Não se Afaste de Mim

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Às vezes nós pensamos que o mundo gira contra a gente, que nada esta a nosso favor, mas a realidade é que tudo não passa de coisa de nossa mente. A mente nos ajuda a compreender diversas coisas, porém de vez em quando ela joga umas bombas e não sabemos o que fazer para que nada exploda.

Tem hora para se apaixonar? Tem alguma lei da vida que diga com quanto tempo uma pessoa pode se apaixonar? Ou algum estudo científico? A partir do momento que você cria um vinculo com uma pessoa você corre o risco de se apaixonar. Para se apaixonar não é necessários buques de flores, nem conversas a luz do luar. Para se apaixonar basta querer, e ela quis. Ela se apaixonou. Ela estava apaixonada, e mesmo sem o ver e nem ao menos falar com ele por uma semana, ela se sentia da mesma forma, apaixonada.

Desde sábado passado quando Billie fora embora sem se despedir, dormia todas as noites agarrada à jaqueta dele. O perfume amadeirado que antes tinha já havia sido todo consumado.

Não era questão de tempo, se apaixonar era questão de entrega, era o quanto um se entregava ao outro, e Carolina se entregou desde a primeira vez.

Já estava acordada desde as cinco. Ouviu seus pais chegarem e entrarem no quarto para vê-la, fingiu estar dormindo. O sol forte entrava pela janela esquentando o quarto, já era primavera e assim como o sol trazia calor às flores traziam cor e vida! Caminhou em direção a sua sacada com cuidado para não ferir mais o pé, se apoiando na parede sentou-se no chão e recebeu os raios de sol no rosto. Fechou os olhos e via tudo rosa, sentia-se iluminada.

Uma batida na porta a tirou de seus pensamentos, forçando um pouco a vista conseguiu ver sua mãe entrando no quarto em um belo vestido longo florido.

- Bom dia, meu amor, acordou há muito tempo? – Margot acariciou os fios da filha. Carolina retribuiu com um sorriso. – Então, nós podemos conversar a respeito daquilo? Sua paixão?

- Você contou alguma coisa pro papai? – entrou em pânico.

- Não, Aninha, não contei nada, assim como me pediu. Mas devo confessar que fiquei bastante preocupada. Esse rapaz é alguém que eu conheça ou algum colega da escola? – Carolina negou fitando o pé machucado. Margot acompanhou o olhar até notar a bota ortopédica no pé da filha. – Vai me dizer o que aconteceu com esse pé?

- O Balé. – respondeu rapidamente.

- E sobre esse rapaz, o que vai me dizer sobre ele? – perguntou sentando-se ao lado da filha na sacada.

- Eu o conheci no psicólogo, no meu último dia lá. Ele é um cara genial, mas esta passando por alguns problemas na vida pessoal dele.

- E você realmente esta apaixonada por ele? – Carolina afirmou com a cabeça. – Então você tem que aprender a respeitar o momento dele, mas também tem que entender que um relacionamento não é constituído só por coisas boas, às vezes nos deparamos com coisas tristes também e o que a gente mais quer é que o nosso parceiro saiba nos apoiar. Talvez tudo o que ele precise agora é de um ombro amigo, filha. Se você realmente gosta dele esteja sempre ao seu lado.

- Obrigada, mãe. – Carolina abraçou a mãe com lágrimas nos olhos. Foi necessário ouvir o que a mãe disse para entender que os momentos ruins fortalecem uma relação tanto quantos os bons – Eu vou me arrumar e ir encontrar com ele.

Tomou seu banho, penteou o cabelo. Vestiu uma regata rendada amarela e um short azul marinho, colocou os óculos escuros para se proteger do sol e foi descendo a escada devagarzinho para não machucar o pé. Quando concluiu todo o percurso seguiu em direção a porta e viu seu pai se aproximar.

- Onde você vai, Carol? – olhou receosa para o pai e aceitou o abraço que ele lhe oferecia.

- Eu to indo sair.

O Futuro de Nós DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora