Algumas Lembranças

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Boa tarde! Wattpad não me deixou postar antes 😞, mas agora está aí 🙌🏼!!

Gostaria que os parágrafos e travessões saíssem certos, porém o Wattpad também não colabora com isso !

​Não foi uma busca fácil, mas dediquei um tempo especial em procurar por qualquer coisa que ajudasse Carolina uma parte do seu tempo. Qualquer curso referente a musica, dança e até culinária eu separava para mostrar a ela em uma ocasião mais prudente, pois foi só eu me afastar um pouco da empresa para o John chamá-la praticamente todos os dias para ir lá.
Era conversa atrás de conversa e parecia que não teria fim, e a cada dia que Ana ia a empresa voltava mais estressada do que o normal. Trancava-se no banheiro antes mesmo de me cumprimentar ou falar com Clarinha e só saia de lá um bom tempo depois, aparentemente mais traquila.
Por ser eu o culpado de ter posto uma pedra em seu futuro, me senti na obrigação de lhe apresentar opções para que ela enxergasse o quanto de coisas maravilhosas ainda poderia fazer com os diversos dons dos quais foi abençoada ao nascer e que os aprimorou por toda sua vida.
Toda vez que conseguia por Clara para dormir, e ter um tempinho livre nos dias que Carol não estava em casa, eu me permitia acreditar que minha adorada futura esposa aceitaria as ideias que pipocavam em minha cabeça de bom grado. Me engava de que ela apenas levaria as opções em consideração e quando a ficha caiu para mim fiquei me sentindo pior do que já estava.
O dia em questão foi bastante chuvoso. Amanhecemos com o barulho de chuva e passamos o dia em sua presença. Ana partiu com lágrimas nos olhos assim que acordou para atender a um pedido do pai que não podia esperar pelo dia seguinte. Voltou mais sentida do que estava antes e não poupou esforços ao bater as portas expressando a raiva que continha.
– Quer conversar? – perguntei do sofá enquanto Ana subia as escadas para o nosso quarto.
– Não! – me respondeu bem desaforada batendo novamente a porta. Após tomar banho, veio mais calma a nós que estávamos na sala brincando com uns bloquinhos de montar. Beijou a filha antes de a pegar no colo e inalar seu cheirinho infantil e privou-me de receber seu afeto.
Ao chegar em casa não tinha olhos para ninguém além da filha. Dava atenção apenas a menina que ficava chorosa quando a mãe aparecia depois de muito tempo distante. Clara se jogava para o colo da mãe deixando claro que ela era a pessoa mais importante em sua vida, e não desgrudava da mãe até adormecer em seus braços enquanto mamava.
– Como foi seu dia? – Tentei criar um dialogo para criar uma aproximação entre nós. Continuávamos distantes e a situação fazia um certo pânico crescer dentro de mim me deixando desnorteado em diversos momentos.
– Uma merda – respondeu sem desgrudar os olhos da filha enquanto acariciava seus dedinhos pequenos que fecharam-se com força em seu dedo.
– Espero que isso não seja empecilho para discutirmos nossa viagem – disse me aproximando dela compreendendo que não queria conversar sobre a empresa naquele momento. Passei a mão por seu ombro, puxei suas pernas para que ficassem por cima das minhas e a acariciei com as duas mãos. – Eu não queria demorar mais para marcarmos uma data, ao menos.
– Vê qual dia fica melhor pra você, vê com a sua mãe também que dia ela acha melhor.
– Ta, eu não quero saber da opinião da minha mãe, quero saber da sua – Tomei fôlego controlando a minha voz. Encarei o teto da nossa sala enquanto repetia um mantra em minha cabeça: não vale a pena a gente brigar.
Enxerguei a delicadeza do momento sem ao menos saber o que acontecia na cabeça dela, não sabia o que sentia, mas via estampado em seu rosto que algo não estava certo. Entretanto, mesmo me doando para que tudo desse certo entre nós nos últimos dias e me esforçando ao máximo para dá-la tempo para que não brigássemos, também não me encontrava no meu melhor momento. Nunca pensei que sentiria tanta falta da minha noiva vivendo sob o mesmo teto e dividindo a mesma cama. Eu estava carente de seu amor, sedento por seus beijos e louco para ter um pouco de sua atenção.
Quando abaixei minha cabeça voltando minha atenção a ele foi nítido de enxergar que havia ficado sentida pela maneira com a qual falei, e olha que não fui nem tão grosso assim. Se me partia o coração vê-la daquele jeito? Sim, em mil pedaços. E só fazia crescer a saudade que porcamente eu tentava manter dentro de mim.
Queria apenas conseguir entender o que estava acontecendo entre nós dois. Mesmo nossos dias estando "calmos" a bagunça que envolvia nossos corações e mentes.
– Tem conversado com a Brit? – mudei de assunto. – Mike esta mega feliz, só fala disso o tempo todo, aposto que ela faz o mesmo.
– Conversamos umas duas ou três vezes por telefone, ela esta bem animada sim – revirou os olhos. – Eu não lembro de ter ficado tão animada com a gravidez.
– Nem eu lembro de ter ficado tão animado – dei de ombros, ajeitei seu cabelo e beijei seu pescoço. – Acho que demorou um pouco para cair a ficha para a gente de que iríamos ser pais.
– Será que é isso? – questionou num tom que não consegui reconhecer, algo ficou no ar.
– Eu sinto sua falta – disse baixinho me perdendo em seu cheiro. Os olhos ardendo por conta das lágrimas que aos poucos ali brotavam. Entrelacei meus dedos em seu cabelo, senti a textura, beijei os fios e fui descendo com os lábios até sua orelha. Parei próximo a sua bochecha tentando entender o motivo de tamanha frieza. A distancia emocional que estava entre nós era pior do que ficar longe dela. Estávamos fora de sintonia e não importava o quanto eu tenteasse anular o espaço entre nós nada funcionava. E com isso eu ficava machucado, ficava frustrado por não ver a reciprocidade, por percebê-la sem interesse em nós.
– Estou bem do seu lado – deitou a cabeça em meu ombro.
​– Você sabe que não é disso que estou falando, certo? – me distanciei para melhor enxergar seu rosto.
​– E do que seria? – questionou erguendo-se com a menina no colo e indo em direção as escadas.
​– Podemos ter um dialogo por mais de cinco minutos sem você levantar e ir embora? – olhava para ela do pé da escada completamente abalado.
​– Só vou colocar ela no berço... – justificou, mas não dei ouvidos.
​– É por coisas assim que paro e penso se isso... – me interrompi antes que falasse algo que não pudesse ter volta. A vontade que senti foi de gritar. De oito a oitenta em questão de segundos. De um momento em paz no sofá para o inicio de uma briga.
​– Pensa o que? – questionou ao fechar a porta do quarto após deitar nossa filha no berço. – No que é que você pensa B? – me encarou, estava tão transtornada quanto eu, o que até poucos segundos atrás não deixava transparecer. Ajeitou a blusa do pijama que estava torta, o peito esquerdo cheio de leite pingava enquanto o outro estava praticamente vazio. Um maior que o outro, era tão visível que me dava vontade de rir.
​Ela no topo da escada e eu no térreo a olhando, melhor, a admirando, pois antes de ser noiva, a mulher que amo, ela é mãe da minha filha e não há ninguém no mundo que seria melhor para Clara dado as circunstancias. Apoio o peso do corpo no corrimão da escada enquanto me permito vislumbrar sua imagem ao mesmo tempo em que penso no que nós conversamos semana passada. No quanto ela gosta de ser útil para as coisas da filha, e em como os últimos dias tem sido turbulentos para ela por conta das responsabilidades na empresa.
​Ana me olhava de volta na mesma intensidade, eu não sei o que se passava pela cabeça dela, mas na minha tudo em que conseguia pensar era em como eu queria enche-la de beijos, acariciar seu corpo, ouvir sua voz tagarelando e suas gargalhadas ecoando pelo aposento.
​– No que é que você pensa Billie? – perguntou novamente em um tom mais duro. Inflou o peito como quem esta prestes a partir para a luta. Carregava uma coragem no peito e um desespero no olhar que me aterrorizou só de pensar no que a fazia sustentar um olhar tão amargurado.
​– Que já esta na hora de você parar de ter ciúme da Clarinha comigo. Não é como se eu fosse roubá-la de você – fiz menção em subir as escadas e antes de tocar o pé no segundo degrau Ana já chorava escondendo o rosto nas mãos, o cabelo caindo por cima. Avancei os degraus com mais rapidez e a abracei e Ana usou meu peito de escudo para esconder seu choro.
​– Ninguém entende que eu quero ficar em casa cuidando dela – queixou-se contra meu corpo fazendo sua voz sair abafada. – Meu pai, Nono... Até a Sophia fica me dizendo que eu devo procurar algo com o que me ocupar, mas eu não quero! Eu não quero!
​– Conversamos sobre isso semana passada, esqueceu? – afastei-me para olhá-la nos olhos. Enxuguei suas lágrimas e fiz um carinho contra seu rosto.
​Havia deixado claro que seria bom para ela fazer algo por ela, ter um interesse além da maternidade, viver uma vida mais fora de casa. Conhecer pessoas novas, aprender algo novo ou simplesmente aperfeiçoar o que já era de seu conhecimento.
​Ana balançava a cabeça repetidas vezes enquanto tentava engolir o choro para falar. A peguei no colo e caminhei até a cama onde a sentei delicadamente e tomei o espaço ao seu lado virando todo o meu corpo e atenção em sua direção.
​O desespero era palpável em cada lágrima, e na expressão agonizante. Eu não sabia o que se passava por sua mente, mas não conseguia parar de pensar que a seu ver ocupar uma parte do seu tempo com qualquer outra tarefa seria o mesmo que abandonar a menina.
​– Eu sei – respirou fundo para falar. – Mas eu não quero – disse gesticulando com os ombros.
​– Amor, olha para você – segurei seu rosto com minhas mãos. – Olha seu estado, o seu desespero com algo que ninguém esta te obrigando a fazer, apenas a aconselhando. Acha isso saudável, Aninha? – Contorceu o rosto em uma expressão de tristeza e pulou para o meu colo escondendo o rosto em meu pescoço, circundou as pernas em minha cintura e eu a deixei quietinha dentro do meu colo recebendo meu carinho. Não tinha pressa para que aquele momento acabasse. Que demorasse o tempo que tivesse que demorar, até porque não tem como a gente apressar assuntos que mexem com o coração.
​Fiquei quietinho sentindo seu calor e mãos em mim. Seu cheiro de frutinha que exala do cabelo, o peito que pingava molhando minha blusa. Encaixei-me o máximo que pude nela. A trouxe tão perto para o meu corpo que mais um pouco e nos tornaríamos um só fisicamente.
​Quando a senti mais relaxada fui tecendo beijos por seu pescoço até conquistar confiança o suficiente de ir um pouco além. Movi as mãos por sua costas em movimentos alternados, brincava com seu cabelo, mordiscava o seu pescoço até consegui fazê-la sair do esconderijo que meu pescoço havia se tornado.
​– Esta melhor? – perguntei quando me senti seguro para tal sem assustá-la. Beijei sua testa quando ganhei um sorriso e afaguei seus cabelos para que ela continuasse se sentindo bem. – Eu estava pensando aqui, o que você acha de sairmos para jantar hoje? Mas tem que ser um restaurante que a gente ainda não tenha ido.
​– Acho uma boa ideia, estava mesmo com vontade de comer algo diferente. Talvez uma comida mais apimentada.
​– Mexicana?
​– Humm – ponderou. – Ótima ideia.
​– Mas com uma condição!
​– Quê? Qual? – questionou curiosa.
​– Seremos só eu e você – pesquei seus lábios antes que ela pudesse manifestar contra a minha ideia e a beijei com todo o meu amor e carinho. Enlacei sua cintura com um braço, enquanto que acariciava sua nuca com a mão disponível. Era mais forte do que eu o movimento de puxá-la para mim. Necessitava sentir o seu corpo coladinho no meu, queria tê-la perto até seu cheiro grudar em minha pele e nunca mais sair.
​Ana me devolveu o carinho na mesma intensidade e meu interior vibrou anunciando uma vitória. Se enlaçou em mim na mesma proporção que eu me amarrava nela e assim continuamos nos beijando evitando ao máximo de parar até para respirar. Quando pôs fim ao beijo eu estava preparado para contestar sua ação, porém fui pego de surpresa quando Ana ergueu os braços fazendo menção para que eu tirasse sua blusa.
​– Tem certeza? – questionei deslumbrado com sua beleza, com seus lábios e bochechas tingidos por um vermelho suave.
​– Tem dois meses que a gente não transa, claro que eu tenho certeza – disse decidida. No mesmo instante comecei a beijar seus seios por cima da blusa, levei minhas mãos por dentro do tecido e só parei quando alcancei os mamilos que estavam enrijecidos. Acariciei seus seios sentindo em minha mão seu peso, lembrando de sua forma e textura e por fim aticei os mamilos que já estavam em êxtase.
​– Faz com carinho que ta sensível – pediu baixinho.
​– Então, talvez, seja melhor nós esperarmos um pouquinho mais – anunciei bem próximo ao seu ouvido assistindo de perto a revolta tomar conta de sua feição. Era frustração aquilo que tomava conta de seu olhar?
​– Odeio quando você faz isso! – decretou brava ao se distanciar e se por de pé. Corri atrás dela e consegui a capturar entre meus braços antes que ela corresse para o banheiro.
​– Não precisa ficar brava – eu disse acariciando sua barriga até conseguir vencer a barreira de sua roupa intima. Passei meus dedos por seu ventre e a senti estremecer sob meu toque. Ultrapassei a calcinha e fui guiado pela sua umidade até chegar à fonte de sua excitação. Pressionei seu corpo de frente ao armário e mantive suas mãos no alto, enquanto meus dedos trabalhavam em lhe proporcionar prazer. E conforme seus gemidos iam ganhando vida eu ia ficando louco, louco para tomá-la. Ana pressionava sua bunda contra a minha ereção e eu pressionava de volta a um fio de perder o controle. Continuei a instigar com a ponta dos dedos, preparado para levá-la ao seu ápice através de singelos toques e beijos que tomavam conta de sua boca, mas Ana me interrompeu antes que eu pudesse finalizar.
​– Assim não – disse virando-se para mim e me deixando confuso. Estava ofegante, os cabelos bagunçados ornamentavam o rosto todo vermelho.
Me empurrou até alcançarmos a cama, me deitou no colchão e antes de cobrir meu corpo com o seu tirou as peças de roupa que tapavam seu corpo. Permitiu que eu vislumbrasse seu corpo antes de subir em mim. Apoiou o joelho na cama e foi engatinhando lentamente até alcançar minha boca enquanto eu delirava com a beleza natural do seu corpo. Acariciou meus lábios com o seu e ali me rendi. Antes era eu que comandava, porém ela tomou as rédeas da minha mão e, sinceramente, não fiz nem um pouco de questão de tomá-las de volta para mim. Eu gosto do jeito dela mandona, gosto quando ela comanda e guia o nosso sexo exatamente do jeitinho que ela quer.
​Abaixou meu short até a altura dos meus joelhos, encaixou-se em cima de mim e antes que eu pudesse alertá-la sobre a proteção que havíamos esquecido, Ana já movimentava-se lentamente comido dentro de si.
​A cabeça foi às nuvens em questão de segundos. O tesão que dá, o prazer que me comia por inteiro, deixava meus neurônios inoperantes. Meu corpo todo trabalhava apenas para que aquilo entre nós dois acontecesse e deixava de focar nas demais coisas importantes.
​– Amor, a camisinha – a segurei na cintura para que déssemos uma pequena pausa, me estiquei o máximo que pude até alcançar a primeira cômoda do criado mudo, mas Ana foi bastante pertinente ao soltar minhas mãos e continuar o que não queria ter parado.
​– Detesto transar de camisinha – me disse deitando seu corpo sob o meu sem me tirar dela, mexia o quadril num rebolado demorado que aos poucos me deixava alucinado. Seus beijos que traçavam um caminho do pescoço até meus lábios arrepiavam minha pele.
​– É necessário – disse após me esforçar para organizar as palavras em minha mente. Voltou a se sentar sob mim, ia para frente e para trás sem pressa alguma. Deliciava-se com o movimento, aproveitava toda a fricção dos nossos corpos para extrair dali o máximo de prazer. Sentei-me também e segurando seu corpo fui nos direcionando até minhas costas alcançarem a cabeceira da cama. Ana puxou minha blusa, colocou a mão sob meu peitoral, confiscou minha boca para si. Intensificou um pouco os movimentos, nada muito rápido, porém na medida certa para que nossos corpos caminhassem juntos ao nosso ápice.
​– Carol... – tentei alertá-la novamente, mas calou meus lábios com um beijo quase mordida que só fez me atiçar mais.
​– Eu sei – disse contra a minha boca. – Mas só por hoje... só por hoje eu preciso sentir você em mim... por inteiro. Tudo bem?
​– Tudo maravilhoso – respondi hipnotizado pelo seu olhar. – Ta tudo mil maravilhas – fechei os olhos e foquei em somente sentir. Sentir seu amor, seu carinho, seus beijos, seu toque macio, seus seios roçando contra mim, as unhas me rasgando as costas, os lábios me chupando, a língua lambendo o pé da minha orelha, os cabelos fazendo cosquinha em mim e seu intimo me apertando, me devorando, me possuindo. Repeti seu nome diversas vezes quando o gozo me enlaçou.
​– Ana... Ana.. Ana... – dizia enquanto a puxava com todas as forças para mais perto, ouvindo seu gemido agudo. Abri meus olhos e contemplei a expressão de deleite em seu olhar, os olhos fechados, a boca sendo massacrada pelos dentes e o meio entre as sobrancelhas franzido.
​Naquele momento não conseguia pensar em mais nada. Não haviam preocupações e nem medos. Éramos nós dois, eufóricos, suados, embebedados num pos coito que havia nos levado as estrelas. Beijei seus ombros, a senti por o peso todo em mim. Nos deitei na cama, a abracei de frente e mantive-me quieto enquanto nosso fôlego aos poucos se recuperava. Manter os olhos fechados era bem mais fácil do que lutar para os manter aberto, porém esforcei-me ao máximo para vislumbrar o máximo de seu rosto sereno, dos cílios longos, do nariz pontudinho e dos lábios que se olhar bem se vê um coração.
​Eram quase 19hrs, normalmente seria cedo para irmos dormir, mas não conseguimos nos erguer da cama e ficamos abraçadinhos até sermos embalados pelo sono. Então, nossa filha resolveu acordar nos matando de susto com o seu choro.
​– Vai você pegar ela – Ana pediu com a cabeça enfiada debaixo do travesseiro.
​– Eu quero, mas minhas pernas não me obedessem – disse me lamentando. A preguiça que tomava conta de mim era enorme e me privava dos mais simples movimentos.
​– Minha perna esta com câimbra, vai ter que ser você – tirou o travesseiro do rosto expondo sua cara de sono.
​Quando finalmente consegui tomar forças para me erguer o choro cessou, Ana segurou em meu ombro me atentando ao silencio que havia se restaurado.
​– Será que ela voltou a dormir?
​– Provavelmente – minha noiva disse deitando sua cabeça em meu peito. – Ou ela engasgou – disse de supetão colocando-se de pé imediatamente e correndo nua até o quarto. Clara dormia tranqüila em seu berço, respirava normalmente, até mexia de vez em quando a boca ou os dedinhos.
​– Sério você precisa parar com isso! – tentava acalmar meus nervos.
​– O que? – deu de ombros. – Eu tenho que desconfiar de tudo – beijou a testa da filha ajeitando o lençol em seu corpo. Enlacei o corpo da minha noiva, beijei seus ombros e ficamos estagnados observando o rosto angelical de Clara. Amamos tanto a nossa filha que tenho por mim que poderíamos ficar horas e horas a assistindo dormir, ou até mesmo se melecar toda com manga.
​– Não acredito que eu fui um dos que fez esse bebezinho – falei sussurrado com o coração transbordando de orgulho por ter uma filha tão maravilhosa. A cada dia que passava mais eu via de mim nela e a semelhança enchia meu coração de alegria. Ana respirou fundo e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa me acalmou.
​– Tudo bem B, não precisa ficar preocupado. Eu tenho ciência de que ela não veio de mim e isso não me faz mal algum. Para mim é um privilégio ser a segunda mãe dela. E quando ela crescer e tiver idade para compreender nós vamos ter que contar a história de sua vida – me olhou com lágrimas nos olhos.
​– Você ta falando umas coisas tão bonitas ultimamente.
​– Gostou né? – me lançou um sorriso sacana. – Vamos para o nosso quarto? – ofereceu. – Não acho legal estarmos nus diante o berço de nossa filha – riu me levando a gargalhar junto ao lembrar de que não tinha nenhuma peça tapando nosso corpo.
​Nos deitamos agarradinhos, entrelaçamos nossas pernas e nos beijamos até os lábios cansarem. As caricias correm noite a dentro e o sentimento de paixão nos acompanhou até cairmos no sono.
​– Eu te amo B – me disse depois de tanto tempo sem se declarar para mim. A vontade que tive foi de chorar, estava emocionado diante um momento tão apaziguador e intimo. Ouvir tais palavras era o que eu precisava para de fato meu coração e eu dormirmos sossegados.
​– Finalmente! Já estava aqui pensando que tinha me usado e que não se daria nem ao trabalho de dizer um eu te amo.
​Ana riu e apertou minha bunda. Me presenteou com outro beijo e aquietou a cabeça em mim.
​– Também amo você, meu amor. Amo muito – beijei seus cabelos e, assim como ela, deixei o sono reinar sobre mim.

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