Quando percebo que não vou mais vomitar, lavo meu rosto. Raul está preocupado pela cara que ele está fazendo. Quando me recomponho, saímos. Ele está agarrado a mim. Até parece que vou cair, acho graça disso. Sento na poltrona, encosto a cabeça e fecho os olhos. Escuto ele falar baixinho.
- Princesa o que está sentindo? Quer alguma coisa? Olho para ele, que ainda me olha preocupado, passo a mão pelo seu rosto.
- Eu estou bem. Só não gosto muito de voar. Fico nervosa.
- Quer beber alguma coisa? - Só de pensar enjoo novamente.
- Agora não. Estou bem assim, só quero ficar aqui ao seu lado. Falo isso e encosto no seu ombro. Ele começa me faz carinho e logo adormeço.
Raul me acorda.
- Vamos Princesa, chegamos.
- Nossa, já chegou?
- Sim, você dormiu todo o voo. Mas foi bom, você está com uma carinha muito boa.
RAUL
Descendo do avião olho de relance para Cecília, ela me preocupou muito durante o voo. Passamos pelo desembarque, pegamos nossas malas e nos dirigimos à empresa para alugarmos um carro. Depois dos tramites finalizados, finalmente podemos partir. Sinto que algo está acontecendo com ela e ela não quer me falar, mas agora preciso me concentrar nos pais dela. Nunca fiz isso antes e não sei nem como começar. Como se ouvisse meus pensamentos ela diz:
- Vai dar tudo certo amor, eles vão amar você!
Olho para ela e sinto um carinho imenso. Meu peito incha e eu penso que não posso mais viver sem ela. Tão frágil e tão guerreira. Essa mulher me encanta. Sigo o GPS até a casa de seus pais, onde a minha Princesa passou a sua infância.
CECÍLIA
Durante o trajeto me sinto um pouco enjoada ainda. Nunca tive nada disso, mas acho que por causa do nervosismo de levar Raul para conhecer os meus pais o meu corpo esteja reagindo dessa forma. Sinto Raul me olhando de forma intrigada.
- O que foi lindo?
- Princesa, estou preocupado com você.
- Raul, não tem com o que se preocupar, acho que é apenas o nervosismo em te apresentar aos meus pais. Fora que eu nunca gostei de voar também.
- Tem certeza que é só isso?
- Tenho sim lindo, não precisa ficar preocupado.
O restante do trajeto conversamos normalmente, mas ainda me sinto inquieta com a situação de ter passado mal durante o voo.
Ao chegarmos à frente da casa de meus pais tive uma bela surpresa ao ver minha mãe na frente aparando seu jardim. Corri para dar-lhe um abraço e enchê-la de beijos.
- Como está meu amor?
Foi a primeira frase que minha mãe diz ao me abraçar e somente ela já me faz encher os olhos de lágrimas.
- Estou muito bem mãe e você?
- Bem também! E o bonitão aqui atrás? É o dono do seu coração no momento?
- Espero que sim Dona Fátima. No momento e por um bom tempo daqui pra frente. - Diz Raul e abre o seu sorriso torto que eu adoro.
- Ai vocês dois me matam de vergonha. – Eu disse já ruborizando.
- Já gostei dele minha querida. Entrem, vamos tomar um café e colocar a conversa em dia.
Raul
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Tardio
RomanceMinha vida era pacata, trabalho de rotina, amigos de sempre. Virgem aos 30 anos, já tinha entendido que balada não é lugar de amor e, que para um homem me possuir, teria que ser muito diferente dos outros. A expectativa era de mais uma noite igual...