Como prometido mais um capítulo para a semana <3
Espero que gostem, grande beijos e bom final de semana.
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Sua cabeça doía forte, seu corpo estava tenso, tentou duas vezes abrir os olhos e não conseguiu, sua vista pesava. Tentou mais uma vez e conseguiu, porém não por completo, os olhos inchados não a permitiam ter uma ampla visão, tinha que se contentar com a pequena fresta que a possibilitava de ver sua mãe parada a sua frente com um meio sorriso.
As bolsas a baixo dos olhos de Margot indicavam que não havia dormido nada noite passada. Carolina sentia que ela queria conversar, mas não estava pronta. Sentia-se esgotada, tudo o que queria era tomar um banho para ver se assim conseguia tirar o peso do corpo. Levantou devagar, sentindo uma forte dor de cabeça a cada movimento. O mundo rodava. Colocou os pés descalços no chão gelado e com um pouco de dificuldade seguiu em direção ao pequeno banheiro ignorando a mão que a mãe a estendia. Quando se virou para fechar a porta notou de que do lado esquerdo de sua cama Billie dormia completamente torto em uma poltrona, com a jaqueta, que por muitos dias ela dormira agarrada, tapando-lhe a claridade que penetrava no quarto.
Fechou a porta, mas não com a chave, tinha medo de que algo acontecesse por o seu corpo estar tão lerdo. Tentava abrir a boca e pronunciar algo, mas sentia sua língua enrolar de leve. Estava assustada. Olhou-se no espelho e mais uma vez não se reconheceu, o rosto todo inchado, os lábios que antes eram macios estavam secos e rachados.
Como que se permitiu a chegar nesse estado? Fez uma escolha pensando que assim a dor seria mais amena, mas se enganou. A droga que ela consumia a deixava nas alturas, foi exatamente como Billie dissera a ela uma vez: "Parece que seus problemas ficam trancados dentro de um caixinha". E foi isso o que aconteceu, porém quando o efeito passava a queda da dor e do sofrimento caiam em dobro nos seus ombros, ela se afogava em tristeza e solidão dia após dia. Foi idiota por ter pensado que essa seria uma saída fácil, foi fraca de ter se deixado levar pela agonia de um momento tão infortuno.
Respirou fundo contendo o choro que estava por vir e aos poucos foi se despindo, os movimentos bem lentos. Entrou debaixo do chuveiro e ficou parada sentindo o jato quente batendo nas suas costas. Passou a mão pela barriga magra.
Com o corpo menos dolorido abriu a porta do banheiro com a toalha enrolada em seus cabelos. Seu olhar foi da poltrona vazia até o rosto de sua mãe.
– Ele foi comprar café – Margot disse entendo a expressão da filha.
Olhou para o relógio e eram 08h30minh, sentou-se no meio da cama e bem devagar foi tentando pentear o cabelo.
– Eu posso ajudar se você quiser – Margot ofereceu, Carolina tentou abrir a boca para falar, mas ainda sentia a língua enrolando um pouco, logo apenas acenou que sim com a cabeça dando permissão para a mãe.
Na tarde anterior teve uma crise forte, se estressou com o psicólogo e começou a gritar para que Dr. Rafael saísse de seu quarto. Os enfermeiros entraram assustados no quarto, pois até então estavam cientes de que era uma paciente com estresse emocional, mas não tinha ideia de que ela teria um ataque e que jogaria as coisas contra o profissional a sua frente que só queria a ajudar.
Dois para segurar, um para aplicar a substância que fez seus movimentos rapidamente ficarem lentos e sua força esvair para fora de seu corpo. Não queria dormir de novo, já havia dormido por muito tempo e por mais que lutasse contra a vontade incontrolável de fechar os olhos foi vencida. O ruim de calmantes é que quando acorda você sente todo o peso no mundo, pode ter dormido por horas, mas o corpo continua pesado, a fala arrastada assim como o andar.
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O Futuro de Nós Dois
RomanceApós dois meses viajando pela Europa, na tentativa de esquecer um amor do passado, Billie está disposto a se apaixonar de novo quando conhece Carolina, uma jovem simpática que consegue conquistar seus pensamentos. Assim como ele, Carolina é apaixona...