Sentir Falta é Angustiante

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Para os meus leitores tímidos, àqueles que acompanham a história em silêncio, o meu muito obrigada. ♥

Para os leitores extrovertidos, àqueles que acompanham a história deixando suas marcas pelo caminho, o meu muito obrigada. ♥

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Quando se esta em um relacionamento nenhuma das partes pensa sobre o fim, talvez nem cogitem a hipótese de um término. Andam com seus corações saltitantes no bolso, as mãos dadas e sorrisos alegres que expõem o êxtase que a alma esta sentindo. Ficam ocupados demais pensando no presente que esquecem que o futuro pode não ser tão feliz assim. Mas quem é que espera um rompimento? A ideia de se relacionar com alguém faz as pessoas não enxergarem que na vida não há perfeição, que não existe felizes para sempre em todos os casos. A própria vida já cria a ilusão de um final feliz quando que na verdade tudo é relativo e acontece de várias formas inesperadas.

E quando o fim chega ficamos mais perdidos do que um naufrago em auto mar, tentando sobreviver às ondas fortes que o atingem e os levam para o fundo, nos esquecendo de que só depende de nós voltar para a superfície.

A pior parte é o luto, é a saudade que fica do cheiro da pele, do calor dos braços que nos enlaçavam na hora de dormir e dos pés quentinhos grudados nos nossos para transmitir mais calor. É saudade dos sorrisos singelos, dos gozos sinceros e mágicos, do beijo, da caricia e das mãos cruzadas ao caminhar na rua. É saudade daquele olhar recheado de tesão, que nos come até a alma e que deixa o corpo mais derretido que manteiga. Então começamos a sentir saudade da voz, daquele timbre no pé da orelha sussurrando coisas que acendem o corpo, ou até mesmo um simples bom dia, ou um boa noite sem intenção de dormir. Até as brigas causam saudade, porque nos faz lembrar da reconciliação que joga fora todos os resquícios da rixa. Sentir falta é angustiante, mas necessário.

É através do luto que vem a reconstrução. É através da dor que surge nossa força e é com essa força que nós aprendemos a lidar com os enfrentamentos que a vida coloca pelo nosso caminho. Fugir, querer evitar as situações de sofrimento não resolve e nem aliviam a dor. Agora, sobre o tempo em que vai durar? É relativo demais.

– Isso tudo você descobriu no psicólogo? – Josh e Carolina corriam pela orla da praia com o sol do meio dia sob suas cabeças os fazendo suar.

– Sim. – parou para descansar. – Ele acha que eu não to sofrendo o suficiente e que isso pode acabar me pirando de vez.

– Mas você parece bem. Quero dizer, eu to na merda, completamente na merda, mas você não, você esta bem demais para quem foi largada.

– Esse é o receio do meu psicólogo. – bebia água da garrafa. – Eu finjo, passei muito tempo na minha vida fingindo não sentir as coisas e isso só ferrou mais com a minha cabeça. O Rafael diz que se eu continuar assim só vai piorar as coisas para mim.

– Então para de fingir. – roubou os últimos goles de Carolina.

– Quem dera se fosse tão simples assim. – tirou o tênis, colocou o pé na areia fofa e quente. – Vamos de mergulho?

– Essa é a sua ideia de seguir em frente? – perguntou irônico.

Seguiram em direção ao mar onde as ondas brandas apagavam as pegadas deixadas pela beirada. Tudo muito calmo e silencioso. O sol que veio depois de um dia de chuva iluminava o céu como se fosse o rei do mundo, sempre muito triunfante e de peito erguido. Era como se o dia fosse dedicado as boas causas, enchendo o peito de esperança para os que caminhavam cabisbaixos e sem animo, dizendo em silêncio para que não desistissem das causas perdidas.

O Futuro de Nós DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora