Capítulo 85: Você falhou como mãe!

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     Izabel

Nos últimos meses a minha vida se tornou um inferno.

Eu me casei com o John quando descobri que estava grávida porque sabia que ele me daria uma vida confortável.

Eu passei anos sofrendo traições e lidando com um casamento em declínio, porque sabia que encerrar a nossa relação terminaria em um caos público.

Eu havia me tornado uma vergonha.

Aquele amargor em minha boca, me trouxe a última memória que eu tinha do John.

A mansão estava vazia...

O cheiro forte do perfume do John podia ser sentido de longe.

Eu não precisei de muito para saber onde ele estava...

O John estava acabado, seus olhos cansados me olharam passar pela porta. Ele tomou mais um gole do uísque sobre a mesa e me encarou:

-Está feliz? O nosso filho morreu! - Ele engoliu em seco.

-Não pode me culpar...

-Não? - Ele abriu um sorriso sínico: - Você se esqueceu de que estávamos indo bem até você se envolver com o meu sócio? - Ele levantou-se da cadeira e caminhou em minha direção: - E quando eu limpei a sua bagunça para nossa família seguir em frente, você... Você destruiu a vida de nossos filhos trazendo aquela mulher pra cá. E agora, nosso filho está morto! - Ele tossiu engasgando-se nas próprias palavras.

-Eu não tive um caso com o Jordan. Eu me apaixonei por ele. Eu passei a amá-lo. Eu só te contei porque eu estava com raiva, porque ele se recusou a abandonar a própria vida pra ficar comigo. Eu implorei pra ele deixar a esposa e ficar comigo. Eu implorei... - Senti a minha voz embargar ao pensar naquela situação: - Você foi tão tolo. Eu sabia que não podia considerar seus impulsos raivosos e acabaria destruindo a vida dele...

-Sua... - Ele empurrou um dos objetos decorativos da mesa fazendo-o se estilhaçar no chão. Eu me assustei. - Como pode?

-Foi por isso que eu trouxe a Chloe pra cá. Minha vida era patética e sem sentido sem o Jordan e eu precisava dar um jeito de me livrar de você. Eu queria tanto destruir você pelos anos que tirou de mim, me fazendo de idiota trazendo essas vagabundas para dentro da minha casa.

-Olha só pra você... - Ele limpou uma lágrima que escorria pelo seu rosto: - Você nos destruiu e por sua culpa nosso filho está morto. Como pôde? - Ele passou as mãos sobre o rosto: - O Erick poderia ter seguido a vida dele, mas não... Você precisava tirar tudo o que ele tinha para fazer os seus jogos?

-Tudo o que ele tinha? Uma prostituta e um filho fora do casamento? Um escandâlo na nossa vida?

-Eu não me importava. - Ele aumentou a voz: - Eu queria vê-los felizes. Eu passei a minha vida toda casado com uma mulher por conveniência... O Erick estava feliz. Ele ia se casar e seguir a vida dele. Você tirou a mulher que ele amava e trouxe a Chloe para nossa casa.

-Ele estava planejando ir embora... Ele ia nos deixar. Acha mesmo que se ele tivesse se casado com aquela prostituta voltaria a nos ver? - Eu aumentei a voz.

-E agora, ele se foi para sempre. A Kate não quer mais saber de nós... E Tom... O Tom, nem se considera nosso filho. E como você se sente? Sabendo que falhou como a sua única responsabilidade... Ser mãe.

Eu senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto...

-John... - Solucei.

-Que droga! Que droga! - Ele deu outro surto de raiva... - Aquela menina separou nossa família, mas você... Você sempre soube que o Tom não aceitaria que ela se casasse com o Erick e ainda sim a trouxe pra cá.

- Erick se apaixonou por ela... Se aquela vadia não tivesse aparecido, ele estaria feliz agora.

-Ele estaria vivo- Ele gritou.

-O único erro que eu cometi foi ter deixado a vadia viva...

-Você não muda nunca... É uma mulher doente.

Eu me aproximei dele e disparei um tapa em seu rosto: - Cala essa boca!

-Izabel me escute. Você está morta. Ninguém se importa com você, seus filhos vivos não querem saber de você. A única chance de recomeçar a vida é fingindo que morreu e trocando de nome.

As lágrimas escorreram de meus olhos.

Eu olhei para o meu celular... Algumas chamadas não foram atendidas.

Eu estava tão pertinho de todos eles.

Ter tirado o Erick da cadeira era a única coisa que eu realmente me orgulhava.

E agora... Eu sentia aquele vazio terrível dentro do peito sem imaginar o que viria a seguir.

Eu deitei sobre a cama e puxei o cobertor quente sobre meu corpo, ficar ali dentada havia se tornado o meu grande refúgio. Eu peguei uma foto na gaveta da escrivaninha do hotel e olhei para o sorriso do bebê... Aquele era o meu neto?

Eu olhei para o teto do quarto sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos... Então a frase do John soou em minha mente: " A única chance de recomeçar a vida é fingindo que morreu e trocando de nome."

Então algo me ocorreu: "Será que... Esse era o melhor caminho? Será que era esse o caminho que o Jordan havia tomado?"

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