Ansiedade

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Abro um enorme sorriso e ficamos girando na sala dele. Acho que ficamos parecendo dois adolescentes com paixonite aguda! Soltamos do abraço com o tocar da campainha. Raul vai atender e eu vou colocar o filme, pauso e volto para a cozinha pegar talheres e escolher um bom vinho. Pizza com vinho... Uh...

- Uma pizza rechiadíssima foi aqui que pediram?

- Sim. E se todos os entregadores de pizza fossem iguais a você acho que eu seria pervertida, pegaria todos!

- Menina má você Princesa!

- Eu sou SUA menina má! Agora traz essa pizza para cá, que eu estou morrendo de fome. E ainda temos que arrumar a sua mala para viagem amanhã.

Arrumo a mesinha do centro da sala com as taças. Raul coloca a pizza na mesa.

- Senta Princesa, vou servir o vinho.

- Raul, podemos sair às seis da manhã, porque o trânsito a essa hora e tranquilo. Comprei as passagens do vôo para oito e meia, às onze já estaremos na casa dos meus pais. Mamãe está doida para te conhecer, ela já deve estar preparando muita comida e chamando a vizinhança. A nossa chegada dá um motivo para ela colocar em prática seus dotes culinários, você vai ver Raul, como ela cozinha bem, ela vai empurrar um monte de comida para trazermos para casa, essa mania dela de cozinhar me deixava louca quando eu morava com meus pais.

Estou um pouco nervosa e por isso começo a falar sem parar. Não sei como será essa visita do Raul à casa dos meus pais. Tenho medo de que algo aconteça e torne as coisas estranhas. Raul percebe que estou um pouco agitada e tenta me tranquilizar.

- Princesa, vai dar tudo certo. Seus pais e eu nos daremos bem e o final de semana será maravilhoso para todos, você vai ver.

- Estou nervosa, nunca levei um namorado para apresentar para eles. Quando morava com eles, estudava tanto que nem me dei chance para isso.

- Isso é novo para mim também Princesa, mas não vejo por que não vai dar tudo certo. Eu sou louco por você e acho que qualquer pai e mãe querem ver a sua filha feliz, e acho que isso eu consigo fazer, muito bem por sinal.

- Acho que você está muito convencido.

- Não é convencimento, apenas penso que se eu estou feliz ao seu lado é porque eu te faço feliz...então, estou errado?

- Não, você está certo. Sou muito feliz ao seu lado e eles perceberão isso logo que olharem para nós dois.

- Mas se a minha mãe começar com o interrogatório, não se assuste, ok?

Raul me abraça e me dá um beijo terno nos lábios, me deixando muito emocionada. Ultimamente tenho estado mais sensível que o normal, mas acho que foi todo o stress de contar ao Raul sobre a minha viagem que fez isso.

Terminamos a pizza e ficamos abraçadinhos vendo ao filme. Logo que o filme acabou, fomos arrumar as coisas de Raul. Foi tudo bem rápido e fácil! Ele disse que é porque eu estava lá. Bobo esse meu namorado! Mas acabou e fomos enfim descansar para daqui a pouco acordar, pois já eram mais de onze horas da noite.

- Sem sexo, por favor. Amanhã vamos viajar e temos de acordar cedo!

Raul riu.

Ficamos abraçados fazendo carícias um no outro até que não vi mais nada. Acordei com Raul me beijando e me chamando.

- Princesa! Acorda dorminhoca. Vamos levantar, senão não chegamos na hora combinada.

- Humm! - Não consigo falar nada, só resmungar.

Raul ri de mim. Viro-me para o lado, querendo dormir mais. Ele tira o lençol de mim e bate na minha bunda.

- Vamos logo preguiçosa! - Assusto-me e me levanto.

- Ok! Ok! Já levantei.

Vou para o banheiro, minha bexiga estava estourando. Estava mesmo na hora de levantar. Tomo um banho rápido, hidrato meu corpo, arrumo meu cabelo, saio para o quarto para me vestir e Raul entra no banheiro depois de me dar um beijo rápido. Escolho uma calça montaria, sapatilhas e uma blusa leve. Pronta, vou para cozinha arrumar nosso café. Raul desce um tempo depois já com as malas.

Preparo um sanduíche natural e um suco de laranja. Estou ansiosa pela viagem. Raul e eu comemos tranquilamente conversando sobre coisas do dia a dia.

Quando olho no relógio já está na hora de irmos para o aeroporto. Sinto um arrepio. Primeira vez que eu levo alguém em casa.

- Vamos logo Princesa senão perdemos o voo.

Raul chama um Táxi, o que é realmente uma boa opção, pois podemos ir abraçadinhos até o aeroporto, quem sabe esse frio na barriga passa. Acomodamo-nos nas poltronas e rapidamente nos preparamos para subir. Meu frio na barriga triplica. Coloco uma frase na minha cabeça para acalmar: odeio aviões, odeio aviões, odeio aviões. Isso nunca resolve. Raul aperta minha mão e dá um beijo.

- Calma Princesa já vai passar!

Quando o avião começa a subir sinto um enjoo enorme. Meu café da manhã todo quer sair. Raul percebe que não estou bem.

- Aguenta só um minuto amor, você já vai poder soltar.

Quando o comandante avisa que podemos soltar os cintos eu corro para o banheiro. Coloco todo o meu café pra fora. Sinto que não estou bem, mas não consigo parar. Raul bate na porta.

- Princesa, está tudo bem?

Antes que posa dizer alguma coisa, vem outra onda e já não tem nada além de água. Tento me recompor e abro a porta para o Raul entrar. Mas quando sinto o cheiro da cozinha que fica próxima ao banheiro, sou obrigada a me virar e continuo vomitando. Raul me ajuda com cabelo e fala carinhoso.

- Café da manhã, avião e Cecilia não combinam, irei me lembrar disso!

Amor TardioOnde histórias criam vida. Descubra agora