Eu amo tudo nela, mas não a conheço mais.

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VOLTEEEEI!

MIL PERDÕES, MAS VIDA DE ESTUDANTE É ASSIM MESMO. SOLAVANCO ATRÁS DE SOLAVANCO.

Um pouquinho de Billie para vocês que sentiram a falta dele. Boa leitura!

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Eu costumava conhecer todo o jeito dela. Sabia antes mesmo dela sentar-se à mesa se iria querer leite com achocolatado ou se ia querer suco de alguma fruta, e se fosse um bom dia eu sabia que ela beberia os dois. Eu sabia o que cada sorriso dela dizia, se estava cansada, mas feliz, se estava sorrindo porque eu gostava de vê-la sorrir, ou se sorria por estar pensando ou vendo algo que a alegrasse. Eu compreendia as diversas playlists no seu celular que ao invés de nomes tinham números, e que quanto mais se aproximava do número cinco mais triste ela estava se sentindo. Eu sabia muitas coisas e conforme o tempo foi passando mais nós fomos ficando íntimos e mais eu passei a conhecer ela. Chegamos a um estagio em que eu decifrava o que se passava em sua mente, eu decifrava seu silêncio, compreendia a tensão que ficava no seu cenho franzido, entendia bem os olhos amuados e a boca em linha reta. Passei a conhece - lá mais do que a mim mesmo. Mas agora, agora eu não a conheço.

Lembro que fiquei parado do lado de fora da casa dela por um bom tempo. Quando estava entrando com o meu carro notei a movimentação em frente a casa e preferi parar o carro e observar de longe ela indo a passos lentos até a porta de casa. A festa que por pouco eu quase não fui convidado estava rolando e eu do lado de fora pensando e repensando se valeria a pena eu estar lá dentro. Pensando nas únicas duas opções que certo alguém me forçou a escolher, e que infelizmente ambas não teria final feliz para nós.

Lembro de ter passada à tarde anterior a festa andando de loja em loja, perguntando a várias vendedoras e pedindo por suas opiniões a cerca do presente que eu queria tanto dar a ela. Acho que pensei nesse presente assim que o ortopedista disse que o ligamento machucado estava se recuperando. Naquele dia ela sorriu tão linda, senti que seria capaz de iluminar o céu, e então uma luz piscou na minha cabeça e soube qual seria o presente.

Fiquei por longos minutos do lado de fora encarando a casa. O carro, que estava desligado e com as janelas fechadas, foi ficando mais quente a cada instante e conforme a temperatura ia aumentando uma tremenda agonia foi tomando conta de mim, e como qualquer coisa ruim foi avançando e tomando espaço como se fosse uma erva daninha que cresce desenfreadamente por cima de canteiros floridos e bem cultivados.

Lembro de sentir meu coração palpitar forte dentro de mim, minhas mãos suaram e pela primeira vez em anos eu me sentia nervoso por me encontrar com uma namorada. Na mão eu carregava o embrulho rosa, mas a todo instante enquanto me digiria até a porta de vidro indaguei-me se não seria melhor ter comprado um buquê para acompanhar o presente. Do lado de fora eu fui capaz de ouvir as vozes e risadas altas, pude até ouvir um bater de palmas curto, e quanto mais ficava do lado de fora sem reação, mais a agonia tomava conta de mim.

Não toquei a campainha, simplesmente entrei de fininho e fui em direção a sala que estava toda decorada com os tons que ela gostava. Carolina estava no meio de uma roda, seus olhos estavam fechados por conta da gargalhada estridente que estava dando. Cumprimentei todos a sua volta e a cada aperto de mão ou beijos na bochecha eu lançava o meu olhar em sua direção. Naquela altura do campeonato a saudade estava tomando conta de mim, foi como se uma bomba tivesse explodido dentro do meu peito e a cura estivesse sentada bem a minha frente.

Ela estava montada em uma pose, sorriso que dilacerou meu coração, cheia de atitude. Os cabelos ondulados, a franja estava partida ao meio com o resto do cabelo. Pela primeira vez toda de preto, estava na cara a mudança. Vestia uma saia tão curta que qualquer machista diria que ela é vadia, mas bem que eu queria aquela puta na cama comigo, pra eu ser puto junto com ela. O semblante não era mais o de menina mulher, era de mulherão, e com a junção dos olhos bem delineados dava a ela um ar de que pode tudo. Os peitos? Que peitos!

O Futuro de Nós DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora