Capítulo 35: Fuja comigo!

9.2K 624 39
                                    

Ele ergueu os olhos, perdidos na imensidão do seu arrependimento, ciente de que suas palavras ecoavam como murmúrios de uma alma em penitência. "Eu sei que não tenho o direito de te pedir nada depois de tudo o que eu te fiz...", confessou, a voz carregada de remorso. Contudo, na efemeridade do instante, um pedido ousado pairou no ar, como uma prece sussurrada ao vento da reconciliação. "Se eu pudesse lhe pedir para gravar um momento que vivemos juntos...", suas palavras hesitantes revelaram a fragilidade do seu coração, desejoso de redenção. "Eu diria: lembre-se da minha última declaração de amor...", prosseguiu, cada sílaba carregada de sinceridade, como pétalas de rosa desabrochando na primavera da reconciliação. "Tudo o que eu lhe disse sobre os meus sentimentos, era verdade", proclamou, a voz embargada pelo peso das suas confissões, ansiando por um vislumbre de perdão no olhar daquele que ainda fazia seu coração palpitar.

Erick

Ela estava linda. Os cabelos voavam ao vento e ela sorria. Eu gostava de vê-la tão serena... Aquele sentimento era confuso, porque sem notar eu estava sorrindo também.

-Eu tenho um presente para você... - Tirei o bilhete de dentro do bolso na calça e entreguei a ela: - Fiz reservas para nós no final de semana... É o nosso último final de semana antes do nosso casamento. Mas, esse bilhete é para hoje a noite.

-Vamos sair hoje à noite?

-Não. A Julie me ligou e disse que o dia de hoje representava alguma data importante para vocês duas... Eu não entendo a graça de haver uma noite de cinema das meninas, mas ela disse que gostaria de ir. Talvez seja a oportunidade que vocês tenham para se entenderem de vez.

Ela sorriu... Aquele sorriso tão puro e doce. - Sério? Obrigada! - Ela deu um pulinho de alegria.

-Você terá dificuldade para sair da mansão seguindo as regras da minha mãe, então eu precisei fazer um acordo com ela... Eu irei levá-la e quando terminar o filme, me ligue para que eu possa buscá-la.

-Tudo bem... - Ela me abraçou.

Eu abri o estojo do violino e tirei o instrumento que a tanto tempo não segurava em minhas mãos e comecei a tocar Suite nº1 de Bach.

Eu abri o estojo do violino e tirei o instrumento que a tanto tempo não segurava em minhas mãos e comecei a tocar Suite nº1 de Bach

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Uma amarga lembrança surgiu enquanto eu tocava aquela música:

Stela estava vestida com uma lingerie de renda escura, sentada sobre a cama segurando uma taça de vinho. Seus cabelos volumosos a deixavam linda e ela me olhava com aquele olhar sensual, enquanto mordiscava os próprios lábios.

-Não vou conseguir tocar a música se continuar fazendo isso... É mais interessante tocar você. - Ela desceu a alça do sutiã e piscou, os seios avantajados se destacaram debaixo do sutiã de renda.

-Sério? - Bebeu um gole do vinho e sorriu. Ela sabia que era bonita, sabia que mexia com os meus instintos, sabia que me deixava louco.

Eu segurei o violino e sorri: - Considere como uma prova de amor, eu não costumo tocar para ninguém. - Falei vendo-a sorrir genuinamente.

-Nunca tocou para uma garota antes? -

-Não. Eu nunca toquei para uma garota antes. - Respondi.

-Qual o seu critério?

-Amor.

-Então só tocará para outra mulher se você a amar?

-Meu violino é como uma declaração de amor. Só tocarei para outra garota, se eu estiver loucamente apaixonado por ela.

Ela riu: - Vou torcer para que nunca mais consiga tocar para outra mulher.

Eu terminei de tocar aquela música para a Chloe, ela sorriu. Parecia feliz... Admirada. - Estou impressionada, sabia? Você é tão talentoso..

-Eu acho que estou apaixonado por você. - Sussurrei sentindo os seus lábios nos meus: - Amor, onde quer passar nossa lua de mel?

-Lua de mel? Eu não pensei nisso... Imaginei que fossemos passar na nossa casa. - Ela sorriu tímida. Como podia ser tão fofa?

-Não. É claro que não querida... Quero te levar em algum lugar interessante... Europa, Ásia... Você pode escolher o lugar que quiser.

Ela sorriu: - Eu quero que você decida... Eu acho que nem precisava viajar e gastar dinheiro. O casamento já vai ficar tão caro.

-Porque não fugimos juntos? - Perguntei encarando-a. Meu convite a assustou?

-Fugir?

-Depois do casamento. Vamos para um lugar onde ninguém possa nos encontrar nunca mais...

-Porque faríamos isso? - Sim. Ela estava assustada. "Porque eu preciso protegê-la da minha mãe".

-Porque sempre pensei em fazer isso com alguém.

-Isso é estranho. - Ela comentou: - Nunca mais veríamos ninguém? A Kate... Sua mãe?

-Não. Seria apenas eu e você.

-Você está sendo tão radical... - Ela mostrou a língua.

 - Ela mostrou a língua

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Aliança PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora