Ô palavrinha desgramada!

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SEM REVISÃO!

O rosto do Billie expressava um misto de tristeza e desapontamento, ele falando de paixão e eu como sempre estragando tudo. Ele mais uma vez se declarando e eu apenas o tratando com indiferença. Billie não merecia isso, mais saiu da minha boca e a reação dele acabou comigo.

Confesso que quando ele disse aquelas palavras uma parte de mim desmoronou. Eu não estava simplesmente apaixonada por ele, eu o amava. Ainda não tinha conseguido ver? Não tinha enxergado o quanto o arrependimento dele me magoou porque eu o amo. E quando se ama alguém que diz se arrepender de ter passado tudo o que viveram juntos dói demais. Dói muito e eu senti cada pontada da dor. Comecei, pela primeira vez, a ver um ponto final para nós e não era isso que eu queria, não queria que ele se desfizesse de mim. Eu o amo.

- Me desculpa, B. - pedi para ele antes de me despedir, ultimamente pedir desculpas a ele era o que eu mais fazia. Segurava a caixinha com o Tiramissú com muita força. Eu simplesmente me afastei, precisava de um tempo para pensar no que fazer.

Eu sabia que uma hora meu pai teria que saber uma hora Billie não iria mais querer fazer as coisas às escuras, eu sabia disso, e também queria isso no fundo. Só não sabia como.

Durante a semana eu passei com a agenda lotada, estava ajudando o Nono com os preparativos da festa da empresa e minha mãe tinha começado a se animar com os preparativos da minha festa de aniversário, e eu ainda passava a noite em claro estudando para as provas finais, além de estudar uma probabilidade de futuro para nós dois.

Era muita coisa que pensei que daria conta, mas na realidade não dei. Não conseguia acompanhar minha mãe nas pesquisas dos lugares, nem meu avô nas escolhas de Buffet, nem estudar tudo o que eu tinha programado para estudar até sábado. E ainda tinha um evento de caridade da escola que minha mãe tinha me inscrito. Dar atenção pro B estava em primeiro lugar, mas nem isso eu consegui fazer e ele ficava cada vez mais puto comigo. Toda vez que ele me olhava eu conseguia enxergar a chateação dele, não podia falar, mas se ele soubesse ficaria feliz por eu estar arquitetando uma forma de contar sobre nós pro meu pai.

- B, a gente pode conversar? - já era sexta-feira, tinha acabado de sair do balé, faltava um dia para a festa da empresa e eu tinha feito a ultima prova na escola, estava esgotada.

- Claro. - respondeu de cenho tranqüilo, mas com voz séria. Para que dificultar as coisas, B?

Cheguei pertinho como quem não quer nada, primeiro o abracei e senti seus músculos rígidos aos poucos irem amaciando. Depois senti o cheiro dele, fiquei na ponta do pé e encaixei meu rosto no pescoço dele procurando pela essência amadeirada que eu tanto sentia falta e foi nítido que ele fez o mesmo comigo cheirando meus cabelos.

- Eu to com muita saudade. - consegui dizer com a voz amuada.

Estava tão cansada que às vezes gostaria somente de jogar tudo pro alto e sair correndo. Deixar tudo acumular, ligar o foda-se e ir para a praia ficar sentindo o sol queimar a minha cara pálida. Eu só precisava de um dia inteiro de bobeira, apenas um dia. Sabia que faltava pouco, domingo logo estaria ai e eu poderia fazer o que quiser. Sem mais preocupação com a escola, ao menos até os resultados saírem, sem preocupações com festa de empresa, e se tudo saísse bem sem preocupação em esconder meu relacionamento com o B.

- Eu também sinto sua falta, meu amor.

Sábado já começou animado. Minha família inteira estava chegando da Itália para participar da festa, óbvio que não cabiam na nossa casa, por isso eu fiquei encarregada de ajudá-los com o check in no hotel mais próximo ao local da festa. Era tanto primo e prima, tio, tia, que eu estava maluca. O Hall do hotel só tinha minha família, maioria dos olhos claros estupefatos por estarem em um local diferente.

O Futuro de Nós DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora