POWER

Epílogo

O sol brilhava nas mechas loiras do cabelo liso do garotinho que corria pela grama, com os braços abertos e uma risada alta, como aquele ali fosse o paraíso na Terra e nada pudesse superar o que sentia naquele momento.

A expressão no rosto dele era alegria pura. O sorriso banguela era enorme e seus olhos azuis brilhavam enquanto ele corria na direção de um homem alto, que ria tanto quanto ele. Sem hesitar, o pequeno se jogou nos braços que estavam abertos para recebê-lo, tudo isso enquanto gritava:

― Tio Ollie! Tio Ollie! ― o pequeno de cinco anos se agarrou ao pescoço do mais velho, enquanto os dois riam por nenhum motivo. Ora, para que precisariam de um motivo para sorrir?

― Mas o senhor está impossível hoje, não é mesmo, Sr. Jasper Vance Cartwright? ― Oliver brincou, balançando o garoto em seus braços, fingindo que ia deixá-lo cair.

― Tio, tio, você viu que o meu dente caiu? Você viu? ― Jasper não parava de falar, abrindo a boca para deixar que Oliver visse que não estava de brincadeira. ― A fada do dente me deixou um dólar! E a Summer ficou chorando, porque ela não quer perder os dentes! Não é esquisito, tio Ollie? Eu quero continuar ganhando dólares, então não me importo de continuar perdendo dentes...

Jasper continuou tagarelando enquanto Oliver apenas ria da lógica do sobrinho. Ele ficou brincando com o garoto, enquanto observava de relance os próprios filhos.

Thomas Merritt Fleshwood, seis anos de idade, cabelos ruivos e sardas espalhadas pelo rosto, batizado em homenagem a um bebê que nunca chegara a vir ao mundo, inclinava-se sem muito interesse para encarar as flores que Summer Ellen Cartwright, três anos, cujo cabelo loiro brilhava sob o sol Chicago, lhe mostrava no canteiro que a tia deles, Savannah Johnson, cultivava com esmero.

Ivy Margaret Fleshwood, com seus recém-feitos três anos e cabelos igualmente ruivos, dava ordens para Axel Michael e Noah Clint Johnson, gêmeos de cabelos castanhos cacheados, que tinham quase quatro anos. E, é claro, os dois pareciam obedecer cada um dos comandos de sua filha.

Em uma mesa localizada na varanda da casa, seu caçula, Lennon Timothy Fleshwood, de nove meses e dono de um tufo rebelde de cabelos pretos herdados do avô Lennon e olhos castanhos advindos do avô Tim, se encontrava no colo de Ellen e era o centro de atenções das tias Wendy e Savannah. Um pouco afastados, estavam Robbie e Peter, cuidando da comida na churrasqueira.

E, ao longo do jardim da casa dos Johnson, estavam espalhados vários parentes e amigos que estavam ali para comemorar o aniversário de 3 anos de Ivy, assim como o de 33 de Ellen e Robbie. Ivy tinha feito aniversário alguns dias antes, e Ellen, no dia anterior, mas aquele era o dia real do aniversário de Robbie. Portanto, ele oferecera a casa para o churrasco de comemoração conjunto.

Ivy aceitara sem pensar; sua única filha sempre ficava mais do que satisfeita em ter uma oportunidade de mandar nos gêmeos Johnson. Ellen também estava satisfeita com o arranjo, mas por poder exibir seu caçula, que era muito mais comportado do que os mais velhos jamais haviam sido. Agora que sabia ler, Thomas estava impossível, sempre jogando fatos aleatórios que encontrava nos livros na cara das pessoas e deixando-as sem saber o que dizer.

Antes que Oliver pudesse reunir fôlego responder a enxurrada de palavras que continuava saindo da boca de Jasper, Peter apareceu ao seu lado.

― Você ainda está falando sobre virar um milionário, Jazz? Sabe que, uma hora, seus dentes de leite vão acabar, não é mesmo? ― Peter riu, estendendo os braços para pegar o filho do colo de Oliver, que só riu junto com o amigo.

― Não, pai! ― o garoto protestou, de forma veemente. ― Eu já disse que vou virar um super-herói rico, tipo o Homem de Ferro!

― É claro que vai. ― Pete simplesmente concordou, andando em direção à mulher. ― Mas agora sua mãe quer que você, por favor, sente para almoçar. Você pode fazer isso?