Capítulo 19 ― Cicatrizes (Parte 5)

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Anteriormente...

― Boa noite, amor. ― ela desejou, acomodando-se na cama e deixando que o cansaço que a invadia prevalecesse. ― Eu amo você.

― Eu também te amo, Ells.

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Ele foi até a cama e depositou um beijo carinho na testa da garota antes de voltar a fazer sua tarefa de organização. Organizar coisas era algo normal para Oliver, afinal, ele era filho de sua mãe e não conseguia ficar em um lugar tão desarrumado quanto o quarto de Ellen sem se sentir mal.

No entanto, quando terminou, olhando em volta para confirmar de que não havia mesmo mais nada a fazer, percebeu que, apesar do cansaço imenso que sentia, não estava com um pingo de sono. Tampouco sentia vontade de deitar ou pegar algum dos inúmeros livros de Ellen para ler.

Então, fazendo o menor barulho que conseguiu, deixou o quarto da ruiva e se dirigiu à cozinha para tentar achar algo para comer. Os Fawkner nunca tinham muita comida, ao contrário de seus pais, uma vez que Ellen passava grande parte do tempo fora e Lennon raramente cozinhava para si mesmo. Porém, imaginava que existia o mínimo para que conseguisse eliminar uma porcentagem de sua fome.

Ao chegar ao seu destino, abriu a geladeira para procurar algo rápido que não exigisse muito trabalho. Seu estômago roncava, uma vez que ele não comia desde o café da manhã de sábado e já estavam na madrugada de domingo. Não sabia como Ellen fora dormir sem pedir ao menos uma fruta.

Porém, quando estava tentando se decidir entre fritar um ovo ou fazer um sanduíche, Lennon surgiu na cozinha e pareceu extremamente surpreso ao encontrar Oliver ali. O garoto coçou a nuca, nervoso, pensando se deveria pedir desculpas e sair na mesma hora... Mas estava morrendo de fome. Chegou à conclusão de que o mínimo que poderia fazer era se desculpar.

― Sr. Fawkner... Sinto muito por estar assaltando a sua geladeira de madrugada. ― ele pediu, sem jeito. No entanto, não conseguiu fechar a geladeira. Sentia-se a pessoa mais mal educada do mundo, mas duvidava muito que fosse ter paz de espírito se não ingerisse algum alimento.

― Pode ficar à vontade, Oliver. ― Lennon respondeu, acenando com a cabeça e parecendo extremamente cansado.

Como se ele próprio tivesse enfrentado um psicopata naquele dia, Oliver não conseguiu deixar de pensar.

― Eu também vim procurar algo para comer. ― o homem completou, encarando o eletrodoméstico aberto.

― Ah, é claro! ― o mais novo exclamou, voltando a inspecionar os alimentos. Tinha a impressão de estar sempre em desvantagem conversando com Lennon. Não sabia o que tinha feito para merecer a antipatia dele, mas isso não significava que seria rude. Desse modo, só lhe daria razão. ― Eu estava pensando em comer um ovo ou um sanduíche com queijo e presunto. O senhor tem alguma preferência? Eu posso fazer para dois.

Lennon o encarou pelo que pareceu uma eternidade, antes de sentar-se à mesa pequena da cozinha.

― O sanduíche, por favor.

― Não vai demorar nada, eu garanto. ― Oliver abriu o melhor sorriso que pôde, cansado como estava.

Então, retirou da geladeira pão de forma, queijo e presunto antes de fechá-la e pôs-se a fazer o processo usual de quando sua mãe estava fora ou não podia fazer um para ele. Em tempo recorde, preparou os dois sanduíches e os colocou em pratos distintos, servindo o suco de laranja que encontrara antes de sentar em frente ao pai de sua namorada.

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