Raul me abraça novamente mais forte agora e me beija com vontade. Não um beijo que indica sexo. Um beijo de reconciliação, de saudade. Quando paramos ele encosta a testa na minha e fica fazendo carinho no meu rosto.
- Princesa, estou com tanta saudade de você. - Sorrio para ele.
- Também estou Raul, muita mesmo.
- Vamos esquecer isso.
- Vamos sim.
Passo a mão no seu rosto. A verdade é que me sinto bem com Raul, mesmo tendo esse problema, ainda me sinto bem ao seu lado, seu cheiro me acalma.
- Vem Princesa, ontem você não jantou. Deixe-me cuidar de você agora, fiz almoço pra gente. - Sorrio mais ainda lembrando de tudo que a mãe dele disse.
- Estou com fome na verdade e está um cheiro tão bom. - Ele me puxa para a cozinha.
Raul como sempre me surpreende, ele preparou uma comida que amo, estrogonofe. Minha boca se enche de água.
- Ai Raul que delícia! - Ele me serve e serve a ele também.
- Que bom que gosta, fiz especialmente para te agradar. - Sorrio para ele e começamos a comer. Está divino, como tudo que ele fez.
- Não é justo você saber cozinhar tão bem. - Faço bico e Raul gargalha.
- Princesa, você também cozinha muito bem. Gosto de tudo que você faz.
- Mas eu gosto mais do que você faz.
- Então estamos empatados.
- Raul, sobre amanhã, você ainda quer conhecer meus pais? - Ele me olha atento.
- Claro que quero, você não quer mais ir?
- Quero sim, estou com saudades deles, e ai de mim se falar para mamãe que não vou, ela viria aqui me buscar, até imagino a cena na minha cabeça.
- Então saímos cedo, se quiser já deixar tudo pronto esta noite você terá mais tempo na cama pela manhã.
- Isso é uma boa ideia mesmo, ando cansada, cada minuto a mais é sagrado. - Ele ri.
- Raul tem outra coisa que quero te falar. - Ele me olha novamente atento.
- Segunda-feira terei que viajar pela empresa. Vamos abrir uma filial em São Paulo e o Sr. Ramirez não poderá ir conferir pessoalmente toda a organização e fiscalizar o novo gerente, então ele me passou a tarefa. - Raul para de comer e deixa os talheres no prato.
- Isso é ruim. Não quero ficar longe de você, quantos dias serão? - Também largo os talheres, pela cara o Raul ficou chateado, como eu já previa.
- Não sei ao certo, até tudo se organizar, uma semana, talvez uns dez dias.
- Princesa, isso é muito tempo, ele te fala assim em cima da hora? Nem vou poder me acostumar com a ideia.
- Vamos ter o final de semana pra ficarmos juntos e aproveitar bastante e, na verdade, ele me disse há alguns dias, só que estava sem jeito para te falar. - Raul me olha como se não entendesse.
- Como assim? O que achou que iria fazer? Te proibir de ir? Posso entender seu trabalho Cecília, e posso te apoiar, não precisa esconder nada de mim. Muito menos querer me poupar de alguma coisa.
- Desculpa Raul não queria te deixar magoado, eu só não achava o momento para falar sobre isso, também não queria ficar tanto tempo, tentei de tudo, mas essa é a única maneira.
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Amor Tardio
RomanceMinha vida era pacata, trabalho de rotina, amigos de sempre. Virgem aos 30 anos, já tinha entendido que balada não é lugar de amor e, que para um homem me possuir, teria que ser muito diferente dos outros. A expectativa era de mais uma noite igual...