Uma linda história de amor!

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O Rio de Janeiro continua lindo e a minha vida está linda. Aos seis meses de gravidez já não podia mais trabalhar. Minha gestação foi de risco e estava com pressão alta. Raul quase largou tudo para estar ao meu lado. Me ligava de minuto a minuto e só sossegou quando contratamos uma enfermeira, a Ana, uma senhora fantástica e minha mãe veio ficar comigo. Meus bebês nasceram prematuros e eu já esperava isso. O dia que a bolsa estourou foi o mais hilário. O Raul que entrou em trabalho de parto. Rio sempre dessa lembrança.

Era um fim de tarde no domingo. Raul trabalhava na cama com o notebook, sem camisa por causa do calor e eu estava lendo um livro sobre maternidade. Na verdade estava fingindo que estava lendo, porque os gominhos da barriga dele estavam me tirando a atenção.

- Raul, sério mesmo que a gente não pode fazer amor?

- É sério rainha! Não vou cutucar os nossos bebês não.

- Amor, não vou aguentar muito tempo.

- Vem aqui e me dá um beijo!

- Desse tamanho Raul, só se eu for rolando! Ele veio e me deu aquele beijo, me derreti toda. Senti aquele formigamento e pensei que estava ficando molhada. Só que estava molhada demais.

- Raul, para!

- Por que amor? Cansou do meu beijo?

- Não meu amor! Minha bolsa estourou.

Ele ficou alguns minutos imóveis.

- Raul?

- Ai meu Deus. Ana... Ana corre a bolsa estourou. O que eu faço? O que eu faço rainha? Meu Deus, eu vou ser pai.

- Raul, calma! Respira comigo... Respira devagar. - Ele foi me seguindo e se acalmando.

- Agora me ajuda a trocar essa calça. Pega a bolsa da maternidade e vamos para o hospital.

- Está bem, está bem.

O coitado estava suando frio. No hospital ele estava em crise, a qualquer momento ele ia enfartar. Quando as contrações vieram ele sentia a dor comigo. Se não tivesse tão concentrada em ter os bebês, filmaria ele.

Meu parto foi tranquilo. Meus bebês vieram com saúde. Raul deu um pequeno trabalho as enfermeiras na hora que as viu dando o primeiro banho.

- Gente, cuidado, é o meu filho aí! Tem que por isso tudo dentro da boca? Cuidado com a moleira.

Elas foram muito pacientes.

Depois, no quarto, já com os bebês, percebi que o ciúme que o Raul tinha comigo era pouco. Raul não aceitava que ninguém pegasse os bebês e, quando os pegavam, ele estava ao lado como uma sombra, esperando para salvá-los. Parecia que a qualquer momento alguém iria deixar meus pequenos caírem. Raul teve a capacidade de perguntar para a mãe dele se ela sabia como pegar, o que lhe resultou em um tapa no braço e um sermão que todos no quarto começaram a rir. Como ele ficou de bico e encolhido no canto da poltrona, chamei-o e dei carinho para meu amor super protetor.

Rindo dessas memórias, mais coisas me vieram à mente.

Não é à toa que Raul ficou tão nervoso quando chegou a hora dos bebês nascerem, afinal, já faz parte do histórico dele ser ansioso e explosivo.

Lembro-me de quando ele foi atrás de mim em São Paulo, tudo que fez para me reconquistar, a atenção que me deu e todas as coisas que fazia para me agradar. Um dia, indo para o trabalho a pé, como sempre fazia, vi que Raul me seguia de longe tentando abafar o barulho dos passos pisando na grama. Quando o flagrei, ele ficou visivelmente num impasse entre continuar em frente ou dar meia-volta. Foi muito engraçado olhar a dancinha que ele fazia colocando o pé para frente e depois para trás. Cômico!

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⏰ Última atualização: Dec 16, 2016 ⏰

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