Capítulo 6 ― Segredo (Parte 2)

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Nota: Essa parte do capítulo tem três músicas de acompanhamento, mas o wattpad só deixa colocar um link de vídeo aqui em cima, e eu escolhi colocar a última. Os nomes e links das músicas vão estar antes da cena que elas acompanham, então, se vocês puderem escutar, fica bem mais legal! :)

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(Ouvir: Secondhand Serenade ♠ Something More ♠ https://youtu.be/H4BrqNkYnzU)

Peter estava em um estado de espírito raro enquanto arrastava Jake ao vestiário masculino. Tinha certeza absoluta que o local estaria vazio e era exatamente isso o que precisava: privacidade. Sua cabeça se dividia entre raiva pelo que Oliver tinha acabado de fazer e alívio por Jake ainda estar vivo. No meio da confusão de sentimentos, sua cabeça começou a latejar um pouco, sensação que não lhe era mais tão estranha quanto gostaria. O corpo do seu colega de time ainda tremia e ele balbuciava algumas palavras incompreensíveis.

Assim que conseguiu chegar a um dos bancos do local, fez com que Jake se sentasse. Os olhos do moreno estavam ocos, como se não houvesse mais vida dentro de seu corpo, apesar de este ainda tremer em excesso. Peter não sabia como conseguira trazê-lo até ali sem que as pessoas o parassem para perguntar o que havia de errado. Talvez fossem seus pensamentos desejando tanto que ninguém percebesse, que ninguém visse, que ninguém notasse... Afastando aquilo de foco, voltou a se concentrar em Jake.

Ele parecia prestes a começar a convulsionar. Aquilo não podia acontecer de jeito nenhum. Que justificativa daria para a enfermeira? Para a diretoria? Para os pais de Jake?

Balançando a cabeça e se abaixando um pouco, ele olhou diretamente nos olhos do amigo, segurando seus ombros.

— Jake. — Peter chamou, tentando fazê-lo reagir. Quando não obteve resposta alguma além da continuação dos tremores, forçou—se a permanecer tentando. A dor explodiu em sua cabeça, mas ele não deixou a concentração ir embora. — Jake? Sou eu, o Pete. Você está bem, Jake. Vai ficar tudo bem. Volte para a Terra.

Os tremores diminuíram ligeiramente, o que foi um incentivo para Peter continuar tentando trazer a consciência do amigo de volta. A vida ainda não tinha voltado aos olhos castanhos e vazios do rapaz.

— Você não pode morrer, Jake. Nós ainda temos uma temporada inteira de basquete pela frente, lembra? Volte, Jake. Não há nada errado. Está tudo bem. — conforme Peter continuava a repetir aquelas palavras de segurança, imprimindo nelas toda a necessidade que tinha de que o amigo voltasse a ficar saudável, o corpo de Jake foi parando de tremer e um pequeno brilho de vida surgiu em seus olhos. — Você está indo muito bem, Jake. Continue assim. Não aconteceu nada de errado. Está tudo bem. Inspire. Expire.

O corpo de Jake parou de tremer completamente e balançou um pouco, mas o aperto firme de Peter em seus ombros não o deixou cair. Seu peito subiu e desceu, um sinal claro de que sua respiração estava de volta ao normal. O alívio percorreu as veias do último, que concentrou todas as suas energias positivas em uma última palavra.

Volte.

A cabeça do moreno balançou ligeiramente antes de ele piscar e abrir os olhos brilhantes de novo. Prendeu o olhar em Peter e franziu a testa.

— Pete? Por que estamos no vestiário masculino? E por que você está segurando os meus ombros? — perguntou, como se toda a situação fosse uma total incógnita para ele.

— Você estava se sentindo um pouco tonto e precisou dar uma pausa por algum tempo. — o garoto soltou a primeira mentira que veio à sua cabeça, tendo consciência de que aquele era um momento decisivo. Jake iria perguntar sobre Oliver? Soltou os ombros do amigo, que se esticou um pouco, como se tivesse acabado de acordar.

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