Nossos corpos foram descansando, relaxando. Raul acabou de joelhos no chão e eu sentada sobre ele sem forças para me mover. Cada vez nosso sexo ficava mais íntimo, mais forte, com mais sentimento. Esse envolvimento com Raul me traz uma segurança que nunca senti e isso me fez chorar. Que boba sentimental! Mesmo com aquele episódio da Alice, é como se a confiança estivesse tomando seu lugar definitivo.
- O que foi, Princesa?
- Nada, não se preocupe, foi só um pequeno momento de fraqueza. Já passou.
- Não devo mesmo me preocupar?
- Definitivamente não! E então, gostou da surpresa? - Pergunto ao Raul, com um olhar tímido.
- Se gostei? Não tenho palavras Princesa, você consegue se superar sempre.
Raul me ergueu com facilidade, nos desencaixando.
- Vem, vou te limpar e depois vamos jantar juntos, o que acha?
- Perfeito, mas eu preciso de uma roupa. - Dei risada e Raul deu um sorriso muito safado.
- Roupas? Pra quê roupas?
- Como assim Raul?
- Te desafio a sair comigo assim, de sobretudo e lingerie.
- Ficou louco? Está o maior calor, as pessoas vão me chamar de doida.
- Bom, parece que você vai ficar em maus lençóis minha Princesa.
- E o que eu ganho com isso?
- Bom, se você conseguir passar a noite toda de sobretudo, pode pedir o que quiser.
- E se eu não conseguir?
- Bom, nesse caso, você provavelmente iria se expor demais e eu teria que pensar em uma punição.
- Ok, eu topo! Vou começar a pensar em diversas formas de cobrar meu prêmio.
- E eu em como te punir...
Fomos até o banheiro em silêncio, tenho certeza que ele está tramando algo. Meu estômago parece cheio de borboletas por causa da ansiedade que Raul me provoca.
Arrumamo-nos rapidamente, apenas para disfarçar a cara de pós foda. Pego Raul me olhando de relance algumas vezes. Fico imaginando o que ele fará comigo caso eu venha a perder, mas essa não vai ser a questão. Nos encaminhamos para a garagem. Raul abre a porta do carro para mim. Acho esse gesto muito fofo, afinal já temos um tempo juntos e ele nunca deixou de fazê-lo. Ao entrar no carro ele liga o som e me pergunta:
- Então Princesa, o que acha de jantarmos comida italiana hoje? Conheço um restaurante aqui perto que prepara umas massas maravilhosas.
- Claro, lindo. Adoro comida italiana.
No caminho conversamos sobre o nosso dia e sobre as trivialidades que aconteceram nele, mas percebo no olhar o seu desejo por mim. Isso faz com que o meu corpo reaja, trazendo o desejo à tona novamente. Já sei que será um jantar longo demais ao lado dele e estou louca para provar a sobremesa.
Chegamos a um restaurante muito bonito, nunca tinha estado aqui. Quando sentamos, Raul fala:
- Princesa, esse restaurante é de um grande amigo do meu pai. Vou até a cozinha cumprimentar ele.
- Tudo bem. - Ele me dá um beijo e sai. Fico observando o lugar e realmente é lindo. Mas não tem muita passagem de ar. Ainda estou com calor. Maldito momento que escolhi esse sobretudo. Podia ter escolhido um vestido. Resolvo abrir o primeiro botão. Não vai fazer diferença, mas ao menos estou tentando. Raul volta.
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Amor Tardio
RomanceMinha vida era pacata, trabalho de rotina, amigos de sempre. Virgem aos 30 anos, já tinha entendido que balada não é lugar de amor e, que para um homem me possuir, teria que ser muito diferente dos outros. A expectativa era de mais uma noite igual...