Capítulo 2 ― Emergência

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Robert nunca vira um hospital tão lotado em sua vida. Pais chegavam desesperados a todo momento, algumas garotas ainda choravam e muitos ainda pareciam perdidos no meio da confusão. Ele estava sentado na sala de espera, os tênis molhados deixados perto da mochila rasgada. Tinha sido examinado por precaução médica, mas, fora alguns arranhões, estava bem. O problema mesmo tinha sido com Oliver e os amigos dele.

Ergueu-se da cadeira quando viu seus avós entrando apressados, acompanhados de Tim e Peggy Fleshwood e mais alguns adultos que ele não conhecia. Assim que sua avó o viu, seus olhos se encheram de lágrimas e ela correu para abraçá-lo. Sem se preocupar com opiniões alheias ― as meninas mais fofoqueiras não perdoavam nem uma situação daquela e ficavam cochichando sobre os pais dos colegas  ―, Robbie abraçou sua avó de volta, querendo acalmá-la frente à óbvia preocupação dela.

― Estou bem, vovó. Não estou machucado, fique tranquila...

Seu avô apertou seu ombro e pôs-se a analisar seu rosto e os braços arranhados.

― O que diabos aconteceu, Robbie? ― Clint quis saber. Porém, Peggy Fleshwood não conseguiu se conter por muito tempo e, no auge de seu desespero, questionou:

― Você tem alguma notícia do Oliver?

Robbie suspirou antes de responder ambas as perguntas.

― Foi uma batida e tanto. O ônibus capotou antes de parar. O Oliver foi o último a sair, Sra. Fleshwood. Eu sei que ele se queimou um pouco, mas nada comparado à namorada dele ou a do Peter...

― Desculpe, mas o que você disse? Sobre a namorada de Oliver? Ellen está bem? ― Lennon Fawkner surgiu ao lado, o rosto pálido e preocupado.

― O que aconteceu com a minha Wendy? ― Tina McGarden questionou, já à beira de lágrimas.

― Ellen queimou as pernas, Wendy machucou as costas... Me desculpem, mas é tudo o que eu sei dizer. ― o garoto disse, começando a ficar nervoso e voltando a abraçar a avó. Ela o abraçou forte, como se quisesse afastar todo o nervosismo que ele sentia.

― E Peter? Você sabe alguma coisa sobre meu filho? ― Mary Cartwright, que segurava firme a mão da amiga Peggy, perguntou. Seu rosto não tinha expressão. Vazio, como se tivessem lhe arrancado algo.

― Peter só teve alguns arranhões também. Ele está lá dentro com a Wendy.

― Senhores, acho que seria melhor se vocês procurassem alguma informação na recepção. O meu neto, assim como os seus filhos, acabou de sofrer um acidente e se machucou. Não acredito que ele possa lhes ajudar em mais alguma coisa. ― Clint foi firme, abraçando Robbie de lado e o afastando dos pais de seus amigos. ― Examinaram você?

― Sim, eu fui um dos primeiros. Não me machuquei de verdade, vô. ― ele respondeu, sentando-se de novo na cadeira de antes. ― Só os arranhões, mas eles logo me liberaram. Algumas pessoas tiveram algumas contusões, fraturas...

― Graças aos céus você não se machucou mais, meu querido. ― Linda suspirou de alívio.

― Acho melhor irmos logo, Robert. ― Clint anunciou, apontando a mochila para que o neto a pegasse e eles pudessem voltar ao refúgio do subúrbio, onde ônibus não capotavam e ninguém se machucava.

Robbie apenas acenou com a cabeça antes de calçar seus tênis, pegar a mochila e seguir para fora do hospital ainda sendo confortado pela avó e observado pelo avô.

Enquanto isso, Richard e Mary analisavam cada centímetro de pele visível no corpo de Peter, que estava nervoso com a situação de Wendy e não queria ter saído do lado dela. Porém, seus pais não pareciam dispostos a deixar que ele ficasse muito mais tempo ali, já que não tinha se machucado seriamente.

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