Capítulo 8 ― Dezoito (Parte 2)

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(Ouvir: Calvin Harris ♠ Feel So Close ♠ https://youtu.be/AEh3zEMYKzA ♠ vídeo na parte superior do capítulo)

Peter ria de alguma piada que Jonathan havia contado. Ele sequer havia prestado atenção direito no que o colega de time falara, mas aquela risada fingida sempre funcionava. Seus olhos, no entanto, estavam grudados em Wendy, que parecia mais do que entediada. Ele não gostava de ter que deixá-la sozinha, mas também não podia deixar seus amigos. No fim das contas, eles eram o seu time, o time que poderia garantir sua bolsa de estudos na Universidade de Chicago. Ele simplesmente não tinha como arriscar sua vaga de capitão.

A verdade era que todo aquele cenário tinha sido muito complicado para Wendy. Oliver era o melhor amigo de Peter, que sabia que o rapaz também era muito próximo de Robbie. Porém, não demorou muito para que o garoto de cabelos cacheados se tornasse a outra metade de Ellen, que, todos tinham consciência, não era a fã número um de Wendy.

Sendo assim, Oliver e Ellen estavam sempre juntos e, na maioria das vezes, Robbie estava com eles também. Quando Oliver não estava, Ellen e Robbie eram inseparáveis. Peter já tinha amigos antes de tudo aquilo e não podia apagá-los de sua vida. E Wendy? Quem era que Wendy tinha? Quando ela não estava com Peter, ela não tinha ninguém. Por mais que ainda tivesse uma relação amigável com Oliver, eles não tinham mais tanta proximidade assim.

De um jeito ou de outro, sem Peter, Wendy acabava sozinha.

Quando ele estava prestes a se desvencilhar do grupo de amigos para fazer um pouco de companhia à sua garota, Jake apareceu com uma bebida vermelha nas mãos. O garoto já estava completamente bêbado, tropeçando nos próprios pés, e Peter mal conseguia entender as palavras que ele pronunciava de forma enrolada.

— Alguém... Me disse que era pra entregar pra você, Pete. Uma bebida especial. O nome é... Red Death. Algo assim. E também tem um bilhetinho! Quem é a sua admiradora secreta, hein, Pete? — e começou a gargalhar, como se tivesse contado a piada do século. Peter deu sua risada falsa mais uma vez, pegando a bebida da mão do amigo e provando um gole.

O líquido era forte e desceu queimando sua garganta. Ele deixou o copo de lado e abriu o pequeno papel amassado que Jake também havia lhe dado. Precisou ler mais de uma vez para ter certeza que não estava tendo alucinações.

Virou-se para Jake e, segurando-o pelos ombros, perguntou:

— Quem foi que te deu esse bilhete, Jake?

— Eu... Eu não sei. — o moreno cuspiu, entre risadas. O resto do grupo parou para prestar atenção na cena que se desenrolava entre os dois. — Ficou curioso foi, Pete?

— Jake! — Peter exclamou, elevando a voz, e o outro parou de rir perante sua expressão séria. A embriaguez de Jake era tão evidente que era difícil acreditar que ele ainda conseguia se manter em pé. — Eu preciso saber quem foi que te pediu pra me entregar isso!

— Foi... Uma pessoa aí... Você conhece, cara! Eu não lembro... O nome...

E então, os olhos de Jake Bennich reviraram e ele caiu desmaiado nos braços de Peter. Alguns dos outros membros do time de basquete o apoiaram e o levaram para o andar superior da casa, com a intenção de jogá-lo em alguma cama em um dos quartos desocupados de Jonathan.

Peter Cartwright, no entanto, ficou paralisado no lugar onde estava.

Jake não tinha sido escolhido de forma aleatória para ser o mensageiro. Ele estava bebendo de forma excessiva desde o começo da festa e qualquer um que prestasse atenção saberia que sua memória não lhe diria absolutamente nada no dia seguinte. Uma pessoa, no entanto, tinha prestado mais atenção do que o necessário. Atenção o suficiente para perceber quando Jake se afastasse do grupo para ir pegar mais bebida sem ser visto pelos outros. Essa mesma pessoa lhe enviara uma bebida chamada Red Death, que viera acompanhada de um bilhete que dizia:

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