O Futuro de Nós Dois

Especial do Chef

Segurando um pequeno espelho a sua frente retocava o batom vermelho, dava um sorriso de leve para o taxista não perceber sua empolgação. Billie não disse a ela onde estavam indo, deu apenas o endereço e a proibiu de procurar por ele no Google, por muitas vezes se viu digitando o endereço na barra de pesquisa de seu celular, mas respirava fundo e apagava tudo, se ele queria a surpreender que a surpreendesse!

Saiu do táxi e deu uma nota de 50 para o motorista que ficou muito bobo ao saber que poderia ficar com o troco, era uma quantia muito boa receber 20 de caixinha. Bateu a porta do carro e o viu partir, virou de costas e se deparou com um restaurante, tinha vidraças que iam do teto ao chão, cortinas pretas, porém as luzes estavam todas apagadas.

- Sério, logo hoje que eles resolveram fechar?

- Mas eles estão abertos, olha – Um Billie todo arrumado e elegante apareceu ao seu lado apontando para a porta do restaurante que se abria mostrando duas meninas saindo as gargalhadas, bochechas vermelhas de tanto vinho. Carolina o olhava com gosto, estava tão bonito. Ela o viu se aproximar, estava com calças jeans escuras, camisa social preta e um sorriso charmoso, seu perfume era uma delicia. Bem de leve colocou sua mão no rosto de Carolina, fez carinho com a ponta do polegar e foi descendo com a mão até a nuca dela. Ela estava linda, boca vermelha, tinha os olhos levemente delineados, um vestido preto fechado na frente e com a saia levemente rodada, estava de salto alto também preto, o cabelo ainda estava molhado e levemente bagunçado por conta da janela aberta do taxi. Billie não conseguia parar de sorrir para ela, para aquele lindo par de olhos azuis profundos.

Carolina gostava da sensação que emanava da mão dele em sua nuca, sentia a ponta dos dedos roçando-lhe o cabelo, encarava o sorriso dele como se fosse a sétima maravilha do mundo. Aos poucos o tão belo sorriso foi se desfazendo e o olhar dele ficando mais intenso, agora a outra mão dele estava na cintura dela. Ele foi se aproximando do rosto dela, olho no olho, boca quase na boca, um respirando a inspiração do outro, ficaram quase que num transe, até que Billie finalmente a beijou, um beijo leve, que rapidamente foi respondido por Carolina, em instantes um experimentava da boca do outro com mais intensidade, era delicioso, um beijo que acendia cada pedacinho do corpo de Carolina, toda vez que ele diminuía a velocidade ela dava mais uma investida, estava tão bom que  não queria que acabasse. Agora as duas mãos dele se encontravam no rosto dela, ambas afagando-lhe o cabelo. Ela já estava sem ar e aos poucos foi diminuindo a velocidade, ela abriu os olhos e o viu de olhos fechados esfregar a ponto do nariz no dela, ele sorriu e a olhou.

- Vamos? – ele oferecia a mão a ela que rapidamente aceitou.

O restaurante era um imitação do Dans Le Noir de Londres, que como o original oferecia a experiência de um jantar no escuro.

- Gente, eu não acredito que tem um desses aqui! – Carol riu enquanto era guiada por um garçom até a mesa, foram tateando até ambos estarem sentados em seus devidos lugares.

- Você já ouviu falar do Dans Le Noir? – Billie forçava a visão na tentativa de enxergá-la, logo hoje que ela estava tão linda não seria capaz de poder passar o jantar a observando.

- Sim, uma vez quando estávamos em Londres visitando meus avós passamos em frente, fiquei super animada, mas meus pais não queria entrar por nada, disseram que seria a experiência mais absurda da vida deles.

- Mas porque? – Billie foi tateando a mesa em uma tentativa falha de encontrar as mãos dela.

- Aqui – Carol entrelaçou os dedos dela nos dele, estava o tempo todo com um sorriso bobo, e agradecia mentalmente por ele não poder estar vendo ela. - Eles não conseguiam entender como comeriam sem ver o que estavam comendo, sei lá.