Capítulo 18 ― Confronto (Parte 2)

368 44 40
                                    

ATENÇÃO: Vocês já conhecem a brincadeira, né? O itálico é a telepatia do Peter em ação. Espero que gostem, amores.

Os olhos de Peter arderam quando ele finalmente adentrou sua sala de destino. A luz artificial do local era forte e ele, vindo de um ambiente escuro, não estava preparado para a súbita claridade. Seu desconforto ecoou nas mentes dos outros, que se prepararam um segundo antes de terem que enfrentar a luz. Assim que os olhos de Pete se acostumaram com a iluminação, ele finalmente conseguiu erguer o olhar e absorver o que estava à sua volta. Oliver, Wendy e Robbie entraram logo atrás. Os quatro olhares foram de curiosos e assustados a chocados e determinados em alguns segundos. Mal conseguiam processar as máquinas, a parede repleta de fotos e...

Ellen!, uma pontada de dor atingiu o coração de Oliver ― e, por consequência, de todos eles, interligados mentalmente ― quando ele pousou os olhos sobre a namorada.

A garota se encontrava em uma prisão muito peculiar: uma cabine inteira feita de vidro, que possuía, no alto, uma caixa de metal cuja função desconheciam, mas que, possivelmente, tinha algo a ver com o fato de ela estar sentada no chão do cubículo, a cabeça tombada no vidro e os olhos fechados.

Os quatro ainda estavam observando a ruiva quando um movimento fez com que virassem a cabeça. De trás das máquinas, surgiu um garoto de altura mediana e com aparência infantil, que todos eles já tinham visto na escola, alguns com mais frequência que outros. Robbie e Wendy o conheciam de vista, mas Peter e Oliver sabiam o nome e sabiam que ele era tudo, menos infantil.

Joe Wright era um dos alunos mais bem vistos da escola em termos acadêmicos. Estava em todas as aulas avançadas e os professores o adoravam. Peter já havia trabalhado em projetos escolares com ele no começo do ensino médio, e Oliver o conhecia porque os dois dividiam praticamente todas as mesmas aulas. Era um garoto que tinha fama de egoísta e grosseiro, e era muito difícil encontrar alguém em toda a Yutch Academy que gostasse dele ou o considerasse um amigo, já que ele não gostava de ajudar as pessoas e achava que todos se aproximavam por interesse.

Porém, não havia como negar o fato de que o rapaz sempre esteve a um passo de alcance de todos. Viam-no todos os dias, falavam com ele eventualmente e eram educados e simpáticos ao cumprimentá-lo, mesmo que ele não retornasse a gentileza. Mas tinha sequestrado Ellen e queria matá-los? Parecia um pouco demais, até mesmo para alguém que não tinha lá a melhor das reputações.

― Boa noite, Joe. ― Peter acenou com a cabeça na direção dele, que carregava uma expressão neutra. Sua recém-descoberta telepatia estava no limite enquanto conectava sua mente a de seus amigos, o que fez com que ele não tentasse ler a mente do garoto, já que isso poderia quebrar o vínculo de pensamentos que estava mantendo naquele momento. Além disso, nada garantiria que Joe não poderia ouvi-lo como seus amigos, e ele não arriscaria aquele tipo de conexão. Naquele cenário, a telepatia era uma benção e uma maldição, ainda mais considerando que havia sido descoberta há tão pouco tempo e ele ainda não tinha controle ou conhecimento sobre até onde poderia ir.

― Olá, Peter. Oliver. Wendy. Robert. ― Joe cumprimentou a todos, os olhos gélidos seguindo um a um. Quando terminou, pousou o olhar em Wendy e sorriu de uma forma perturbadora. ― Como estão esta noite?

― Tenho certeza que já estivemos melhor, mas tudo bem até agora, obrigado. ― Robbie respondeu, seus olhos rápidos passando por cada centímetro do lugar.

Apenas nós seis estamos aqui. Ele está sozinho e sabe o que podemos fazer. Olhem essas fotos... Ele vem nos seguindo há meses. Esse cara não é burro, ninguém seria burro a esse ponto... Tem algo errado aqui, ele informou mentalmente aos outros, que mal piscaram.

POWEROnde histórias criam vida. Descubra agora