Desde que retornaram a viajem não tinha mais visto o sorriso dela, nem o olhar nos olhos Carolina olhava. Ele tinha o perdão dela, mas ainda sofreria até conquistá-la de novo.
A conversa era escassa, jogavam um papo, trocavam meia duzias de palavras, mas nada que sustentasse em um longo diálogo.
Ela estava ferida, Billie sabia disso, e toda vez que puxava assunto e ela não dava corda seu coração pesava dentro do peito. Alguns beijos e um pedido de desculpas desesperado não era o suficiente para fazê-la esquecer as atitudes horríveis que teve com ela.
- Vocês são Italianos, mas os nomes são bem misturados, não é?
- Sophia já tinha esse nome e meus pais quando a adotaram optaram por manter o nome. Ryan é típico daqui assim como John, meu pai, porque a família da minha Nona é americana. John é em homenagem ao meu bisavô e Ryan em homenagem ao meu tio falecido que era irmão da minha avó.
- Então porque sua avó tem nome italiano?
- Minha Nona é filha do segundo casamento do meu bisavô com uma italiana, minha bisavó Edvige.
Tinham conseguido conversar por mais de cinco minutos, era um bom sinal. A observar contando a história da sua família era fantástico, era possível ver o brilho que iluminava os olhos dela.
- Você é italiana com sangue americano.
- Exatamente. – sorriu depois de muito tempo o privando de tal imagem linda, - E você? Conhece praticamente toda a minha família, mas nunca me disse nada sobre a sua.
- Não há o que ser dito. Nem saberia por onde começar.
- Comece com nomes. Gosto de nomes. - sorriu tímido.
- OK. Bem, minha mãe se chama Ollie, tenho cinco irmãos: Hollie, Marci, David, Alan e Anna, só que essa é com dois N's.
- Que legal, B. – sorriu mordendo os lábios. - E seu pai, como se chama?
- Meu pai é Andrew, ele morreu quando eu tinha dez anos.
Billie pressionou o volante com força, falar sobre seu pai fazia com que lembranças e sentimentos muito fortes viessem a tona.
Seu pai era uma pessoa muito especial, não só por ser seu progenitor, mas também por ter sido quem incentivou seus sonhos.
Billie lembra perfeitamente de quando era criança e pediu uma guitarra ao pai, mas foi surpreendido por um piano. Mesmo não sendo o que queria Billie se dedicou e aprendeu a tocar o instrumento, uma forma de agradar ao pai, que um tempo depois o presenteou com sua primeira guitarra, Blue.
- Sinto muito, B. – disse enquanto acariciava a nuca dele
Conforme iam chegando ao seu destino o ar ia ficando mais úmido e frio, a estrada foi ficando íngreme, imensas montanhas que iam surgindo ao horizonte davam indícios de estarem cada vez mais perto.
O silêncio se instalou novamente deixando o ambiente melancólico.
Os paralelepípedos faziam o carro sacolejar e logo já estavam atravessando o portão do parque estadual de Burney Falls.- Pensei que não chegaríamos nunca. - Carolina bufou com a cabeça apoiada no vidro. – Odeio esse lugar.
- Por que odeio o lugar?
- Aranhas.
- Tem certeza que é só isso? Pois não parece.
Os carros foram estacionados no local indicado. Com suas mochilas nas costas seguiram andando por uma trilha tranqüila. Geronimo carregava um violão e Ornella apenas sua bolsa.
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O Futuro de Nós Dois
RomanceApós dois meses viajando pela Europa, na tentativa de esquecer um amor do passado, Billie está disposto a se apaixonar de novo quando conhece Carolina, uma jovem simpática que consegue conquistar seus pensamentos. Assim como ele, Carolina é apaixona...