Ódio, paixão e suor

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A semana passa voando. Depois que eu e o Raul acertamos o nosso namoro, as coisas ficaram mais fáceis. Raul vem se mostrando um namorado muito carinhoso. Na quinta, a Bárbara me liga para saber se está de pé o combinado para sexta. Digo que sim. No mesmo instante percebo que ainda não havia conversado com o Raul sobre isso. E como namoramos acho que ele tem o direito se saber que eu irei sair com os meus amigos.

Resolvo ligar para o Raul e avisar que vou sair.

- Oi Raul. Sou eu, Cecília, pode falar?

- Claro Princesa, que surpresa sua ligação! - Só então me dou conta que nunca tinha ligado para ele. - Liguei para avisar que sexta-feira vou sair com meus amigos, ta afim?

- Aonde vocês irão?

- Em alguma boate.

- Certo, sexta tenho uma reunião até mais tarde. Por que vocês não vão para a Black e encontro com vocês lá?

- Por mim tudo bem!

- Até mais tarde Princesa.

- Até Raul.

Na sexta, resolvi levar um vestidinho pra trocar no trabalho. Combinei com a Bárbara de ir ao horário do happy hour e por isso iria de carona com o Pedro, enquanto ela iria com Rodrigo. Às 18 horas fui até o banheiro e coloquei um vestidinho preto super decotado, soltei meus cabelos e passei meu batom vermelho. Uau! Me achei gata. - Raul vai adorar me ver assim. Quando saí do banheiro, Pedro me aguardava.

- Uau! Você está gata! - Sorri para ele.

- Obrigada, vamos.

- Qual boate vamos?

- Marquei de irmos com os outros na boate Black.

- Legal. Cecília, obrigado por me convidar.

- De nada, mas vamos se não vamos nos atrasar. - Digo apressando ele.

Saímos do prédio em silêncio, em direção ao estacionamento. Fomos direto para o carro do Pedro, que foi muito gentil abrindo a porta para eu entrar. Depois foi retornando ao seu lugar no volante, e partimos em direção a boate.

No trajeto, conversamos de tudo um pouco. A companhia de Pedro era sempre agradável, mas percebi que ele não tirava os olhos de mim. Tentei não levar a sério, e acabei esquecendo quando chegamos perto da boate. Do lado de fora tinha uma pequena fila se formando em frente à porta. O som estava cada vez mais alto. Ao nos aproximarmos, não demoramos muito a entrar. Fazia mais de uma semana que não via minha amiga, e estava ansiosa para vê-la.

Bárbara estava linda, como sempre. Quando me viu, correu na minha direção.

- Amigaaaaa! Que saudade! Uau, você está gata demais! Rodrigo vai morrer de ver você assim e não poder tirar uma casquinha. – Gritou tão perto do meu ouvido que precisei me afastar para não ficar surda.

Rodrigo veio logo atrás da Bárbara e ficou me encarando, com um sorrisinho safado de canto de boca. Quando minha amiga me soltou, ele se aproximou.

- Ora, ora! Olha só que loira linda! - Me deu um abraço de urso, muito gostoso. – Você está de matar hoje Cecília. Espero que sobre uma migalhinha para mim.

- Pare seu bobo! Você também está um gato, como sempre.

Apresentei Pedro para os dois e parece que foram com a cara dele, fiquei feliz por isso.

Fomos logo encaminhados para um canto da boate, onde se podia ver toda a pista e mesmo assim ficarmos tranquilos para conversar. Pedro foi o primeiro a dizer algo depois do simples boa noite.

Amor TardioOnde histórias criam vida. Descubra agora