O Futuro de Nós Dois

Eu preciso de você

Eu amo o meu noivo, não sei qual foi o momento exato em que meus sentimentos por ele ficaram mais sérios, mas sei que o que eu sinto por ele é algo completamente puro e que alegra muito a minha alma. Talvez nós não sejamos almas gêmeas, talvez não tenhamos nascido um para o outro, mas me alegra pensar que compartilho minhas manhãs, dias e noites ao lado dele. Não podia ter escolhido melhor pessoa para amar.

Quando beijei seus lábios pela primeira vez desde que lhe falhei sobre o Royal senti minhas vísceras contorcerem dentro de mim. O mínimo contato com ele já fazia minha imaginação ganhar asas e imaginar nós dois nos amando arduamente. Infelizmente meu delírio foi rapidamente interrompido, B estava chateado comigo e não parecia estar disposto a dar uma trégua, ao contrário de mim que sempre fui mais fácil para perdoar.

Descemos para irmos à piscina e só conseguia pensar nele me comendo em algum banheiro da casa. Sim. COMENDO. Queria, necessitava, precisava, das mãos, boca e pau do meu marido me roçando por todo o corpo. Mas querer é diferente de poder, e eu não sabia como faria para ter sexo com ele sem antes desfazer a carranca que ele fazia questão de ostentar por todos os cantos da casa dos meus pais.

Quando Tony chegou a carranca dele simplesmente piorou. B tinha ciúmes infinitos por Tony, ainda mais por saber que ele já havia tocado todas as partes do meu corpo de uma forma que Billie queria ter sido o único. Sim, eu trai o meu namorado e isso o fez ter ódio de Tony e sinceramente não sei se um dia isso mudaria. Fato é que Billie ficou puto, e parte disso, tipo uns 80% é culpa minha, pois eu não consegui controlar minha emoção de ver meu primo. Fazia meses que não nos falávamos, desde a morte de Nico eu tinha criado certa distancia dele. Me sentia culpada por ter pedido meu filho e não queria ter que dar mais explicações, ainda mais para Tony que acompanhou minha gravidez e esteve ao meu lado em todos os momentos difíceis.

– Para de ser ciumento B. – cochichei em sua orelha antes de entrarmos na cozinha e começarmos a falar em tom altíssimo, pois em um mesmo ambiente diversas conversas paralelas eram formadas. Clara estava assustada, e o pai também.

Mantive meu foco voltado a meu noivo e filha. Os dois juntos era belo de se ver. Billie cuidava dela com gosto e o ver ser tão dedicado enchia o coração de felicidade.

O almoço foi anunciado e nossos estômagos agradeceram. Sentamos em nossos lugares e antes de começar a comilança Josh chegou trazendo um ursão de pelúcia enorme, quase que do meu tamanho.

– Onde você achou um urso tão grande assim? – indaguei histérica, super feliz com meu mais novo presente. Enquanto eu ria feliz, Clarinha chorava assustada.

– Devo dizer que não foi uma tarefa fácil, mas o que importa é que você gostou.

– Eu amei! Pena que minha filha não. – fitei o rosto assustado dela e antes de me retirar para guardar meu urso beijei seus cabelinhos ralos. – Mamãe ama você!

É incrível como a maternidade mexe conosco. Antes não me via mãe, agora me vejo abrindo mão de tudo pela minha filha, sempre visando o melhor para ela. Não é a toa que eu leio diversos livros sobre crianças e como colaborar para a evolução deles. Há dois meses tenho visitado a cada quinze dias um psicólogo especializado em desenvolvimento infantil para conversarmos. As conversas que não demoram mais de uma hora me fazem sair feliz do consultório, voltar para casa feliz e agradecer por estar agindo certo. Mas nem sempre é assim, tem vezes que o choro dela não cessa e me sinto a pior mãe do mundo. Meu coração se parte em mil pedaços, se é que é possível, quando eu não consigo entender a agonia da minha filha.

– Pelo o que vejo e pelos comentários você se tornou uma excelente mãe. Parabéns! Fico orgulhoso de você. – fui pega de surpresa ao abrir a porta do meu quarto. Tony estava atrás de mim dentro de sua impecável roupa com seu impecável cabelo que me fez querer o bagunçar.