Capítulo 37

4.2K 283 9
                                    

Aaron

O edifico estava igual, um bloco de cimento construído no meio do descampado, perfeito para tudo o que tinha sido feito dentro dele,era longe o suficiente de qualquer população, por isso ninguém iria ouvir quaisquer sons estranhos vindos de lá. Entrámos devagar e o mais silenciosamente possível, supúnhamos que ninguém estava aqui, mas nunca se sabe por isso fomos prevenidos. A nossa ideia não era entrar pela porta da entrada, mas sim pelas janelas ou por alguma porta lateral, para termos acesso direto aos escritórios, em vez de percorrermos todos os corredores que existiam na velha casa. O Daniel estava a tratar de descobrir outra maneira de entrarmos, ele era hábil quando se tratava de entrarmos num local fechado, sempre tinha as mais pequenas ferramentas com ele, e elas serviam para tudo.

-As janelas estão completamente seladas com ferro, são barras muito grossas para eu conseguir cortar alguma - Daniel falou pelo auscultador.

-Quanto tempo isso iria demorar? - Perguntei-lhe.

-Umas horas.

-Não temos tempo suficiente para isso, alguma porta? Talvez uma janela mais debilitada?

-Bem,o edifício parece uma churrasqueira do lado de dentro completamente queimado, duvido que encontremos alguma coisa lá dentro, mas talvez a nossa melhor solução seja mesmo a da entrada, mas tem cuidado o edifício pode ruir.

-Certo,parece que não temos outra hipótese, encontramo-nos na porta de entrada, vamos entrar.

Dirigimo-nos à porta da entrada, o edifício majestoso por cima das nossas cabeças, não era difícil acreditar na maldade que se tinha passado lá dentro, parecia tudo saído de um cenário de filme de terror. Aporta esta de facto diferente, a madeira nas laterais estava mais escura como se as labaredas tentassem sair por ali queimando assim a madeira. Acenei para o Joshua e para o Patrick que estavam posicionados atrás de mim, imediatamente dirigiram as suas armas para a porta, os seus corpos tornaram-se prontos para a batalha, os músculos tensos e os olhos concentrados. Empurrei a porta, apenas o suficiente para conseguir ver, estava tudo escuro provavelmente não havia luz ali, fumo ainda saia lá de dentro, o que significava que o fogo não tinha sido apagado à muito tempo, alguém tinha vindo aqui assim como nós tínhamos presumido. Não encontrei nenhum fio ligado à porta, nada de bombas portanto, também, se tinham queimado tudo o que estava dentro do edifício seria um esforço inútil colocar uma armadilha na porta, as provas já tinham sido destruídas, por isso,sem perigo que alguém viesse cá. Entrámos devagar, o fumo obstruindo a nossa visão e sufocando as nossas gargantas, alguém xingou atrás de mim quando começamos a tossir fortemente. As paredes estavam pretas, descascadas e em algumas partes, a cair, o chão não estava muito melhor, a madeira estava enfraquecida e as tábuas partidas em muitos lados, eu não sei como iríamos andar por aqui, parecia que se fizéssemos peso em cima delas iriam ceder.

-Alguém se esqueceu do hambúrguer no fogão - Sussurrou o Patrick ao meu lado.

Ignorando o comentário dele segui em frente devagar, sempre tomando atenção onde punha os pés, testando as tábuas antes de as pisar, o c hão rangia mas por enquanto nada tinha caído o que era bom, talvez a estrutura nem estivesse assim tão danificada. Após passar a entrada era onde a complicação começava, não tínhamos conseguido arranjar a planta da casa, visto que esta tinha sido construída à anos atrás quando nada disso era relevante, para além de que o terreno era privado assim como a casa por isso ela nem sequer estava em nenhum registo, estávamos dentro do edifício, mas não sabíamos para onde ir. Liguei a lanterna que tinha presa ao colete e apontei para os dois corredores que se apresentavam ante de mim, só via escuridão tanto de um lado como do outro, isto iria ser complicado.

-Para onde? - A voz do Joshua ressoava na casa, o seu timbre sempre baixo fazia a minha espinha formigar.

-Gostaria de saber...seria bom se nos lembrássemos.

A Sombra de KoraOnde histórias criam vida. Descubra agora