RAUL
Acordo e vejo meu amor ao meu lado, dormindo igual a um anjo.
Nossa, nem acredito que conheci os pais da minha Princesa. Dona Fátima é ótima! Adorei conhecer ela e também acho que ela gostou de mim. Mas o senhor Roberto... Não sei se ele gostou de mim, achei muito sério.
Estou com sede, então resolvo descer pra cozinha e deixo meu anjo dormindo. Dou um beijo na sua bochecha e saio.
Encontro Dona Fátima sentada, fazendo algumas anotações em uma agenda. Cecília lembra-a um pouco.
- Oi Dona Fátima, eu poderia pegar um copo de água?
- Claro meu filho. Pode abrir a geladeira e pegar, sinta se em casa. - Vou em direção à geladeira.
- Obrigado, já estou me sentindo. - Dona Fátima sorri.
- A Cecília está dormindo ainda?
- Está sim, preferi não acordá-la.
- Hum. Ia chamá-la para ir ao supermercado, fazer umas compras.
- Hum. Mas o supermercado é longe?
- Não, é aqui perto.
- Se a senhora aceitar, eu vou, aproveito e conheço mais a cidade.
- Vai ser um prazer, só vou terminar de fazer a lista.
Saio com Dona Fátima assim que ela termina a lista. O supermercado não é longe. Então ela resolve ir a pé e, como vou ajudá-la com as compras, não vejo problema nisso. Dona Fátima é muito comunicativa então não tem como ficar calado ao seu lado. Ela sempre tem um assunto e algo interessante a falar.
No caminho até o supermercado ela me apresenta a praticamente toda a vizinhança, o que é até engraçado, pois ela me apresenta como genro e vejo orgulho quando fala isso. Pra ser sincero, Dona Fátima já me conquistou. Acho que as piadas que falam em relação às sogras são mentiras. Já os sogros, bem, esse não posso dizer nada.
CECÍLIA
Acordo e vejo um bilhete ao meu lado. Leio e abro um sorriso. Raul indo ao supermercado com mamãe. Coitadinho... Será apresentado a toda a cidade e só Deus sabe a que horas voltarão. É melhor eu descer e ir adiantando o jantar. Quero só ver a cara dele quando ele chegar.
Levanto-me, coloco um vestidinho solto e desço direto para cozinha. Estou morta de fome. Vou comer primeiro um pouquinho, antes de começar o jantar. Preparo um lanche rápido, pego um suco e uma fruta, sento para comer, quando meu pai entra pela cozinha:
- Cadê sua mãe?
- Foi ao mercado com o Raul.
- Hum. - É o comentário que ele faz.
- Você quer um lanche papai? Eu preparo para o senhor.
- Não querida, mas eu gostaria de conversar com você.
- Conversar sobre o que papai?
- Vou direto ao ponto Cecilia. Não gostei desse Raul, ele não é homem para você.
- Baseado em que você diz que ele não é homem para mim? Espera, não precisa responder, que eu mesmo respondo essa pergunta. Ele teria que ser parecido com o senhor, os mesmos princípios, ou seja, teria que ser viciado em jogos de azar, passar a noite fora, ter várias amantes, deixar mamãe sem dormir de preocupação, enquanto o senhor ficava gastando o dinheiro da família com vícios?
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Amor Tardio
RomanceMinha vida era pacata, trabalho de rotina, amigos de sempre. Virgem aos 30 anos, já tinha entendido que balada não é lugar de amor e, que para um homem me possuir, teria que ser muito diferente dos outros. A expectativa era de mais uma noite igual...