Coração na mão

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Cecília

Acordo pela manhã e vejo que ainda é cedo. Estou enjoada afinal passei um tempo sem comer nada. Raul não está no quarto. Levanto-me e vou ao banheiro e lavo meu rosto. Tento controla o enjoo e claro faço xixi. Afinal estava apertada. Quando saio dou de cara com Raul, que está com um olhar preocupado.

- Você está bem? Está sentindo alguma coisa?

- Bom dia. Estou bem. Nada demais só um pouco de enjoo. - Ando para a cama novamente.

- Quer que eu faça alguma coisa? Você quer comer? - Nesse momento a enfermeira entra me poupando de responder.

- Bom dia mamãe, como está se sentindo hoje? - Sorrio para ela.

- Estou bem!

Raul me olha espantado - Ela está com enjoo - Olho pra ele, afinal não queria falar isso porque quero ir embora. De qualquer maneira enfermeira sorri para ele.

- Enjoo é normal, mas vou pedi para trazer seu café da manhã, para amenizar.

- Obrigada, mas quando estou assim não consigo comer nada.

- Mas tem que se alimentar, tem que pensar nos bebês. – Diz a enfermeira sorrindo.

- Pode trazer sim. Ela irá tentar comer pelo menos. - Raul fala de novo me deixando chocada.

- Bom, sua pressão voltou ao normal agora é só esperar o médico para te liberar.

- Obrigada! - Digo animada, pois vou para casa.

- De nada! - Ela sai da sala sorridente.

Olho pro Raul não sei o que ele está pensando, mas não sei se estou gostando também. Volto a deita na cama, ainda estou cansada, pois está não é minha cama e não dormi direito. Estou ranzinza e enjoada, e ter Raul me olhando não ajuda muito.

- Você costuma ter muito enjoo? - Ele me pergunta sentando nos pés da cama. Dessa forma ele pode me ver.

- Tive muito, principalmente nos primeiros meses.

- Ainda está com a uma aparecia cansada princesa, tenta dormir mais um pouco. - Suspiro.

- Essa cama não é confortável, só quero ir para casa.

- Ok, vou procurar o médico.

Ele sai e fico olhando para a porta. Ainda não acredito em tudo que aconteceu. Que Raul está aqui. E parece ter aceitado bem meus bebês, mesmo não tendo falado em momento nenhum que era dele. Afinal ele não deve ser tão idiota. Mas estou com medo. Não conversamos ainda. Fiquei feliz porque não estava mesmo em condições ontem. Acho que hoje ainda não estou. Mas vou ter que encará-lo, pois parece que ele não vai me deixa enquanto não falar tudo. Uma enfermeira entra com uma bandeja de comida.

- Seu café da manhã mamãe! - Sorri para ela.

- Obrigada! - Ela deixa a bandeja na mesa ao lado e sai. Eu nem olho para a bandeja. Tenho até medo. Pego minha barriga.

- Oi amores, vocês conheceram o papai ontem. O que acharam? Gostaram dele? Ele gostou de vocês, vi no rosto dele enquanto vocês conversavam. A mamãe melhorou. Ontem eu me assustei, com isso eu tive que ir para o hospital. Mas agora já estou melhor e daqui a pouco vamos para casa, tomar um banho gostoso de banheira. E deitar na nossa cama tão gostosa. E ver o tio Rodrigo e tia Karla, por que eles devem estar preocupados com a gente. Mas eles devem ter namorado a noite toda. Então corre o risco de terem pensado pouco na gente também. Fiquem bem amores. Mamãe ama vocês.

Amor TardioOnde histórias criam vida. Descubra agora