Não passava muito das cinco horas da tarde naquele sábado quando Taehyung chegou em casa, no mesmo momento em que o carteiro estava prestes a tocar a campainha.
– Boa tarde.
– Boa tarde. – respondeu o homem, lhe entregando a correspondência.
Taehyung agradeceu, se curvando levemente ao mais velho, e entrou, analisando o grande envelope. Arregalou os olhos ao ver que era destinado ao seu irmão.
– Jin-hyung! – gritou ao fechar a porta atrás de si.
– Estou na cozinha! – o outro gritou de volta.
O loiro caminhou em passos lentos até onde seu irmão preparava um jantar muito cheiroso.
– Hyung… – sussurrou, se encostando no batente da porta da cozinha.
– O que foi? Eu estou ocupado ago… – o mais velho se interrompeu, entrando em choque ao ver o envelope na mão do garoto – É o que eu estou pensando? – sussurrou, com a voz falha de medo.
Taehyung assentiu, lhe estendendo o envelope quadrado. Seokjin soltou um suspiro trêmulo como suas mãos ao segurá-lo, e após isso, ficou muito tempo olhando para o papel, sem conseguir sequer se mover.
O mais novo desligou o fogo ao perceber que a carne estava a ponto de queimar.
– Por que você não abre logo? – cobrou, igualmente tenso.
– Por que eu não tenho coragem.
– Para com isso. – empurrou de leve seu ombro – Eu confio em você, hyung!
– Mas, eu não. – sussurrou, ficando com o rosto vermelho e os olhos marejados.
– Quer que eu abra?
Sem conseguir sequer responder, o mais velho apenas correu escada acima para seu quarto.
Em primeira instância, Taehyung ficou sem ação, mas logo, desligou todas as bocas do fogão e correu atrás do outro. Não o deixaria sozinho.
~
Quase uma hora havia se passado, e Taehyung ainda estava no quarto de seu irmão, que segurava o envelope branco com uma expressão de pânico.
– Abre logo isso antes que eu enfarte, hyung! – exclamou o mais novo, ganhando um olhar nada agradável do outro – Deixa que eu abro, vai?
Jin puxou o envelope, o escondendo atrás de si quando Taehyung tentou tirá-lo de sua mão.
– Esse problema é meu!
– Então encara ele!
Se encararam durante alguns segundos. Seokjin tinha a respiração pesada, e seus olhos imploravam por ajuda.
Após muito pensar, o mais velho rasgou a lateral da correspondência, e lentamente, abriu a grossa folha de papel que tirara de dentro.
– E aí? – sussurrou o loiro após quase um minuto inteiro de silêncio.
O mais velho apenas negou com a cabeça, largando o papel encima da cama, enquanto mordia compulsivamente seu lábio superior.
Sem acreditar, o garoto pegou o papel de cima da cama, e fez questão de ler cada palavra.
– Aish! – deixou escapar ao ouvir barulho de chave vindo do andar de baixo, indicando a chegada de seus pais, enquanto ainda fitava a grossa folha de papel.