Capítulo 11 ― Castigo (Parte 1)

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— Você tá brincando comigo! — Ellen praticamente guinchou, tentando se controlar para não sair aos pulos ali mesmo.

— Não! — Marilyn parecia tão animada quanto ela. — É sério! Você nem vai sentir e vai poder se vestir como quiser. Eu também fiz algo para você usar por baixo da sua roupa normal, apenas por precaução. — o rosto da mulher assumiu uma expressão presunçosa.

— Espera... Você está dizendo que eu vou poder voltar a me vestir normalmente? — Wendy quis saber, mal acreditando no que ouvia.

— Sim, minha querida! — a mais velha exclamou, radiante de felicidade por poder ajudar as duas garotas. — Não sei se vocês recordam, mas eu lhes disse que tenho uma magia nas mãos. Chamem do que quiser, mas é simplesmente o que eu faço.

— Roupas? — Peter franziu a testa e Oliver imitou o gesto. — É isso que você faz?

— Não são só roupas, querido! É arte. Consigo adaptar materiais a praticamente qualquer coisa apenas os tocando. Nunca pensei que fosse ter utilidade prática, mas...

— Mas tem! — Ellen não cabia em si de felicidade. Não ia mais correr o risco de queimar suas roupas!

— E é sempre bom poder ajudar. — Marilyn piscou para Wendy, que começou a sorrir. — Percebi que podia fazer isso quando, arrumando meu filho no berço, quis que a roupinha dele fosse mais quente. Não demorou muito e ele começou a suar de um jeito muito esquisito. Quando eu o peguei no colo, notei que o tecido da roupa havia esquentado. Acreditem, demorei muito para entender que aquilo tudo vinha de mim e demorei mais ainda para aprender a usar essa habilidade. Não é algo que você vê nos filmes do X-Men, não é mesmo?

— Você nunca viu o filme dos Incríveis, Marilyn? — Robbie soltou uma risadinha, erguendo as sobrancelhas. — Você é a Edna Moda em versão alta e loira.

Todos os outros, incluindo Marilyn, explodiram em risadas.

— Não acredito que você disse isso, Rob. — Ellen disse, ainda sorrindo. — Deve ser a convivência comigo.

— Sabia que essa convivência eventualmente ia te estragar, cara. — Oliver brincou e Ellen fez careta para ele, antes de se voltar de novo para a mulher de Merritt.

— Mais. Quero saber mais sobre os trajes que você fez. — a ruiva pediu. Wendy se mantinha em silêncio, mas sua expressão deixava evidente que ela estava tão empolgada quanto a outra.

— Bom, seus trajes foram feitos especificamente para resistir ao fogo. Tem um elemento especial que vai se ligar aos tecidos em volta dele, no caso, as roupas propriamente. Ninguém vai perceber que você está usando algo por baixo. Eu vou alterar todas as suas roupas, para que elas resistam também, mas esse traje é para garantir caso alguma coisa dê errado. Não tive muitas oportunidades de praticar, afinal, como eu disse, nunca vi uma utilidade para isso. O traje que projetei jamais vai falhar, porque foi criado para esse fim específico, mas eu não posso garantir que suas roupas vão funcionar da mesma maneira. O importante aqui é que você nunca mais vai precisar se preocupar em acabar nua em algum momento de descontrole. — a essa altura, os meninos já estava prendendo o riso pela animação de Ellen.

— Eu vou te amar pra sempre, Marilyn! — a ruiva estava concentrada demais em sua própria alegria e não se importou quando a mulher se dirigiu à Wendy.

— Já você, também vai usar o traje por baixo da roupa normal. Ele foi feito para começar onde as asas começam. Desse jeito, elas sempre vão ficar escondidas e você vai poder voltar a usar as roupas que quiser. Também fiz alguns mais especiais, com aberturas nas costas. Estes, você pode usar para as sessões de treinamento, porque suas asas vão ficar livres, então você pode praticar normalmente com Merritt. Quero que você saiba que nada vai dar errado, Wendy. Tanto o traje aberto quanto o fechado são seguros e não vão machucar as suas asas.

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