Capítulo 41

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Alexis na foto em cima


Patrick

Estava sentado em frente ao bar à mais tempo do que eu sabia contar, o gelo no meu copo já tinha derretido à muitos quartos de hora atrás, o uísque mais aguado do que deveria estar, mas eu bebi tudo de uma vez na mesma, não me importando com o sabor ténue. As pessoas vibravam atrás de mim, dançavam ao ritmo de uma música que eu nem ouvia, o silêncio rodeava-me, era ensurdecedor criando um grito tão agudo nos meus ouvidos que me fazia querer gritar, partir os copos, destruir as garrafas. A sala estava cheia mas ninguém realmente prestava atenção uns nos outros, as pessoas só vinham aqui numa tentativa frustrada de serem alguém, de se sentirem bem enchendo os seus corpos com bebidas que não os farão lembrar de nada, queriam ser alguém mas não se queriam lembrar disso, era triste de facto. Abri a minha carteira, e retirei de lá o pedaço de papel que me perseguia à anos, já estava tão gasto de tanto eu dobrar e desdobrar, que as caras no papel já estavam gastas, mas eu conseguia ver tudo perfeitamente. As caras sorridentes olhavam para mim, desconhecendo tudo o que se viria a passar, como eu queria congelar tudo e ter ficado naquele momento com eles, com a minha família, mas eu segurava a câmara e não aparecia na foto, nem nesta, nem em todas as outras que se seguiram.

-Um homem tão bonito como tu não deveria estar aqui sozinho - Falou uma voz feminina ao meu lado.

A mulher sentou-se ao meu lado no banco alto, vestia um vestido que mal cobria as suas pernas torneadas, o seu corpo era esbelto, a sua cara tinha traços finos e uns lábios carnudos, o seu cabelo escuro descia pelas suas costas, mas os seus olhos verdes foi o que mais me chamou à atenção. Rapidamente guardei a carteira no bolso do meu casaco, e pedi uma bebida ao empregado, que nos serviu rapidamente. Sorri para ela e dei um gole rápido na minha bebida.

-Então sou bonito ah?

Ela olhou para mim de forma sedutora, os olhos baixos querendo mostrar-se tímida, o que claramente não era, mas as mulheres humanas tendiam a fazer isso, a fingir.

-Tu destacas-te deixa-me dizer, problemas com a namorada? - Falou apontando para a minha bebida.

Estávamos noutro patamar, ela queria saber se eu estava comprometido, dou-lhe o crédito muitas mulheres não faziam sequer essa pergunta, elas não se importavam.

Dei outro gole na minha bebida, fazendo o gelo tilintar no copo - Nem perto disso - Sorri para ela e gentilmente pousei-lhe a mão na sua perna desnuda, o que a fez sorrir.

Ela rapidamente entendeu tudo, acabou a bebida num segundo e levantou-se, olhando para trás para ver se eu a seguia. Pousei o copo no balcão, olhando para o empregado que abanava a cabeça para mim, mas ignorei e segui a mulher, cujo nome eu nem sabia. Entrámos no elevador e ela carregou num andar que eu nem vi, antes de ela me começar a beijar. Literalmente tentou esmagar-me contra a parede, o seu corpo colado ao meu, as minhas mãos estavam debaixo do vestido dela, ela gemia contra mim, empurrando-me, testando a gravidade naquele vestido que continuava a sair do sitio. A porta do elevador abriu-se e isso tomou a atenção dela, ela parou e ajeitando-se rapidamente pôs-se ao meu lado, o cabelo despenteado a respiração irregular. Alexis entrou no elevador, olhou rapidamente para a cena, e por um momento os nossos olhos encontraram-se, fazendo-me lembrar da nossa cena à entrada do bar. Ela deu as costas para nós os seus braços cruzados, nunca tinha pensado nisso, mas ela tinha um corpo fenomenal, pernas altas cintura fina e peitos grandes, o seu cabelo curto ficava perfeito na sua cara inocente. A porta abriu-se, e a minha acompanhante puxou-me para fora, este devia ser o nosso andar, deveria ser aqui o quarto dela, era aqui que eu sair. Deixa-a levar-me para fora, ela estava claramente com pressa para entrarmos no quarto, virei-me para trás e olhei para a Alexis, os seus olhos azuis olhavam para mim com atenção, na sua cara estava uma expressão que eu não conseguia decifrar, ela não disse nada nem se mexeu, mas as portas estavam a fechar-se com ela lá dentro, e ela baixou os olhos nesse momento, e o único pensamento que me veio à cabeça era que ela era uma menina, uma que queria ser uma mulher, que estava a tentar manter-se à tona no meio de tanta confusão, assim como eu.

A Sombra de KoraOnde histórias criam vida. Descubra agora