Capítulo 15 ― Irmandade (Parte 5)

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ATENÇÃO: Novamente, é necessária atenção na leitura do que está e não está itálico! Isso é essencial para a compreensão.

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Anteriormente...

Abriu os olhos devagar, porém logo percebeu que sua visão não se encontrava turva como das outras vezes. Merritt havia lhe dito anteriormente, na conversa que haviam tido enquanto Ellen e Wendy brigavam, que a visão turva poderia ser um efeito da telepatia. Naquele momento, sentiu-se grato por ter um pouco de calma em sua cabeça. Entretanto, assim que levantou a cabeça e seus olhos azuis encontraram o corpo de Robbie sendo cuidado por Marilyn, ele se viu, inesperadamente, na mente do garoto de cabelo cacheado.

Uma mente leve, com a consciência limpa, como o próprio havia falado. Robert não possuía sequer um pingo de remorso em seus sentimentos, apenas uma imensa e perturbadora tristeza por ter tido que devolver a agressão de Peter. A mente do rapaz era mais serena do que a sua havia sido em todas aquelas semanas... Apesar da preocupação ainda existente no fundo de seus pensamentos, a essência de Robbie era óbvia. Ele não era uma pessoa suja, muito pelo contrário. Era uma pessoa apaixonada e, ansioso por descobrir a fonte daquela sensação de leveza, Peter se deixou mergulhar nas lembranças que surgiam na mente do garoto.

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A voz pertencia a uma garota. Ela estava sentada em um galho comprido na mesma árvore na qual ele tinha escolhido se apoiar. Tinha um livro nas mãos e não parecia muito feliz.

Robert ainda estava tentando processar aquilo quando ela mesma deu um impulso e pulou do galho, pousando graciosamente. (...) Agora que conseguia vê-la direito, tinha que admitir: era muito bonita. Loira, magra e esguia, parecia ter saído de uma revista. Os olhos dela eram azuis e tinham um brilho exótico. Usava um short jeans com a barra desfiada, uma camiseta de mangas compridas e um tênis de corrida, muito parecido com o que ele mesmo tinha nos pés. Pensando bem, não eram só os olhos dela que pareciam exóticos. A garota, em si, passava aquela impressão.

(...) — Ei, espera um segundo! — antes que Robbie pudesse perceber, o pedido já tinha saído, assim como, antes que pudesse se segurar, a pergunta também. — Como é o seu nome?

— Savannah. — ela disse, um sorriso nascendo nos lábios bonitos.

Uma vaga lembrança daquela garota atingiu o próprio Peter ― sim, ele a conhecia. Robert a havia levado a sua festa de aniversário, no dia anterior. Na ocasião, ele estava muito preocupado com Wendy para prestar atenção na moça, mas não havia como negar que ela estava, de fato, no local.

Antes que pudesse pensar mais sobre isso, outra lembrança o atingiu.

Peter pulou do galho no qual estava sentado. Ele se desequilibrou um pouco, o que fez Robbie instantaneamente se lembrar do dia no qual conhecera Savannah. Ela fizera a mesma coisa, com muito mais elegância que Peter. Ele sorriu à memória. A moça ainda não tinha respondido a mensagem de texto que mandara, perguntando como ela estava.

Sim, ela estava constantemente nos pensamentos de Robbie, mesmo que ele não demonstrasse. Peter, que conhecia a sensação, pôde perceber a atração que o outro sentia. Por mais que o garoto de cabelos cacheados não quisesse admitir para si mesmo, a atração estava lá.

Quando as bocas se separaram, Robert a puxou pela cintura para mais perto e ela caiu, um pouco torta, no colo dele. Eles voltaram a rir. (...)

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