P O W E R conta a história de Peter Cartwright, Oliver Fleshwood, Wendy McGarden, Ellen Fawkner e Robert Johnson, cujas vidas passam a se interligar profundamente a partir de um acidente em uma excursão escolar. Aos poucos, os cinco começam a sentir...
Tentando ignorar o tremor que percorreu seu corpo, a ruiva abriu os olhos verdes, reunindo toda a coragem que tinha dentro de si para erguê-los e encarar o garoto à sua frente, além de finalmente descobrir o local onde se encontrava.
Era um cômodo grande, com uma iluminação artificial forte que fez seus olhos arderem, mas sem janelas. Ainda assim, para Ellen, a semelhança com um hospício abandonado que os filmes hollywoodianos costumavam mostrar era evidente. Porém, existiam diferenças: havia dois computadores, algumas máquinas cujos nomes ela não conhecia, vários cabos soltos e pedaços de vidro quebrado em um canto mais afastado. Ela estava em uma espécie de prisão em um dos cantos do lugar: era uma cabine quadrada apertada, com paredes de vidro. Parecia ter sido construído especialmente para manter uma pessoa confinada, uma das paredes exibindo uma fechadura de metal, que ela não sabia ainda, mas necessitava de uma senha para liberar a entrada. Acima dela, havia um pequeno cano que fornecia ar ao cubículo e era provavelmente o que a estava mantendo viva até aquele momento. Porém, apesar de sua situação de encarceramento, o que a amedrontou de fato foi uma das paredes cinzentas do local.
Grudadas nesta, estavam cinco fotos em tamanho grande de cinco rostos diversos. Em cima de cada retrato, se encontrava uma inicial recortada em um papel de cor vermelha. Assim, acima das fotos de Peter, Oliver, Wendy, da própria Ellen e de Robert, a palavra POWER parecia brilhar ao centro da parede branquíssima.
Poder.
No entanto, as fotografias de rosto dos cinco e as letras não eram as únicas coisas pregadas à parede. Havia ainda um mapa de Chicago com vários locais marcados ― e, com um arrepio que perpassou todo seu corpo, ela conseguiu identificar alguns dos pontos como sua casa, a de Oliver, a de Robbie e a Yutch Academy ―, além de uma linha na cor verde que marcava claramente o trajeto até Maywood, até o galpão de Merritt e Marilyn. Havia fotos de Peter e Wendy abraçados no corredor da Yutch, de Wendy caminhando ao lado de Robbie até o ponto de ônibus, e de Robbie andando de mãos dadas com Savannah no Burnham Park.
E havia fotos de Ellen ― fotos assustadoras que mostravam sua vida inteira. Ellen sozinha, Ellen com o pai, Lennon abraçando Tina na porta da casa deles, Ellen e Robbie, Ellen, Ellen, Ellen...
E, é claro, Ellen e Oliver. Os dois abraçados, de mãos dadas, lado a lado, sorrindo um para o outro, durante o almoço, encostados aos armários, do beijo que os dois trocaram no dia do aniversário de Oliver em pleno corredor, dos beijos que ele costumava lhe dar quando lhe deixava em casa após os treinos... Ela mal conseguia acreditar em seus olhos. Parecia estar em um pesadelo, mas duvidava que sua mente pudesse ser tão criativa a ponto de criar um cenário de mau gosto daquele.
E então, havia ele, o garoto que havia lhe chamado. Parecia ter uns quinze anos, com sua voz infantil e seu rosto jovem, com algumas espinhas aqui e ali. Estava parado em frente à parede oposta, de pé. Era um pouco mais alto que ela, com o cabelo loiro escuro espetado, e magro, como se não se alimentasse de maneira apropriada há semanas. Entretanto, algo contrastava fortemente com a aparência infantil dele: seus olhos azuis eram tão gélidos que pareciam carregar todo o desprezo do mundo dentro deles. Porém, quando encontraram os verdes dela, ele sorriu e seu olhar se suavizou ligeiramente.
― Ellen... Como você está, querida? Desculpe pelo espaço apertado. ― o garoto pareceu arrependido por alguns segundos, mas a expressão não permaneceu em seu rosto. ― Mas tenho certeza que você me entende. Infelizmente, eu não posso deixar você andando livre por aqui. Você fugiria, não fugiria? ― sua voz assumiu um tom triste, um pouco antes de passar para irritada. ― Você me machucaria e fugiria. Mas eu não quero machucar você, Ellen. Eu só quero conversar.
― Quem é você? ― a voz dela saiu rouca, pelo tempo que tinha passado desacordada. ― Que lugar é esse?
― É claro. ― ele soltou uma risada desagradável, que fez a ruiva se encolher mais ainda em seu já apertado cubículo. ― É claro que você não sabe quem eu sou. Por que você saberia? Por que você me notaria? Mas eu sempre estive lá. Sempre estive lá e sempre notei você. Notei você antes mesmo dele.
― Do que você está falando? ― arregalou os olhos, tentando se ajeitar dentro do quadrado. Seus membros doíam e ela apoiou a mão na barreira de vidro que a separava de seu captor. ― Eu quero sair daqui! Me deixa sair! ― bateu no vidro com força, e o meio sorriso que se encontrava no rosto do garoto à sua frente desapareceu.
― NÃO! ― ele gritou, parecendo uma criança birrenta. Não tinha a aparência e não soava, de jeito nenhum, como alguém que perseguiria, sequestraria e prenderia uma garota. ― Você não vai sair daqui! Não vou deixar você sair!
― Quem é você? ― Ellen berrou de volta, recusando-se a pensar com mais calma no significado daquelas palavras. Ela iria sair dali sim, de qualquer maneira. ― O que você quer comigo? Me deixa sair!
O garoto parecia irado. Ela sequer sabia o nome dele ainda, mas se recusava a se deixar assustar por seus olhos furiosos e postura rígida. Porém, nada poderia prepará-la para o choque que lhe invadiu quando ele, enfim, respondeu a uma de suas perguntas.
Att (18/06): GRUIEOHFHUIEFDJWKSMFJDKJFR ME DEEM OPINIÕES, PELO AMOR DE DEUS, SÓ ISSO QUE EU PEÇO (e votos também, pfvr, ajuda muito!).
Então, ainda não temos um nome, hein???? Porém, o rosto do nosso stalker está aqui, depois de todo esse tempo! A quem interessar, eu o imagino como o Will Poulter, sabe aquela carinha de menino com uma mente bem perturbada? Pois é! (E a @IsabelCSnow , que me acompanha há um tempinho aqui, ME DESCULPA PELOS OLHOS AZUIS DELE, juro pela minha vida que isso não é proposital, não desiste de mim!!!!)
Não quis colocar no meio do texto, mas aqui uma foto da minha inspiração pra cabine de vidro na qual a Ellen está sendo mantida presa, pra caso alguém tenha alguma dificuldade de visualizar. A diferença é que a dela é BEM MENOR que isso, ok? É apertada mesmo, não dá pra ficar de boas igual o Javier Bardem tá aí nessa foto.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Segunda que vem, eu entro de férias, venham aqui comemorar comigo! \o/ Os posts devem regularizar e, enfim, vou poder voltar a escrever. Aliás, RESPONDI TODOS OS COMENTÁRIOS, então comentem mais pra gente conversar e debater as possibilidades dos próximos capítulos. <3
Beijão, amores! Até semana que vem, onde prometo que a atualização vai ser maior xx
