Escutando meu Bebê...

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Chegamos em casa depois de deixar os meninos no aeroporto. Falo com a Bah que vou ligar para os meus pais avisando que amanhã iremos lá visitá-los. Tenho que aproveitar o tempo que tenho, pois só tenho mais alguns dias em casa. Não que eu esteja reclamando, afinal o Sr. Ramirez foi muito generoso me dando esses dias para organizar com a mudança. E por isso eu preciso conversar com eles o quanto antes. Sei que será uma conversa difícil, pois eles vão ficar tristes e decepcionados, mas eu sei que eles vão me apoiar. Digo isso enquanto peço para ela preparar um chá para nós duas.

- Você pode fazer um chá para nós enquanto eu ligo Bah?

- Claro Ceci, liga para eles que eu faço nosso chá. - Respiro fundo e vou fazer minha ligação.

- Alô!

- Alô mamãe é Cecília...

Desligo o telefone e me viro para Bah e falo:

- Agora é só esperar.

- Como ela reagiu, quando você disse que estava morando aqui em São Paulo? - Pergunta a Bah.

- Feliz, surpresa e intrigada, também porque eu não falei que me mudaria, mas ela está feliz. Papai não estava, foi ao banco, mas mamãe vai avisar a ele que iremos almoçar lá.

Admito a Bah que preciso me preparar para essa conversa, pois minha relação com papai ainda está muito frágil. Sei que tivemos uma conversa esclarecedora, que eu o perdoei, mais temos um longo caminho pela frente. Iremos almoçar com eles e falar sobre a minha gravidez, depois vou marcar uma consulta com o obstetra que a Júlia me recomendou.

O final do dia foi muito tranquilo. Bah e eu resolvemos ficar em casa comendo pipoca e vendo uma comédia na TV.

No outro dia não acordei muito animada, afinal sono me resume nesses dias. Tomo um banho pra acordar. Quando vou para a cozinha, Bah já está preparando nosso café.

- Bom dia - digo para ela me sentando em frente à bancada.

- Bom dia mamãe do ano! - Ela fala rindo. Não tem como não ficar feliz com ela ao meu lado. - Como esta meu afilhado ou afilhada?

- Como sabe que vai ser madrinha? Eu tenho outros planos. - Falo rindo. Ela me olha com uma cara séria.

- Lógico que sou eu. Quem mais poderia ser?

- Estava pensando em chamar o Pedro e o Rodrigo, para serem os padrinhos. - Falo rindo.

- Como assim sua louca, são dois homens.

- Eu não me importo em ter dois padrinhos, mas qualquer coisa eles escolhem e decidem quem vai ser madrinha. - Começo a rir da cara que ela faz que é um pouco assustadora.

- Cecília você não ousaria fazer uma coisa dessas, eu te mato. Depois que meu baby nascer é claro! - Não aguento e dou gargalhada da cara dela.

Depois que tomamos café e conversamos muito, resolvo marcar com o obstetra que a Julia me indicou. Quando ligo para ele, fico surpresa, ela já tinha avisado que iria entrar em contato. Então consigo a consulta com facilidade para próxima semana. Apesar de ser muito difícil conseguir um horário vago com ele.

Arrumamos mais algumas coisas que ainda estavam espalhadas por aí e resolvemos nos preparar para o encontro com meus pais, para poder dar a notícia. Bah é claro, vai comigo para me dar apoio.

Já estamos todos juntos, claro meus pais não gostaram da notícia de eu estar separada do Raul.

Não disse o motivo real da nossa separação, apesar de tudo Raul é o pai do meu filho mesmo ele não sabendo isso e nem tenho intenção de falar isso para ele. Mas porque não disse, não quero que meus pais o vejam com esses olhos de traição. Ainda não entendo o porquê estou fazendo isso, e pela cara da Bah ela também não entende. Mas está calada. Eles acham que iremos voltar. E estão rezando por isso. Coitados, rezando em vão, mas vou deixar eles.

Amor TardioOnde histórias criam vida. Descubra agora