POWER

Capítulo 18 ― Confronto (Parte 3)

ATENÇÃO: Vocês já sabem a regrinha do itálico. No mais, LEIAM as notas no fim do capítulo. Elas são importantes e falam sobre algo do interesse de vocês, que é a FREQUÊNCIA DE ATUALIZAÇÕES.

Joe olhou para todos eles e, inesperadamente, soltou uma gargalhada. Peter franziu a testa, enquanto Wendy manteve sua posição e Oliver voltou a se virar para o trinco da cabine; precisava descobrir um jeito de abrir aquilo e tirar Ellen dali, nada iria adiantar se eles não conseguissem resgatá-la.

― Irônico, não é? ― Joe constatou, seus olhos gélidos brilhando. Duas partes em seu traje, no lado esquerdo de seu peito e no joelho direito, estavam rasgadas e um pouco queimadas, em virtude de terem sido atingidas pelas descargas de energia de Oliver. Porém, o alvo não parecia nenhum pouco abalado. Sua risada anterior demonstrava isso em claro e bom tom. ― Como o Johnson não aprende? Talvez, se ele sobreviver ― um sorriso satisfeito apareceu em seu rosto ―, vocês possam avisá-lo de que Wendy vai querer casar com ele. Afinal, com ela, o esquema é quem dá mais, não é mesmo?

As asas de Wendy bateram por conta própria, como se tivessem vida e estivessem indignadas com aquelas palavras, mas os pés da loira sequer mexeram, fixos em sua posição de guarda.

― Você não me conhece, Wright. ― ela praticamente cuspiu, recusando-se a sair da frente de Robbie. ― Você acha que algumas fotos em uma parede te dizem quem eu sou? Você não faz ideia do que eu sou capaz de fazer.

― Suas asinhas estão incomodadas comigo, Wendy? ― o garoto perguntou, com um sorriso debochado no rosto. ― O que é que você vai fazer? Me atingir com as suas penas? Eu sei exatamente quem você é. É o tipo de garota que não consegue nem ver um garoto ser gentil sem ter vontade de abrir as pernas. E sabe como eu chamo esse tipo de garota, Wendy? Vadia.

A loira sentiu seu rosto queimar com aquelas palavras. O sangue em suas veias parecia borbulhar por onde passava, tal a intensidade do calor que invadiu seu corpo. As palavras ofensivas ecoavam na sua cabeça, misturadas a tudo de ruim que havia ouvido sobre si mesma nos últimos dias. Ela era a culpada, era a vadia, era uma pessoa horrível, suja, mentirosa... Ela era o que mesmo?

Ah, sim... Era uma pessoa cheia de veneno, uma cobra.

Um anjo venenoso.

― O que? Você não tem nada a declarar, Wendy? ― Joe riu mais uma vez, enquanto os outros observavam o rosto vermelho da loira que parecia prestes a explodir, pegos tão desarmados por aquelas palavras quanto ela. ― Aposto que a carapuça serviu, não é mesmo? Você não tem nada a dizer, porque sabe que é a verdade.

― A única coisa que eu tenho de você é nojo. ― as palavras saíram abafadas pela raiva que consumia seu corpo.

― Wendy, não dê ouvidos a ele. ― Peter pediu, a voz firme. ― Não deixe que ele entre na sua cabeça.

― Por que você quer protegê-la agora, hein, Pete? ― o apelido parecia mais uma ofensa do que qualquer outra coisa. ― Ela não precisa que você a proteja. Ela tem Robbie para isso... Ah, espera. Ele está morrendo nesse exato minuto, então talvez você receba uma promoção e ela te aceite de volta na cama dela.

Wendy viu vermelho. Não conseguiu entender exatamente o que aconteceu ou como aconteceu. Só soube que suas mãos e asas estavam tremendo, seu corpo todo parecia em chamas de tão quente e, antes que mais alguém pudesse dizer uma palavra que fosse, ela ergueu o rosto para encarar Joe e cuspiu nele.

A fúria que sentia era tanta que o gesto não foi o suficiente para aplacá-la, porém, o grito que Joe soltou fez com que um pouco da névoa que cobria seus olhos se dissipasse.