O Futuro de Nós Dois

Você Foi Perfeito, B.

Carol também quis falar mais, minha gente! Espero que gostem! 

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Se eu dissesse que não estava triste com a situação estaria mentindo.

Ser desmascarada na frente dos meus pais por pessoas que nunca pensei que trairiam minha confiança foi um tremendo impacto. Dessa vez controlei as lágrimas, tinha que parar de chorar por qualquer coisa, tinha que aprender a ser mais forte e encarar a vida como uma pista de obstáculos.

Subi as escadas em choque. Meu avô e Billie me apunhalando pelas costas, desvendando um crime sem nem ao menos saber o porquê eu o cometi. Agora meu único receio era que me pai me proibisse de ir para Nova York, a probabilidade era extremamente pequena, uma vez que teríamos um longo dia pela frente, mas eu não podia me iludir.

O pior de tudo foi ter me deixado levar por Billie, o ridículo tinha me enganado direitinho. Que raiva que eu estava. Aproveitou-se de um momento delicado e me arrancou a verdade.

Jantei sozinha, quase meia noite, em meu quarto enquanto encarava as malas prontas ao lado da porta. Meu pai tinha cancelado o vôo, logo partiríamos pela manhã o mais cedo possível. Não fiquei nem um pouco contente com a idéia, só iria atrasar os meus compromissos, e tudo tinha que sair perfeito na noite seguinte.

Pronta para tomar banho ouvi um clique na porta, receosa por ser meu pai me surpreendi ao ver que era meu avô. Olhava-me com olhos amigáveis, mas mal sabia ele a raiva que me dominava por dentro.

- Eu não quero conversar, Nono.

- Mas precisamos. Creio que eu te deva uma explicação, correto?

E como ele devia.

- O Billie me contou sobre a conversa que teve com você, não achei certo o que fez com seus pais.

- E por isso resolveram me expor daquela maneira, sem ao menos saber o motivo?

- Não quero saber dos seus motivos, não agora. – sentou-se na minha cama e me chamou para fazer o mesmo, por fim, relutante, me sentei.

Ganhei um lindo de um sermão! Meu avô quando abre a boca para falar não para nunca. Me explicou o motivo de ter feito o que fez, e da forma mais calma do mundo me fez ver meu erro.

- E Billie não tem culpa de nada, o coitado não sabia o que eu ia fazer.

- Mas abriu o bico falando que o Sr. ligou pro psicólogo.

- Você sabe que não ouve ligação nenhuma, Aninha. Ele apenas foi astuto e arrancou uma informação de você.

Fiquei chateada por ele ter feito isso, por ter arrancado informações de mim que poderiam comprometer meu futuro. Mesmo não sabendo de meus planos, Billie nos fez correr muito risco quando se pronunciou.

Não sei como meu pai não tomou aquilo como desaforo, uma vez que um desconhecido se metia nos assuntos familiares. Se ele descobre sobre nós eu realmente não sei o que vai acontecer, ou será que sei?

A tarde toda foi um risco enorme, nós nos colocamos em risco. Meu entrosamento com o Billie é muito grande, não conversamos como dois desconhecidos que acabaram de se conhecer, e deixei isso bem claro ao meu pai ao conversar sobre minha doença com o B, coisa que nunca tinha feito antes com alguém que não fosse da família.

Ficamos à tarde no quarto conversando, transando, sendo que meu pai podia abrir aquela porta a qualquer momento e nos pegar no flagra, ou podia ter chego de fininho, sem fazer barulho, e me ver aos braços do B enquanto tomava café toda encolhida no colo dele.