eu preciso. - Conclui.
Eu levei os seus lábios aos meus e a beijei. Senti o seu corpo estremecer e mordi os seus lábios fazendo-a sorrir ainda mais.
Ela sentou-se do meu lado e ficamos olhando a noite... Eu não sabia muito o que dizer. Ela tinha esse efeito em mim.
-Eu queria poder te dar uma vida melhor. - Na verdade tudo o que eu queria era conseguir ser alguém melhor para ela. Mas, eu não era pessoa.
- Eu não me importo. Existe a possibilidade de conseguirmos lutar contra isso. E se um dia chegarmos ao matrimônio, tudo o que me importará será te ajudar a crescer, mesmo que para isso eu precise deixar tudo para trás.
- Pessoas não vivem de vento. Elas precisam de algum lugar para morar e isso custa dinheiro. Elas precisam comer... E isso custa dinheiro. Elas precisam de uma vida e viver custa caro. Você não entende a importância porque nunca lhe faltou. Mas, amar alguém às vezes não seja o suficiente para você abdicar de tudo, principalmente porque todos têm os seus próprios sonhos e eles também se chamam amor. - Eu disse sem olhar para ela.
- Me senti escutando uma sonata de Shakespeare, um pouco pessimista, mas... - Ela sorriu: - Você está passando por dificuldade financeiras? - Seu sorriso morreu quando eu a encarei.
-Sabe o lugar onde você me conheceu? Eu moro lá... Todas aquelas pessoas de alguma forma precisam de alguma coisa. E eu não quero ser a pessoa que terá que me preocupar se você corre risco de vida por dívida que eu tenho.
Ela abriu a bolsa e tirou a carta, tirou algumas notas e colocou na bolsa, entregando-me. - Tem dinheiro o bastante e a bolsa também vale muito dinheiro, você só precisa ir no lugar certo.
-Kate... Eu não posso aceitar. - Aquelas palavras saíram forçadas e tudo o que eu conseguia pensar era no leite para meu sobrinho que faltava na mamadeira.
- Sim você pode. Eu insisto. - Ela colocou a bolsa sobre meu colo.
-Isso... Isso é um empréstimo. - Eu comentei sentindo a minha voz falhar. Aquilo me matava por dentro.
-Vou me casar com você. - Ela sorriu para mim. Segurou na minha mão: - Eu estive pensando... Se começar a vender minhas roupas, sapatos e jóias, ninguém sentirá falta, principalmente porque eu compro em quantidade e posso ir guardando esse dinheiro. Se eu me casar com você, terei como te ajudar. Talvez a situação mude completamente e...
-Pare. - Minhas palavras foram ríspidas.
Ela abaixou a cabeça, magoada e eu me senti culpado por aquilo. E a envolvi em meus braços e beijei o seu pescoço: - Eu vou encontrar um jeito de me casar com você sem que precise abdicar das coisas que tanto gosta. - Ela sorriu. Virou-se para mim e beijou meus lábios. Segurei o seu rosto com as mãos, antes de beijá-la novamente. Segurei-a pela cintura fazendo a se sentar no meu colo. Seus braços envolveram o meu pescoço e ela sorriu:
-Eu estou um pouquinho nervosa... - Sussurrou no meu ouvido.
-Porque? - Eu sussurrei de volta.
-Eu não costumo estar tão... Próxima de um garoto. - Ela mordeu o canto dos lábios nervosa.
-Eu não sou um garoto, sou um homem. Um homem que vai cuidar de você, sempre que você precisar. - Eu baguncei seus cabelos fazendo-a rir antes de tomar os seus lábios nos meus.
-Eu não sei se estou fazendo a coisa certa... Eu.... - Eu a beijei novamente. Ela seria minha. Eu precisava disso. Precisava saciar o meu maldito egoísmo.
