Imensidão do seu Azul

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- Carolina?

- Tchau, Billie. – deu um aceno com a mão e continuou a chamar por um táxi.

Billie estava receoso de ela ser uma menina chata, uma vez quando tinha 17 anos namorará uma bailarina que simplesmente o tirava do sério, era toda cheia de frescuras, ficava reclamando do que ele comia, passava horas falando sobre as coisas chatas do balé sendo que ele não entendia bulhufas. Pensou no dia de ontem, quando Carolina pisou no seu pé e que mesmo depois de ter sido grosso ela foi simpática, engraçada. Lembrou de como ela jogará o guarda-chuva no lixo e tentará se proteger da chuva com apenas a mochila.

Foi andando em direção a pequena menina que carregava duas mochilas que aparentavam estar muito pesadas, a virou pelos ombros e tirou as mochilas do ombro dela e as colocou no dele.

- Vamos comer? Eu disse sério quando falei que só comi um pacote de biscoito. - Billie sorriu de forma sincera – Me desculpa, eu sei ser um idiota às vezes.

Ele só podia ser bipolar, pensou, por isso que ele foi ao consultório, deve ter apenas agendado a consulta inicial e por isso foi tão rápido. Carolina o encarava, não sabia se aceitava ou não. Ficou olhando do rosto dele até a mão estendida a sua frente e como se nem percebe-se sua mãe pegou na dele e os dois entraram no restaurante.

A recepcionista os dera um largo sorriso e se ofereceu para guardar as mochilas de Carolina, em seguida lhes mostrou a mesa e os entregou o cardápio. Ambos se escondiam atrás do grande menu, não conseguiam escolher o que pedir, apenas tentavam colocar a mente em ordem.

- Bom – Billie disse interrompendo o silêncio daquela mesa – acho que eu vou deixar você escolher o que eu vou comer, já conhece bem o menu daqui, deve saber o que é gostoso ou não. – Carolina deu um sorriso e apontou pro segundo prato na lista

- Come esse aqui, foi o que eu comi quando vim aqui pela primeira vez.

- Então você quer que eu coma um bombom de picanha com mix de folhas, palmito, tomate cereja, cebola roxa ao vinagrete de mostarda? – Billie encarava o menu como se aquele prato fosse a coisa mais estranha do mundo - É parece ser gostoso, ainda mais a parte da picanha. – ele sorriu de um jeito tão gostoso, estava nervoso, não se sentia assim a um tempo. Fitava a linda garota a sua frente, com alguns fio de cabelo soltos de um coque torto, com a pele um pouco corada, devia estar com calor. Olhou fundo nos olhos azuis dela, antes não tinha reparado o quão profundo e bonito eles eram, um azul escuro com pequenos filetes brancos em forma de aspirais que se assimilava a uma tempestade em alto mar.

- Posso te perguntar uma coisa? – Billie respondeu que sim com a cabeça e quando Carolina começou a falar foram interrompidos pelo garçom que veio recolher os pedidos.

- Ele vai querer o número dois e eu o cinco. – o garçom anotou no bloquinho e perguntou quais seriam as bebidas.

- Eu quero um suco de laranja, mas bem docinho, pode encher de açúcar que não tem problema – garçom riu com o que ela disse e se virou para Billie.

- Eu vou querer uma soda.

- E pra entrada o que vão pedir? – eles não tinham pensado na entrada.

- Bom, eu acho que uma scalinata tradizionale seria uma boa, o que acha B?

- Pode ser. – o garçom saiu levando com ele os cardápios, agora não teriam mais onde se esconder caso quisessem. – O que você queria perguntar?

- Bom é.. não me entende mal, mas porque você foi naquele consultório ontem? – os dois ficaram em silêncio por instantes – Quero dizer, o que você foi lá tratar? – o silêncio continuou e Carolina se arrependeu na mesma hora de ter feito tal pergunta, Billie com o cenho franzido pensava no que dizer.

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