Quando todos discutiam arduamente assuntos referentes à política e a situação um tanto quanto delicada do país, a última convidada chegou para se juntar aos amigos que a esperavam há certo tempo para começarem a comer. Ana cumprimentou o garçom que a questionou se tinha reservas e ao acenar para o noivo que gesticulava no meio de sua fala foi acompanhada pelo garçom até a mesa.
Os cumprimentou, mas parece que ninguém a ouviu, pois não desejaram boa noite de volta. Estavam presentes Mike, sua esposa, Sophia e Tree. Sentou-se na cadeira que o garçom havia puxado e instalou-se ali sem fazer muito barulho para não interromper a conversa calorosa. Encarou o noivo que demonstrava estar extremamente interessado no assunto por conta de sua animação ao falar.
Olhou em volta procurando para a filha, talvez a única que não a deixaria no vácuo, e entristeceu-se por não encontra - lá ao lado do pai ou em nenhum dos demais colos na mesa.
Diante ao calor fervoroso que a atingia roubou o copo do noivo para refrescar-se com a bebida mesmo sem saber o que era. O gosto agridoce a surpreendeu irritando seu paladar imediatamente. Em um forte impulso cuspiu o pouco conteúdo para fora não conseguindo conter com a mão. Somente então pareceram notar sua presença. Sophia ao lado do futuro marido ria da irmã que tentava limpar o queixo sujo.
– Aninha? – ouviu o tom advertido e irritou-se na hora. Levantou logo em seguida para ir ao banheiro se limpar. Ao sentir a água fresca correndo por suas mãos quis imediatamente ir para casa e mergulhar em sua piscina para então conseguir refrescar-se por inteiro. Lavou a boca, o rosto, umedeceu o pescoço e por pouco não molhou também os braços e por debaixo dos seios que suavam. Prendeu o cabelo como pode, fez praticamente um nó com seu cabelo ciente que sofreria as conseqüências para desembaraçá-lo em outro momento.
– Que susto! – exasperou levando a mão ao peito ao sair do banheiro e encontrar com a figura do noivo diante a porta.
– Ana você esta bem? Por que bebeu o bloody mary se nem gosta?
– Pensei que era algum suco – evitou o encarar nós olhos. – Onde esta minha filha? – Estava furiosa só de pensar que Billie havia contratado uma estranha para cuidar dela enquanto estavam ausentes.
– Em casa com sua Nona – disse para a tranqüilidade da noiva. – Quando eu estava terminando de colocar a fralda na Clarinha ela chegou, disse que veio visitar. Quando eu comentei que iríamos encontrar com você aqui Ornella não deixou sair com a menina – Billie continuou a dar-lhe explicações, e novamente a mente de Carolina seguiu para outra dimensão onde a voz do noivo era apenas um sussurro distante, quase imperceptível. Não conseguia focar no movimento a sua volta, nas pessoas com seus diferentes tons de cabelo e nem nas luzes amarelas que ornamentavam o ambiente não tão calmo.
O calor ainda esta presente. Sentia o suor descer-lhe pelas costas a causando um grande mal estar. Estava abafado. O ar que respirava estava quente, o ambiente abafado, suas roupas a esquentando e não corria uma corrente de vente ou um sopro do ar condicionado por perto.
– Ana você esta me ouvindo? – piscou diversas vezes voltando a realidade. O calor continuava lá. A sensação de estar pegajosa também.
– Sim, minha filha esta com a Nona – Passou a mão pela nuca pensando em puxar os cabelos para assim sentir maior alivio, mas esqueceu-se de que já havia os prendido.
– Você esta estranha. Tem certeza de que esta tudo bem?
– Eu estou com muito calor B – disse fitando algum ponto invisível na multidão. – Ta muito quente – voltou a encarar o noivo e assustou-se ao percebê-lo com um blazer incorporando seu estilo quase informal. Passou a mão constatando a grossura no blazer e aquietou-se ao descobrir que não era tão grosso.
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O Futuro de Nós Dois
RomanceApós dois meses viajando pela Europa, na tentativa de esquecer um amor do passado, Billie está disposto a se apaixonar de novo quando conhece Carolina, uma jovem simpática que consegue conquistar seus pensamentos. Assim como ele, Carolina é apaixona...