Depois do banho, me joguei de volta na cama e fiquei observando Jungkook tocar notas aleatórias em seu teclado, como se procurasse uma nova melodia.
– Vai fazer uma música pra mim? – brinquei.
Ele não se virou pra me olhar, nem sequer deu nenhum indício de que havia me ouvido até o momento em que começou a cantarolar apaixonadamente algo como…
– Park Jimin… Park Jimin~ Sua bunda é a coisa mais deliciosa que eu já co…
Eu não o deixei terminar a frase. Joguei com força um travesseiro em sua nuca, o que o fez cair na gargalhada com a testa apoiada no instrumento.
Confesso que também não demorei muito a me entregar às risadas junto com ele, pois fiquei extremamente envergonhado.
Logo Jungkook se virou, sorrindo sugestivamente, e após alguns segundos fitando meu sorriso, o moreno se jogou ao meu lado na cama e me roubou um beijo. Ri, sem graça com sua atitude repentina, mas me rendi, obviamente.
Nos deitamos de frente um para o outro, observando os detalhes do rosto do outro, acariciando, vez ou outra, o rosto ou o cabelo do outro, e assim ficamos até quando deu.
E quando eu digo “até quando deu” é porque não se passou muito tempo, ouvimos umas batidinhas na porta. Jungkook parou imediatamente de se mexer (no momento, acreditei até que ele tivesse parado de respirar) e arregalou os olhos. Ele parecia realmente assustado.
Franzi o cenho, estranhando sua reação, e me levantei, vestindo uma camisa, já que estava vestindo apenas a mesma calça de moletom com a qual havia dormido.
Ele continuava sem se mover, parecia em pânico.
Mais umas duas batidinhas de leve antes que eu alcançasse a porta e a abrisse.
– Oi, V. – cumprimentei, ainda sem entender o motivo de sua visita – É o V, meu amor! – gritei para Jungkook, que logo apareceu na sala, ainda parecendo acuado.
– Cheguei numa hora ruim? – o loiro abriu um sorrisinho sugestivo, provavelmente reparando em nossos cabelos molhados.
– Não, a gente não estava fazendo nada demais. – respondeu o moreno, coçando a nuca em constrangimento – Está tudo bem, hyung?
– Está sim. Eu só estava sem nada pra fazer, e vim te chamar pra dar uma volta.
Jungkook deu de ombros, me olhando.
– Você não está convidado não. – brincou Taehyung, fazendo uma caretinha para mim.
– E você quer o quê, sozinho com o meu namorado, hein? – provoquei.
– Não interessa.
– Amor, não confia nessa cobrinha não. – joguei, tentando não cair na risada com a expressão que ele fez.
Jungkook não se deu ao trabalho de segurar o riso.
– Eu não entendo por quê vocês brigam tanto.
– Só porque é divertido irritar esse pequeno. – Tae empurrou de leve meu ombro.
– Pequeno é o seu…
– Gente! – Jungkook nos interrompeu – Gente… Tem certas coisas que eu não preciso saber, tá? Vamos logo, V-hyung.
O moreno puxou o loiro pela mão antes que acabássemos indo longe demais com a nossa forma peculiar de “diversão”.
– Olha lá, hein! – exclamei – Não vai tentar nada com o meu namorado, seu sem vergonha!
Os dois mais novos riram antes que a porta fosse fechada.